MUNDO DESTRUÍDO (texto sem a letra “A”.)

M U N D O D E S T R U Í D O

Como começou? Quem foi? De onde veio? Quem é?

Ó tormento! És tu? Mísero monstro. És herege sem comover, é começo, meio e fim de tudo. És o princípio do universo findo, sem rumo, nem plexo, sem sentido, nem nexo, sem sexo, porém fictício e morto, és o imenso colosso sempre em crises, refletindo impiedoso o reluzir do ouro dos tolos “o petróleo”, proveniente dos desertos secos e pedregosos do oriente e dos ermos de gelo.

No extremo leste do horizonte, do excêntrico cosmo, surge o vermelho do sol e com ele o trêmulo verde sucumbe, rugem os ventos, e nuvens tingem o céu de roxo no ponto norte, os trovões gemem no oeste e no sul explodem ecos desconhecidos. Porém no centro os túmulos no solo estremecem, fendem e fedem de odores nojentos, de onde zunem sons de gritos desconexos em turbilhões, indo direto rumo o infinito celeste, como se fossem os últimos estertores deste mundo destruído. Destes sepulcros surgem os esqueletos dos mortos de tempos idos e longínquos.

Neste último momento segue o mundo em horrores: fome, sede, ódio, ócio, dores, pestes, crimes, jogos, tóxicos, suicídios, seqüestros, desempregos, febres, vícios, extremismos, esquerdismos, comunismos, terrorismos e outros “ísmos” destruidores, como o próprio dinheiro que corrompe, e é só pó.

O desespero é mútuo entre os seres vivos; os homens cobrem o rosto com o véu de terror e morte, pois o suplício é crescente, e só os urubus sorriem. Por quê? Por serem os lixeiros do mundo?

Pobre mundo! Pobre gente! Pobre de nós, em fim pobre de tudo.

Ò filho de homem! Teus olhos tremem e teus ombros se encolhem se um outro de ti pede pelo menos um segundo de quietude e benesse. Sendo só um espírito sê sensível pelo menos um milésimo de segundo neste último estertor em que vive seu próximo e você, mesmo sendo tu muito cruel.

O universo é feito de oxigênio, nitrogênio e outros “ênios”. O homem é de estrumes e outros ingredientes, sem corte... Um minuto. Isto é sorte? Por que morte? É de ontem e de sempre que vêem os mesmos vírus possuidores e consumidores deste mundo louco, rouco, bruto, inodoro, insípido, poluído, sólido, trepido, cego, fétido, gorduroso, corrupto e injusto.

Senhor, por que nos deste este mundo violento? Por que temos nojo dos pobres? Por que excluímos os negros? Por que sorrimos com os ricos? Por que temos desgovernos? Por que destruímos os efeitos benéficos vindos de TI? Por quê? Por quê?

Se durmo, sonho com um mundo diferente, um tempo de fé, de flores, de frutos, de perfumes, de homens limpos e inteligentes, bons, honestos, belos e felizes, contudo foi um blefe. É bem melhor ter, ver, ser e viver; do que sentir, rir e esquecer.

SENHOR! SENHOR! Tens um mundo próspero, porém incrédulo.

MESTRE! És onipotente, onipresente e supremo em tudo, guie-nos.

DEUS! DEUS! DEUS! Defende o teu povo dos teus próprios filhos.

(agosto/1985)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 09/02/2011
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