Na platéia, eu

Há um palhaço assistindo aquela cena

Um riso, já sem graça, a lhe sair dos lábios

A boneca de pano, a acenar da estante

Fazendo-o chorar...

Na platéia, eu

Sem o menor constrangimento

De um aplauso falso e medíocre

Constante e solitário, insolente

A observar com dor tal instante

Ao silêncio, das trevas oculto

De um pequeno mas doce toque

De um pequenino, mas forte e guerreiro

A dizer-me, repetindo

Fuja... corra... pra longe

Por dentre o túnel, buscando por mim

Um sopro de vida

E um olhar entristecido

Encontrará, ainda que esquecido

Aquele riso... e eu.

bete online
Enviado por bete online em 16/09/2010
Código do texto: T2501507
Classificação de conteúdo: seguro