Cristina.

- Às vezes eu me pergunto, por que, estou assim...sem rumo, na contramão, sem teto, ou por vezes sentada à beira do caminho.

Cristina apertava as mãos contra o peito ao dizer isso, parecia muito perdida mesmo, não era só um tipo de atriz, que por ela ser, ela estaria fazendo, não, ela estava mesmo sentida...

Mas Júlio não entendia muito aquilo, já que Cristina, tinha tudo que alguém imagina como bom, melhor, ótimo...excelente...

Ele pensava, e mantinha seus olhos fixos em Cristina, que não parava de se lamentar, e apertava as mãos contra a cabeça, agora.

O rapaz olhava para ela, e continuava divagando, como uma mulher tão linda, e jovem, fascinante atriz, (dessas de verdade, não modelos pré-fabricadas), moça fulgurante, poderia estar tão depremida, e ele um cara pobre, bom ator, bom estudante, não sentia nenhuma nóia...nenhum stress, porém um pouco de inveja em doses bem homeopáticas ele sentia sim, às vezes de quem tinha grana.

Cristina continuava ali, sentada, calça jeans, jaqueta de couro sintético, camiseta branca por baixo, óculos de sol de marca famosa, e chinelos de couro, cabelo castanho claro preso no alto, unhas roídas, pele alva, boca pequena, e um anel de prata com pedra que envolvia seu polegar...ela sorria, e nervosa continuava a narrar suas aventuras na Terra da depressão...depressão que lhe corroía a alma a ponto da mesma tomar medicamentos há dois anos.

continua............

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 09/05/2010
Código do texto: T2246282
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