Ela só queria ser livre

Sinto que preciso desabafar. Mas, desabafar o quê? Abandonei papel e caneta. Seria só por hoje? Estou me sentindo culpada. Ah, queria eu não pensar nisso. Mas há sempre um motivo que te leva adiante... sempre.

Às vezes queria parar no tempo. Tempo esse que nos aprisiona, nos obriga a ser, talvez, quem não gostaríamos. “Você está crescendo. Agora chegou sua hora de fazer isso isso e isso, certo? Para você se tornar um orgulho para mim.” Para você, não para mim. Entende? O mim queria / quer tantas coisas tão diferentes do você, dá até medo. Não, não dá. O mim sabe. E como. Mas ao mesmo tempo tem medo de saber. Por quê? Ele sabe que saber demais é perigoso. Vai contra tudo e todos. E, agora, ir nessa direção seria mais uma insanidade para assim conquistar sua liberdade.

Não quero estar dentro. Não, não mesmo. Me deixe sair o mais rápido possível. É sufocante. Uma morte aos poucos, sim.

Sentir é difícil. Achar que sente é fácil, todos fazem.

Preciso me dar um pseudônimo para não me encontrarem. Na verdade, não quero que me encontrem. Preciso ser livre: andar descalço quando bem entender ; sorrir quando bem entender ; escrever minha própria história quando bem entender ; sentir amor quando bem entender...

Agora me sinto aprisionado, como se me amarrassem e me puxassem o mais forte possível. Preciso sair. Mas como?

Então, é essa tal de liberdade que estava falando...

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 27/02/2011
Reeditado em 28/05/2013
Código do texto: T2818321
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