O Ralo da Vida

Pau murcho encruado, olho sem vida arregalado, miolos expostos, furinho na testa com sangue seco nas bordas - aquela aparência de elástico de meia velha -; formol e lividez cadavérica. O açougueiro indo ao trabalho sofre ao ver seu semelhante com a boca cheia de formigas na sarjeta pela manhã. Dor análoga. Gotinha no oceano do Universo que acabou de secar. E o ralo da vida não pára... E ele sofre, pois pode ser o próximo. Há de ser.

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 11/03/2011
Reeditado em 18/03/2011
Código do texto: T2841466
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