Um Duende Debaixo da Cama III
E de fato, à partir daquele dia, Mário dormiu no quarto do filho. Chegava do seu trabalho, jantava, assistia um pouco de televisão ao lado da família, dava um beijo na esposa e outro no filho e dirigia-se ao pequeno cômodo religiosamente às 11:30h da noite. A princípio não conseguia dormir facilmente, ficava pensando nas descrições da criaturinha que Leozinho dizia ver quase todas as noites. "Será que ela existe?" Indagava-se, puxando as pernas para o centro da cama. "Será que ele quer algo da minha família?" Pensava, cobrindo-se por completo, mais pelo medo do que pelo frio do Inverno.
Essas preocupações foram se dissolvendo com o passar das semanas e por conseguinte Mário logo começou a pregar para seu filho que não existiam fantasmas nem tampouco duendes. Que houvera dormido tranquilamente lá e mentia que em nenhum momento teve medo. Contudo, no penúltimo dia que dormiria na cama do filho, convidou o dito cujo para acompanha-lo na cama a fim de dormirem juntos. Queria provar, definitivamente, que não existia nada de sobrenatural naquele local.
O garoto aceitou com um certo receio, alegou que a criatura apenas esperava um momento oportuno para voltar a aparecer e ataca-lo. A mãe dele também não gostou da proposta paterna, julgava que o menino ainda não estava preparado para voltar ao quarto. Porém, o pai insistiu e a mãe cedeu, não aguentava mais dormir sozinha, queria seu marido de volta. E intimamente torcia para que a idéia de Mário desse certo. Não aguentava mais aquele problema.
- Vamos, meu filho, você vai ver que estou com a razão. - Disse Mário, puxando o garoto pelo braço e o levando para o cômodo infantil.
- Mas, papai, o duende ainda esta debaixo da minha cama. Eu sei disso.
- Que duende, menino! Não tem nem duende, doente, nem Bob Esponja, nem Os Sete Anões e nem nada. Ora, acalme-se, você vai dormir comigo. Quero acabar com seu medo. - Falou o pai ligando a luz do quarto.
Continua em Breve.
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