Seu perdão

Ela olhou com tanto cuidado a folha de papel.

Havia a mesa, a caneta e um copo d’ água(que, pelo fato de estar gelada, marcou um círculo naquela parte do objeto).

Do outro lado do quarto pegou uma cadeira, e, arrastando –a delicadamente chegou ao seu tão esperado lugar.

Não sabia por onde começar... na verdade nem pensava em nada. Ou pensava em algo absoluto demais para se tornar insignificante? Pôs as mãos no rosto afim de descobrir todo o mistério que a cercava. Fechou os olhos momentaneamente: estrelas cobriram sua escuridão. Enxergava mais e mais pontos que não paravam de se multiplicar. Como numa fantasia, tentava (sem sucesso) agarrá-los o mais forte possível, buscando ali sua salvação.

Então, em meio ao susto, “acordou”. Levantou-se, caminhou até o espelho e disse:“Eu não te reconheço. Se é para ser assim, que seja!”.

Seu All Star indicava passos largos.

O suor escorria pelo rosto; as batidas do coração cada vez mais fora de controle.

Suspirou. Olhou para o céu... pela última vez? Mas pôde ver o que aquele brilho significava.

Abriu os braços, sentindo o vento batendo no corpo. E pulou, pulou. A outra dimensão estava à sua espera.

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 02/10/2010
Reeditado em 15/05/2013
Código do texto: T2533015
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