Sonho ou pesadelo...Como explicar?

Luiza tinha hábito de fazer a sesta. Em um domingo, após um churrasco acompanhado de muitas cervejinhas, saiu de fininho e foi dormir. Hora da missa, ela não faltava, os seus pais resolveram acordá-la! Chamou, pegou pelas mãos tentando levantá-la, mas nada de acordá-la; molhou a cabeça com água gelada... e nada! Depois de algum tempo, outra tentativa. Ao tocá-la, reagiu com um grito estrondoso _ me larga, deixe-me em paz... eu não quero voltar pra casa. Parecia um pesadelo!

Passavam das 23h00, sua mãe (Rosário) trocou-a de roupa, cobriu-a e foi dormir, também. Dia seguinte o relógio despertou, mas ela não foi trabalhar. A mãe, desesperada, buscou socorro no hospital local. Procedimentos foram testados, mas nada adiantava. Luiza continuava dormindo pesado! Após alguns exames, veio o diagnóstico: "coma alcoólico". Submetida aos procedimentos de desintoxicação, ela não reagia; continuava inerte. Tentativas daqui, dalí e nada! Pelos corredores ouvia-se rumores: está com morte cerebral... será que ela é doadora... ela não passa desta noite...

De repente, ela começou a mexer-se e balbuciar as mesmas palavras, dessa vez com maior intensidade _ me larga, me deixem em paz... Amigos, familiares, médicos... acorreram assustados para saber o que se passava. Diante de tanta gente, quarto lotado, ela pos-se de pé e aos gritos expulsou todos, inclusive o médico. Minutos depois, enfermeira e médico voltam para aplicar e prescrever alguns medicamentos além da guia de alta. Aí que ela ficou mais brava. _ Eu quero dormir, saiam!!!!! E assim continuava com o tom de voz cada vez mais forte. Ninguém conseguia segurá-la! Uma camisa de força foi requisitada.

Hora de vestir, que dificuldade! Parecia que tinha no corpo um dragão ou aquele bicho do mal (do qual não falo, nem tampouco escrevo o nome dele). Puxa daqui, tenta amarrar, segura aqui... a moça tomba e ali mesmo volta a dormir. O médico exclama! _ Nunca assisti algum paciente com “coma’ tão resistente. _ Vamos colocá- la na cama e repetir os exames. Ao tocá-la, despertou-a e voltou a reclamar. _ Pare de fazer-me sofrer! Aqui na casa do PAI tem muita paz! Tudo aqui é muito lindo! Deixe-me ser feliz! _ Dessa vez ela falava calmamente, esboçava um sorriso e o seu semblante era de felicidade.

O médico auscultou-a, fez alguns exames necessários e, aproximando-se de Dona Rosário, deu o veredicto. _ Não há mais nada a fazer;_ela faleceu! Causa mortis _"coma alcoólico".

Dona Rosário argumentou: _ o senhor está seguro que a "causa mortis" é essa mesma? Desculpa a minha indagação, mas foi o senhor que disse não ter visto nunca um quadro de coma alcoólico, igual o da minha filha.

_Fique a vontade! Afinal ela é sua filha! Pelas vezes que ela dormia - acordava - falava - dormia... eu entendo o porquê de sua pergunta, mas, fique tranquila que a “causa mortis” foi, realmente, essa.Todos os exames posteriores a entrada da paciente aqui no hospital, o diagnóstico foi sempre o mesmo._ Creio, também, que a sua insegurança esteja ligada por ter ouvido em algum momento, pessoas leigas ou médicos falar sobre fenômenos paranormais

Ontem, a Luiza ainda respirava, eu busquei ajuda com um colega neurologista, sobre a inquietude dela. Ouvi dele a seguinte informação _ Sonhos e pesadelos impedem que tenhamos um sono reparador. Talvez seja o caso de sua paciente, _ disse ele e acrescentou: nem para tudo a medicina tem resposta de imediato; eu tenho um colega que já indicou alguns de seus clientes buscarem ajuda com médicos parapsicólogos

_ Eu nunca fiz uso dessa opção, mas pelas reações que a Luiza apresentava, eu já admitia aconselhar a senhora a consultar um profissional nessa área. Eu nada sei explicar sobre essa prática, mas se a senhora permanecer em dúvida e desejar, mesmo depois do fato consumado, buscar mais detalhes, consulte, não um leigo, mas um profissional da área de parapsicologia.

_ Aceitarmos a "morte", principalmente de um filho(a), é muito difícil; é como que cortasse um pedaço de nós.

Desculpa-me se em algum momento em faltei com o meu profissionalismo!

Meus sinceros pêsames!

Fique com Deus! (reeditado)