TERRA FALIDA (texto sem a letra “O”)

T E R R A F A L I D A

A terra está falida! Era inevitável. Mutilaram-na, dilapidaram-na, sacaneram-na, estupraram-na, mataram-na, enfim acabaram-na. Também a vilipendiaram. Lamentável, está nela a “Mãe Natureza”.

Eis algumas mazelas utilizadas, as quais fizeram a terra e a mãe natureza falirem: Queimaram e queimam impensadamente materiais quaisquer que sejam, e estas queimadas resultaram e resultam em fumaça, gases que se acumularam e acumulam nas camadas de ar, até nas mais distantes, e adeus pureza. Desmataram e desmatam indiscriminadamente. As máquinas levam plantas, animais, a camada superficial da terra, para as partes mais baixas, assim as partes mais altas ficam nuas, sem húmus e sem vida. Já que esta sucumbe sem defesa, que é uma pena. A natureza faz bem às vistas, à mente, a mim, a ele, a ela... Sujaram e sujam as águas das nascentes, nascentes estas que viram lixeiras; mananciais e mais mananciais, desgraçadamente sem piedade, receberam e recebem as sujeiras das cidades; de nada adianta falar, berrar, filmar... Represaram e represam estas mesmas águas para fazerem as famigeradas, mas necessárias, usinas elétricas, as quais enchem cavernas, alagam pastagens, matam, arrastam e arrasam a vida. Ergueram e erguem-se favelas de casebres nas cidades, numa desenfreada bagunça, é uma desumanidade. Fabricaram e fabricam pesticidas, herbicidas, fungicidas, para pulverizar as plantas, as pastagens, as fruteiras... Elegeram e elegem-se presidentes, mandantes estaduais, municipais, rurais, mas nenhum satisfaz as necessidades básicas da raça humana, nem da “Mãe Natureza”. Alimentam a psique individual, dia a dia. Querer ser chefe? Pajé? Manda-chuva? Para mandar, gritar, ralhar, fustigar, empurrar, e até matar...

Amamentam as crias de leite, alimentam as mães de carne; estas pelas vias bucais e aquelas via tetas, para que? As crias crescem se rebelam, partem para a busca desenfreada de saber, esquecem as mães, acabam até a amar mais as letras, as amigas, as festas, as transas, a cicuta. Lamentavelmente alguns fazem sem saber para que. Às vezes nem beberam da sapiência ainda. Acasalam-se animais sexualmente em êxtase artificial, em busca da fertilidade, na capitalista ganância desenfreada, e daí? Estes se multiplicam, crescem rapidamente, e na mesma rapidez iram-se, lutam entre si, se rebelam para a humanidade, amansam-se, mas fenecem sem interferência de ninguém. É irrelevante. Apenas a vida esvai-se.

Disseram e dizem asneiram, futilidades e burrices. Será se faz diferença? Nenhuma. Estas qualidades “per capita” acabam inerentes; e também nem tem serventia para a “Mãe Natureza”. Falseia-se para uns, regateia-se também para estes, assim é a vida vivida, venerada, mal amada, bajulada, estragada, safada, perdida e também falida.

Quem quer vai, nunca manda. Faz sem esperar pela ajuda de ninguém. Grande merda! Talvez... Que merda! Amém.

Negaram JESUS três vezes, será se negarei também?

Basta de mentiras, chega de trapaças. Sem revide.

Quais as maneiras para salvar essa terra falida? A partir da bíblia? A partir da sagrada escritura hindu “vedas”? Quem a salvará? Uma meretriz? Uma criança recém nascida? Um urubu? A juventude transviada? Uma máquina?

A HUMANIDADE e EU. Mas se esta humanidade aprender a amar, cantar, dar, pensar, fraternizar... zar... ar... ar...

JESUS! JESUS! JESUS! Guardai suas criaturas desta terra falida.

(agosto/1985)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 15/02/2011
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