SILÊNCIO NA ALDEIA
Tombou,
Caiu estremecido,
O rosto chorou,
O corpo enfraquecido.
Extermímio, extermímio.
Donde virá outro índio?
Por que injusto assassínio?
Ao lado do corpo tombado,
Ainda vê-se uma flecha,
E um arco não mais retesado,
Eis a história de um povo que se fecha.
Que dizeis?
Foram dias truculentos,
Foram as vontades dos homens reis,
Ou traços marcantes de sentimentos.
O fogo ainda queima,
As palhas e os paus das choupanas,
O vento ainda teima,
Em espalhar as brasas pela aldeia.
Não, não tenhas dó,
Não tenhas remorso, não existe luz.
Eis que mataram o ultimo Temiminó,
Em terras de Santa Cruz.
Serás um resultado de energia criminosa!
Ou apenas gente bondosa!
Serás uma ética moral pervertida!
Ou um crime da humanidade genocida!