ANITA
Vê-la daquela forma era excitante, extasiante. Seu corpo delgado, de uma brancura divina, fazia-me imaginar em véus de seda.
A íris era incrível. Igualava-se a uma nebulosa celeste. Podia-se ser vista de longe, como o olho de um felino que brilha no escuro.
Seus lábios inebriantes. Doces. Quem os vê sentia a ânsia em beijá-los.
Seus seios. Ah, seus seios. Apetitosos, rosados, britânicos, macios, lúgubres.
Sua pele sedutora, lisa, convidativa. Conseguia imaginar minha áspera mão a tocar-lhe. Como um animal que tenta reconhecer o ambiente em que vive.
O seu sexo. Ah, sim. Sua vagina com lábios grossos e rosados. Expelia líquido com gosto almiscarado. Posso sentir-lhe o sabor. Imagino beijando-a como se fosse uma boca.
Era magnífica.
Uma madona.
Desvio o meu olhar e procuro o responsável.
- Ali está.
Ando em sua direção. Toco em seu ombro. Virando-se para mim com um olhar cortez, pergunta:
- Em que posso ajudá-lo?
Respondo-lhe:
- Aquela pintura intitulada "Anita", muito me agrada. Gostaria de levá-la.
Sentia-me pedindo, em casamento, a mão de minha amada ao orgulhoso pai.
E assim a levei ao meu quarto. Nossa lua-de-mel. Pendurei-a na parede e a avaliei novamente.
- Minha ninfeta. Minha Anita.
Despido iria consumar o meu amor.
Magia seria a palavra correta. Com movimentos curtos, pele suada, boca entreaberta, olhos fechados e a imaginação às alturas.
Era a flor do amor aflorando-se em meu ego; na minha vida.
Fora a única mulher que amei, e a única que consegui chegar ao gozo plenamente.
Nunca conheci o amor antes, mas agora sabia que ele existia.
Deo Odecam.