Na platéia, eu
Há um palhaço assistindo aquela cena
Um riso, já sem graça, a lhe sair dos lábios
A boneca de pano, a acenar da estante
Fazendo-o chorar...
Na platéia, eu
Sem o menor constrangimento
De um aplauso falso e medíocre
Constante e solitário, insolente
A observar com dor tal instante
Ao silêncio, das trevas oculto
De um pequeno mas doce toque
De um pequenino, mas forte e guerreiro
A dizer-me, repetindo
Fuja... corra... pra longe
Por dentre o túnel, buscando por mim
Um sopro de vida
E um olhar entristecido
Encontrará, ainda que esquecido
Aquele riso... e eu.