Brincando de Matar
Na real? Cansei de ser um peão regressando casas no tabuleiro da vida. Cansei do retrocesso ao invés da evolução. É por isso que estou saindo do jogo.
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Andava por entre os escombros indiferente a todos. Casas desmoronando, o rio fétido alagado levando pra longe pedaços de reboco e portas de guarda-roupa. Parou no meio do caos e pulou de cabeça onde sabia que haveria uma pedra. Deu com a testa na quina pontiaguda da pedra. O seu sangue, jorrando aos borbotões, misturou-se aos restos dos móveis e dejetos dos moradores das adjacências. Ninguém verteu uma lágrima sequer, no funeral.
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Consumidos pelo tédio do namoro, carregaram o revólver com uma bala e resolveram brincar de roleta russa. Ela girou o tambor, mirou na testa dele e puxou o gatilho. Um coice na mão foi o suficiente para perceber o tamanho da asneira que havia feito. Mas já era tarde demais. Ele jazia com um furinho na testa, olhos arregalados, um sorrisinho petulante nos lábios. O sangue escorria, escorria, escorria, escorria...
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Barry de Vorzon - Theme From The Warriors