SILÊNCIO NA ALDEIA

Tombou,

Caiu estremecido,

O rosto chorou,

O corpo enfraquecido.

Extermímio, extermímio.

Donde virá outro índio?

Por que injusto assassínio?

Ao lado do corpo tombado,

Ainda vê-se uma flecha,

E um arco não mais retesado,

Eis a história de um povo que se fecha.

Que dizeis?

Foram dias truculentos,

Foram as vontades dos homens reis,

Ou traços marcantes de sentimentos.

O fogo ainda queima,

As palhas e os paus das choupanas,

O vento ainda teima,

Em espalhar as brasas pela aldeia.

Não, não tenhas dó,

Não tenhas remorso, não existe luz.

Eis que mataram o ultimo Temiminó,

Em terras de Santa Cruz.

Serás um resultado de energia criminosa!

Ou apenas gente bondosa!

Serás uma ética moral pervertida!

Ou um crime da humanidade genocida!

JACY BASTOS
Enviado por JACY BASTOS em 16/10/2006
Reeditado em 17/10/2006
Código do texto: T265551