A invenção do Mito

Mito

Khalil era um azarento. Palestino, condenado a prisão perpétua numa prisão judaica. Ao fim de dois anos estava com sua sanidade bestificada. Este foi o meio que seu cérebro achou para suportar os horrores físicos e emocionais do cotidiano do enclausuramento.

Sob um sol abrasador ele cuidava dum arremedo de horta. Herança de seu companheiro de cubículo. Foram tudo um para outro por quase vinte e quatro anos. Qualquer objeto que encontravam no pátio, jogado pelos guardas, era transformado em patéticos objetos de decoração. Nada era desperdiçado e tudo guardado. Até mesmo a esquálida roseira quando morreu e secou, eles desmembraram os galhos e com todo cuidado fizeram círculos e dentro punham os parcos restos de comida, evitando assim que ratos e salamandras se aproximassem.

Certa tarde, Khalil olhava o infinito limitado pelas paredes de pedra, se esforçando para não dormir ainda. Sua rotina era o status-quo de sua existência. De repente alaridos e passos pesados se aproximavam de seu canto.

- Amanhã tem mais, traidor!! Descansa que esta é tua última noite!

E alguém barbaramente espancado e jogado no chão do cubículo.

Khalil, como um chipanzé curioso, se aproxima do espancado que consegue gemer apesar de ter os lábios inchados e profusamente sangrando. Restaram-lhe poucos dentes. Seu nariz está horrivelmente retorcido. Seus supercílios e pálpebras estão tão inchados que parecem duas bolas de pingue-pongue no lugar dos olhos. Lacerações por toda a cabeça fazem os bastos cabelos crespos grudarem ao crânio com o sangue empapado.

-Água... por favor, água!

Khalil o ajuda a tomar uns goles. O moribundo delira. Diz que seus amigos irão libertá-lo. Seu pai e seus dois irmãos já fizeram os planos. Khalil avalia as condições daquele resto de corpo humano e ao tentar acomodá-lo, descobre que ele tem alguma costela quebrada.

Já perto do amanhecer Khalil o despe e limpa toda a sujeira sanguínea, todo pedaço de pele e tecido do espancado. Em seguida se despe ele próprio e veste o espancado com sua roupa trapenta. Depois veste os trapos fétidos e ensangüentados e se atira insanamente de encontro as paredes até seu rosto ter quase a mesma aparência inchada daquele outro infeliz. Para dar o toque de elegância, enfia pedaços de pele pelos cabelos e por detrás das orelhas. Faz isso com as mãos tremulas de excitação e medo.

-Cão traidor! Chegou tua hora!!

Dois guardas corpulentos suspendem Khalil pelas axilas, enquanto um terceiro, que tem um chicote na mão, parece ser o chefe. Ele olha em volta e vê o outro prisioneiro que ainda dorme ou finge dormir deitado de costas para a cena. Seus olhos caem no estranho cesto de comida em cima do que parece ser uma prateleira. E num lampejo, sem se importar com os espinhos, agarra o tal cesto e enfia na cabeça de Khalil.

- Pronto! És coroado o Rei dos Judeus!

- Por Baal! - pensa Khalil, enquanto a multidão o injuriava, atirando todo tipo de dejetos – ...o quê aquele amaldiçoado fez... pra despertar tanta ira do próprio povo?

Khalil era um prisioneiro, não judeu, em Bethsalen. Durante a madrugada, um homem barbaramente espancado foi jogado na mesma cela em que ele estava. O espancado lhe dissera, proferindo as palavras com dificuldade, que os amigos viriam libertá-lo. Khalil imaginara que o pobre miserável não viveria mais do que algumas horas. Assim, ele feriu a si próprio e trocou os andrajos com os trajes relativamente bons do quase moribundo.

A multidão via naquele espetáculo a válvula de escape pra todo rancor da miserável vida que levavam, da brutalidade romana ao escárnio que as próprias autoridades judias faziam com eles. O ódio era tanto que, menos de 24 horas antes, eles escolheram um assassino, tão miserável quanto eles, para ser libertado e, em seu lugar, sentenciaram à crucificação um jovem homem que aparentava ter conhecimentos e se dizia enviado do Messias. O cônsul romano se esforçou para salvar o jovem da morte, mas a turba incitada pelos seguidores do Sanhedrin, exigia que a vontade deles fosse acatada como determinava as tradições da Páscoa.

Madalena reconhece alguns outros rostos pesarosos entre a multidão bestificada. São os seguidores do jovem nazareno condenado, Iesus. Ela vê seu mestre tombar com a pesada viga de madeira no ombro e enquanto ele é chicoteado pelos guardas romanos. Ela manda sua amiga Verônica levar-lhe um pouco d´água .

Khalil vê através de suas pálpebras inchadas uma jovem que se agacha ao seu lado lhe oferecendo uma cumbuca. O guarda romano ordena que se afaste, mas a impetuosa Verônica ainda enxuga os suores e o sangue coagulado da testa de Khalil. O romano a agarra e a empurra para o lado, esbravejando ameaças. Madalena, um passo atrás, vê claramente a face deformada do condenado.

Ele viverá! Ele viverá! – Ninguém nota aquela mulher gritando tentando abrir seu caminho na direção oposta da multidão que urra enlouquecida. De repente alguém agarra seu braço e a puxa para um beco, encostando-a no vão de uma porta.

- O que falas, louca mulher? Queres que os outros nos reconheçam, cadela rameira?

- Oh! Meu senhor Iudas... eu vi...eu vi! Não é o mestre que estão levando...

- És louca, prostituta! – Iudas Iscariotis raivosamente esbraveja junto ao, ainda belo, rosto da antiga cortesã, no fundo desejando que fosse verdade o que Madalena dizia. Os olhos marejados dela lhe contam a verdade. Iudas não se controla e cai num nervoso pranto. Treme tanto que é necessário que a surpreendida Madalena o abrace e maternalmente o console.

Alguns minutos depois, já sentados e observando por entre as paredes do beco algumas pessoas passarem correndo e gritando, Iudas com o olhar perdido, relembra o começo de tudo...

- Seu pai falou-me sobre sua insatisfação com o jugo desses infiés romanos. Não tenha medo de responder se for verdade...

Iudas sentia-se, ao mesmo tempo, amedrontado e exultante. Yusseph, um dos 71 juizes do Sanhedrin, vestido somente com sua toga branca com faixas encarnadas, mas com a cabeça descoberta, lhe faz a dita retórica.

A um aceno, Iudas se levanta de seu genefluxo e senta na banqueta que o sacerdote lhe indica. A família Iscariotis vivia nas terras de Aerimathea, propriedade da família de Yusseph, descendentes diretos de Macabeus, um dos patronos da nação israelita.

Kaiffas, o sumo-sacerdote do Sanhedrin, estava cada vez mais poderoso, Já conseguira triplicar seu mandato de quatro anos, eliminando qualquer um que se atravessasse em seu caminho para afastá-lo do comando do Ab Beth-Din, o grande conselho das leis judaicas.

Yusseph, diplomata nato, aproximou-se de Pontius Pilatis, cônsul geral romano na Judéia e Alexandria.

Pontius era sanguinário, ganancioso e sem escrúpulos. Odiava sua situação de governador daquelas terras. Desprezava acintosamente aquele povo, tanto que preferiu morar em Cesária, cidade fora a que seria chamado, domínio israelita. Seu comportamento já despertara a animosidade de Trajano, o imperador. Rumores e queixas de representantes da nobreza israelita lhe chegaram aos ouvidos sobre o achincalhe e o surrupiamento de bens que Pontius lhes impunham.

Yusseph queria a queda de Kaiffas. A canalhice de Pontius lhe serviria de alavanca para esta queda. O imbróglio seria mover parte da sociedade contra as determinações, com bases na Cabala, que Kaiffas sabiamente distorcera para extorquir os fies.

Kaiffas estabelecera o termo “bom judeu”. O judeu comum para adentrar ao Templo tinha que seguir certas regras e pagar por elas. Mesmo assim, só se tornaria um bom judeu após o banho sacerdotal. A maioria se arruinou para pagar o tal banho.

Yusseph instruiu Iudas, que partiu imediatamente para Nazaré. Em pouco tempo, graças a seu espírito de liderança reuniu doze homens jovens, que apesar da ignorância escolar se sobressaiam pela capacidade de liderar e de obedecer.

Um deles, Iesus, tinha carisma muito particular de convencer as pessoas. Sua personalidade era tão forte que Iudas, para bem do propósito a que se dispunham, achou por bem se tornar a sombra dele, fazendo o culto a personalidade de Iesus cada vez mais forte entre os campesinos. Mas o verdadeiro talento de Iesus aparecia quando os treze homens chegavam à algum vilarejo ou mesmo cidades e se deparava com os argumentos enraizados das leis judaicas dessas coletividades.

- Não se deve pagar para se alcançar os céus! Lá não existe dinheiro! O reino do Céu está aberto a todo homem de boa vontade! Sê bom com os teus, pois somos todos iguais à presença da bondade!! – Assim pregava Iesus para um povo que só conhecia a maldade de seus governantes e a crueldade de sua religião.

- Um dia antes da Páscoa, entrarás em Bethsalen montado num jumento, como está escrito nas profecias de Ieovah, “o Messias chegará a cidade montado num jumento...” – diz Iudas a Iesus -

...Esta será o começo das provocações aos fariseus. Depois você prega para os incautos nas cercanias do templo como o verdadeiro messias.

- Não creio que somente pregar pra uma massa imbuída momentaneamente de fanatismo religioso fará algum efeito...Precisamos de algo mais...De um tumulto!- exclama Iesus com os olhos brilhando.

-Deixo ao teu arbítrio esta tarefa – responde-lhe Iudas - Em seguida irei até os conselheiros e dizer-lhes quem és tu.

Ao ser preso, nada fales. – continua Iudas - Esperas que haverá um julgamento público com a presença do Cônsul Romano, onde farás tua defesa nos moldes que vimos fazendo por toda a Judéa. O Cônsul te absolverá, promovendo assim a derrocada de Kaiffas. Meu senhor, Yusseph tomará o lugar de Sumo-Sacerdote. Ele fará as reformas necessárias tendo a você como escriba, uma posição deveras importante dentro do Sanhedrin. Eu irei administrar as terras de meu senhor em Aerimathea. O cônsul romano deverá receber seu quinhão. Que assim seja e assim será!

Mas os deuses tinham outro destino para a humanidade.

Iesus está um pouco mais afastado do grupo de seguidores e medita. Preocupações são muitas. Todo plano está agora nas mãos do cônsul romano.” Mas, tudo dará certo”. Iesus rememora desde os tempos em Nazaré, as constantes viagens e como era árduo sobreviver com a parca comida que conseguia. Assim eram todos em sua aldeia. Porém, os sacerdotes e todos envolvidos com o Templo Judaico eram altivos e bem alimentados. Eram até mais saudáveis que alguns romanos.

Durante anos Iesus vinha suportando o escárnio daqueles conquistadores e o desprezo da nobreza judaica. Assim quando surgiu Iudas e os reuniu como um grupo, Iesus descobriu-se como um líder. Ele sentia a mesma revolta intíma encruada que todos tinham, mas por uma razão ou por outra, se acovardavam. Iesus então passou a lhes dar animo, falando de um novo mundo, de um novo Iaffe. Ele próprio não acreditava em deus nenhum, mas sabia que um ser intocável, celestial era a fantasia de salvação para aquelas pessoas, sua gente.

Pra mostrar-lhes o quanto cada um podia fazer por si próprio e pela comunidade, Iesus se nomeou como filho de Iaffe, querendo na verdade mostrar a todos que o mesmo podia ser com qualquer um deles. Todos eram filhos desse novo deus.

No fundo, Iesus se preparava para chegar ao Senhadrin conforme o mestre de Iscariotis havia prometido. Iesus sabia que com o passar do tempo, o povo se cansaria de seus discursos e voltariam à condição de amebas humanas. Era esta sua preocupação que lhe afligia. Iesus sabia muito bem que nada mudaria e ele seria incapaz de mudar as leis judaicas. Ele temia por sua família quando o povo descobrisse que ele não era nada mais nada menos que uma fraude.

Agora, ele estava ali, agachado, esperando a hora que os guardiões fariseus do Templo viessem capturá-lo. Ele suava profusamente e por alguns instantes sentiu sangue sair pelos poros de seu rosto. Iesus não tinha idéia do que fosse hematidrose e pressentiu aquilo como mau presságio.

- Se não é Iesus quem está carregando aquela viga...- raciocina Iudas – então ele deve estar na cela da prisão pra onde o levaram ontem à noite!!

Maria Magdalena e ele estão em um beco de Bathsalem divagando sobre todo o acontecido desde da manhã do dia anterior, naquela Páscoa. Os dois não podem demonstrar que são seguidores de Iesus. Há riscos de serem linchados pela multidão. Iudas aos poucos vai deduzindo as causas por ter dado tudo errado.

Yussef e Pilatis não contavam com o forte poder de Kaiffas e Anahs perante o povo e seus maiores trunfos, a promessa de baratear os custos do banho de purificação e uma legião de escribas bem pagos e seus parentes para agitarem toda aquela massa de farrapos humanos descontentes e supersticiosos.

- Bom, ainda há tempo de salvá-lo...- levanta-se Iudas e sai caminhando sem olhar pra trás, deixando a aturdida Magdalena aos poucos procurando refúgio em sua loucura.

- Pronto!! Agora nos dê o restante das moedas de prata! – Ahasuerus, o enorme carceiro judeu, entrega a Iudas uma massa de restos humanos, sangue e trapos fétidos. O pequeno saco contendo o resto das trinta moedas passa pras mão do carcereiro, enquanto Iudas apara Iesus, embora irreconhecível de tanto inchaço, ainda respirando. Chorando copiosamente de dor pelo sofrimento que seu amigo passou, Iudas consegue acomodar Iesus em suas costas e o leva para uma das cavernas que abundam ao redor da cidade. Com muito sacrifício Iudas faz Iesus beber um pouco de água com vinagre. Iesus tem o olhar parado, não pisca por um segundo. Iudas passa sua mão pela fronte de Iesus baixando até a ponta do nariz, fazendo seus olhos fecharem.

- Assim é melhor... ele precisa descansar.

Iesus está em choque. Por pouco não entrou em coma. Mas definitivamente, o cérebro dele se apagou. Iudas nunca perceberá que seu amigo é agora um débil mental. Ele deixa uma bilha d´água e alguns mantimentos e sai da caverna, cobrindo a entrada com galhos secos de oliveira. Segue para casa de Yussef de Arimathea.

- Não tive culpa. Você viu que fiz o possível – Poncio Pilatus anda calmamente pelo terraço da casa de Yussef, rangendo suas elegantes sandálias de couro de carneiro -...Portanto, o resto das onças de ouro devem estar na minha caravana antes de eu partir!

Yussef balança a cabeça concordando. Ele apostara alto. Apostara contando com a fortuna de Kaiffas e Anahs. Sua família, em Arimathea, agora teria que cobrir a parte que faltava. Em suma, Yussef estava arruinado.

Cartaphilus, eunuco e guarda costas de Pilatus anuncia discretamente a ambos que alguém chamado Iudas, insiste em falar com o senhor da casa, mesmo depois de ter levado umas bofetadas. Yussef desce até o pátio e encontra Iudas caído no chão em posição fetal. Não foram bofetadas. Foram socos na barriga que lhe aplicaram.

- Iesus está vivo!! Algum milagre aconteceu. Aquele que está crucificado é outro!!

- Tem certeza? – Os olhos de Yussef perscrutam a face de Iudas procurando algum sinal de loucura – Será que ele falou alguma coisa ligando vocês a mim?

Iudas perde o fôlego escutando o que Yussef diz. Então, medo e terror se misturam com a aflição do jovem homem. Ele não se controla e tenta abafar com as mãos os urros de desespero e choro convulsivo. Iudas se descobriu abandonado. Nada lhe resta. Yussef se assusta com a atitude de Iudas, mas logo se recompõe. Enlaçando Iudas pelos ombros o leva a sentar até um banco de pedra, chama um criado e manda trazer água. Em seguida sobe até o terraço e conta tudo a Pilatus.

- Eu o condenei sem motivos naquela hora. Agora há motivos...

- Sim. Sua morte agora é necessária. Ordene que seus soldados retirem o corpo do impostor da cruz e o leve para o mausoléu da minha família. O resto será feito para que tudo seja esquecido.

- Não mates teu servo agora. Deixe-o mostrar onde o outro nazereno está...

O eunuco volta com o embornal com comida e dinheiro que Yussef tinha mandado entregar a Iudas, na intenção de fazê-lo ir e revelar onde Iesus sem encontrava. Dois assassinos o seguiriam.

- Ele partiu. Não deixou pista nenhuma...

Iudas, do alto de sua paranóia, cada coisa existente na terra conspira para matá-lo e a Iesus. Consegue encontrar um fétido beco sem saída e se esconde entre os entulhos. Até os ratos ali parecem que lhe encaram, esperando a hora para atacá-lo. Alguns metros adiante ele vê passar uma dupla com roupas paisanas, mas se revelando serem centuriões, devido suas alpargatas e o saiote de pontas de couro.

- Não vai adiantar...Mais cedo ou tarde vão me encontrar...Serei torturado até contar onde está Iesus! Só há um meio de salvá-lo...

- Ele enforcou-se antes que o encontrássemos...- Yussef escuta-os com a expressão amuada. Os vincos em sua testa ficarão permanentes agora.

Três dias depois Magdalena está no Monte das Oliveiras, chorando e ao mesmo tempo desejando saber o que acontecerá com sua vida agora. Ela sente a presença de alguém as sua costas, se vira e se assuta de terror ao ver o rosto deformado de Iesus e seu olhar petrificado. Abafando um grito, ele avança em direção a Iesus na intenção de afagá-lo. Naquele corpo sem essência algum instinto de medo o impede de discernir o que é afago ou pancada. Assim ele recua apavorado e desaparece. Magdalena correu a avisar aos outros. Ninguém acreditou no que disse.

Não se sabe como, ela atravessou o Mediterrâneo e se tornou uma ermitã em Provence, tendo somente como vestimenta seus longos cabelos que iam até os pés.

Yussef foi para a Gália. Lá se encontrava hulha mineral a flor da terra. Também teve a chance de criar seu próprio deus e ter seus próprios seguidores. Praticamente se tornou rei de uma grande extensão de terras, onde hoje é a cidade de Glastonbury.

Poncius Pilatus suicidou-se três anos depois. Antes caiu em desgraça aos olhos do Imperador Trajano.

Cleofas e seu filho vão em direção a cidade de Emaus. No caminho encontram um mendigo. Param para fazer a última refeição do dia e num ato misericordioso, como Iesus assim o faria, chamam o mendigo pra compartilhar a ceia. Logo que o mendigo acaba de comer o que lhe deram, ele se levante e desaparece na escuridão da estrada. Cleofas não reconheceu seu sobrinho, Iesus.

Este teria sido o insípido final se trinta anos depois Saulo de Tarso, usando o mito Jesus, não tivesse criando a mais humanista manifestação intelectual que iria dividir o Ocidente.