MUNDO TORTURADO (texto sem a letra “I”)

M U N D O T O R T U R A D O

Temos sede de saber. Temos fome de paz. Temos gana do não ver. Será se só quando morrer? Não será tarde? Perguntas, perguntas e perguntas, onde estão as respostas?

As respostas das perguntas passadas estão nas futuras perguntas.

Por que nossa voz, de homem comum, não é notada nas resoluções tomadas pelo os medalhões do poder?

Por que somos, nós homens comuns, relegados a segundo plano, na ora de desfrutar dos lucros de nosso trabalho?

Por que nas guerras, o homem comum, é sempre a bucha do canhão e o número um na frente de batalha?

Tudo é para o homem comum não se esquecer de que ele não é nada, e nunca será nada. A menos que aprenda que: a gargalhada é o cartão que nos apresenta; a palavra é a ponte que nos une; a fé é a bússola que nos dá rumo; a esperança é o barco que nos transporta e o trabalho é a mola que nos estabelece.

Mas também é por que o poder corrompe, o poder embrutece, o poder degenera, o poder nos amolece, enfraquece; e por poder o homem comum não luta, não se entrega, só quer ser, fazer, e acaba por obedecer.

Também por que os frutos do nosso trabalho os recebemos nos soldos que nos pagam, e nas graças emanadas de Deus. Portanto não queremos sobras e/ou restos, o patrão que faça bom uso. Nós homens comuns, somos honrados aos extremos, e para nós é uma afronta receber o rebotalho e/ou a carcaça destes malfadados lucros, queremos ser e não ter.

Por outro lado, quem faz as guerras, ou melhor, quem declara as guerras são os poderosos donos do poder, e que nunca lutam. Nunca são alvos das balas dos contendores adversos. Nunca derramam uma gota de seu sangue em nome desta mesma guerra. Nunca enfrentam as escaramuças e refregas da frente de batalha. Nunca passam fome, ou sofrem com o ar gelado do escurecer ao amanhecer.

Se acontecer de: quem matar, morrer; quem chorar, soluçar; quem ver, apontar; e quem não comer, emagrecer. Já é um começo.

Será menos doloroso quando: quem estava gemendo emudecer; quem estava engasgado sorver; quem estava parado andar; e quem estava doente sarar. Estamos pronto para conversar.

Mas o bom será se: quem estava de banzo gargalhar, quem falar esclarecer; quem trabalhava, está descansando; e quem cantava, novamente está cantando e cantará para todo o sempre. Homem comum também canta.

Porém bem melhor se: quem ganhasse, devolvesse; quem estudasse, aprendesse; quem amasse, recebesse; e quem morresse, voltasse. Chegamos no muro. Onde está o pelotão de boas festas?

Dê ao homem o que é do homem, e hoje para o homem é só este mundo maltratado, truncado, super povoado, desenganado, renegado, depenado, esfomeado, depauperado, mas venerado e amado.

SENHOR! SENHOR! SENHOR! Afaste-nos das guerras deste mundo torturado.

(agosto/1985)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 14/02/2011
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