A BRUXA DA MONTANHA
Numa montanha morava uma velha bruxa carnívora, que costumava devorar todos os que se aventuravam a passar pelas proximidades da sua cabana. Erra o terror do local. Um dia um caçador, inadvertidamente, se perdeu na floresta próxima à casa dela. Estava frio e ele resolveu fazer uma fogueira. Enquanto ele estava se esquentando, chega a velha bruxa, com ar amável, senta-se ao pé do fogo e tenta puxar conversa.
― Está fazendo um frio dos diabos, não está?
O caçador não responde, mas pensa: “ Essa é amaldiçoada bruxa carnívora, vou botar fogo nela.”
―Então vais botar fogo em mim?― pergunta a velha bruxa.
O caçador não responde, mas pensa: “Vou dar-lhe um tiro de espingarda.”
―Então pretendes matar-me com um tiro de espingarda? ― pergunta a velha bruxa.
O caçador não responde, mas pensa: “Essa desgraçada adivinha tudo que eu penso. Ela vai me devorar.”
― Então estás com medo que eu o devore, não é?
O caçador não responde, mas desta vez resolve também não pensar em nada. Fica em posição de lótus e esvazia completamente a mente.
―Que vais fazer agora? Perguntou, desconfiada, a velha bruxa.
O caçador pegou a espingarda e sapecou-lhe um tiro no coração.
A velha bruxa morreu instantaneamente.
Esse é um antigo koan zen. Na moderna psicologia equivale ao famoso “não levante a sua mão esquerda.” O não é um vício de linguagem que nos diz para fazer exatamente o contrário do que não queremos fazer. Pois toda vez que damos uma ordem negativa à nossa mente ela tem que representar internamente exatamente o contrário daquilo que lhe está sendo ordenado. Assim, ela não pode não fazer alguma coisa sem primeiro saber como é fazer. Isso é uma conseqüência da forma como ela é estruturada. Pense nisso toda vez que quiser que seu filho não faça alguma coisa. Se você lhe disser que não faça, ele primeiro terá que pensar em fazer para só depois saber como é não fazer. Então, ao invés de ensinar-lhe a não fazer, você, na verdade, está reforçando o comportamento que que gostaria de evitar. Ao invés do não, ofereça-lhe alternativas que lhe possam dar o mesmo resultado que ele pretende..
Numa montanha morava uma velha bruxa carnívora, que costumava devorar todos os que se aventuravam a passar pelas proximidades da sua cabana. Erra o terror do local. Um dia um caçador, inadvertidamente, se perdeu na floresta próxima à casa dela. Estava frio e ele resolveu fazer uma fogueira. Enquanto ele estava se esquentando, chega a velha bruxa, com ar amável, senta-se ao pé do fogo e tenta puxar conversa.
― Está fazendo um frio dos diabos, não está?
O caçador não responde, mas pensa: “ Essa é amaldiçoada bruxa carnívora, vou botar fogo nela.”
―Então vais botar fogo em mim?― pergunta a velha bruxa.
O caçador não responde, mas pensa: “Vou dar-lhe um tiro de espingarda.”
―Então pretendes matar-me com um tiro de espingarda? ― pergunta a velha bruxa.
O caçador não responde, mas pensa: “Essa desgraçada adivinha tudo que eu penso. Ela vai me devorar.”
― Então estás com medo que eu o devore, não é?
O caçador não responde, mas desta vez resolve também não pensar em nada. Fica em posição de lótus e esvazia completamente a mente.
―Que vais fazer agora? Perguntou, desconfiada, a velha bruxa.
O caçador pegou a espingarda e sapecou-lhe um tiro no coração.
A velha bruxa morreu instantaneamente.
Esse é um antigo koan zen. Na moderna psicologia equivale ao famoso “não levante a sua mão esquerda.” O não é um vício de linguagem que nos diz para fazer exatamente o contrário do que não queremos fazer. Pois toda vez que damos uma ordem negativa à nossa mente ela tem que representar internamente exatamente o contrário daquilo que lhe está sendo ordenado. Assim, ela não pode não fazer alguma coisa sem primeiro saber como é fazer. Isso é uma conseqüência da forma como ela é estruturada. Pense nisso toda vez que quiser que seu filho não faça alguma coisa. Se você lhe disser que não faça, ele primeiro terá que pensar em fazer para só depois saber como é não fazer. Então, ao invés de ensinar-lhe a não fazer, você, na verdade, está reforçando o comportamento que que gostaria de evitar. Ao invés do não, ofereça-lhe alternativas que lhe possam dar o mesmo resultado que ele pretende..