berço emboaba

BERÇO

EMBOABA

WAGNER CRISO

SUMÁRIO:

( Parte 1 )

- Janeiro

(Parte2 )

- Assim começou

( Parte 3 )

- Sonho real

( Parte 4 )

- A cada quatro páginas, um conto

( Parte 5 )

¬ - O observador

( Parte 6 )

- Dormitório bagunçado

( PARTE 1 )

- JANEIRO

JANEIRO

- Raios, relâmpagos e trovões, clareavam e estremeciam tudo lá fora.

Uma tempestade arrasadora, fazia escorrer pelas ruelas calçadas por pedras naturais, ondas fétidas de enxurradas, que avançavam sobre paralelepípedos, lapidados a mão.

Como um felino que não come a vários dias, e consegue capturar finalmente, uma presa maior que a necessidade de saciar tua fome.

A enxurrada destroçava ferozmente, em minutos, anos de mão-de-obra do construtor artista, que sob o astro rei forte, acentou lajota por lajota daquelas ruelas calçadas por pedras antigas.

Ventos fortes e destrutivos, de mais de oitenta quilômetros por hora, dobravam árvores grossas, fazendo bater as copas no chão molhado.

Como se dobra um canudo de papel, as árvores florais, iam sendo dobradas uma-a-uma.

O caus tomava conta de todo um pequeno município histórico das terras das Minas Gerais, e devastava sem piedade, o bairro chamado de Córrego Machado.

Nome dado ao bairro do pequeno município, por abrigar em seus limites territoriais, um córrego de águas límpidas, que hoje já não se vê mais! As margens assoreadas e a poluição causada por mãos inconscientes humanas,deram uma nova paisagem desesperadora a aquele córrego. Que só quem o conheceu límpido e belo, sabe como era a tua beleza.

Mas a tempestade devastadora e os ventos fortes, continuavam soberanos lá fora.

Era impossível ver o azul celestial dourado, que de lá do alto da serra de ferro, parece ser mais intenso, que em qualquer outro lugar do planeta azul, que nos segura na imensidão do espaço.

Uma neblina cinza e fria, tomava conta da bela paisagem, que parecia ser mais forte sobre um casarão antigo, que se localizava na altura do número quinze da ruela, também chamada de ruela, Córrego Machado. Como o nome do bairro e do córrego que o atravessava.

A tempestade que parecia ser mais impiedosa sobre aquele casarão antigo, despejava em abundância desnecessária, sobre as velhas telhas cumbuca, milhares de metros cúbicos de água gelada e toneladas e mais toneladas de granizos petrificados.

Ninguém entendia o porquê de uma tempestade tão devastadora, estar castigando aquele lugar. Como se quisesse impedir um acontecimento futuro, como se não quisesse deixar acontecer o inevitável.

Mas mesmo com as negativas daquela cruel tempestade, entre as paredes do casarão antigo,uma jovem e bela mulher, entrava em trabalho de parto.

Dentro do velho casarão, a furiosa tempestade ainda não havia penetrado totalmente. Além de algumas pingueiras existentes nas antigas telhas cumbuca, que não chegavam a incomodar, pois paravam no forro feito de palha.

Gritos e correrias, abafavam os sons dos trovões vorazes, que naquela noite, pareciam estar mais ferozes e fortes.

Os deuses deveriam estar arrependido de ter permitido tal acontecimento catastrófico.

Mesmo assim, a jovem e bela gestante, sentia estourar em seu ventre a bolsa genitora.

Com o suor escorrendo pela testa, os lábios se mordendo, esperava como uma mulher forte, como era! Para ser socorrida.

A cruel tempestade devastadora continuava forte lá fora, sem querer recuar ao menos por alguns segundos, para que o socorro fosse executado com sucesso.

Lá fora, em meio ao caus, uma Rural esperava heroicamente, para auxiliar no socorro da jovem e bela mulher gestante. E de dentro do automóvel, já fora de linha a tempos! O motorista determinado, esperava ansioso, pela linda gestante que iria levar ao hospital.

Sob os berros blasfemosos do velho senhor, que apesar de ter mais de sessenta anos de existência, era marido da bela e jovem mulher.

Lá fora, apesar dos gritos blasfemosos, como que sorrindo do sofrimento alheio, a desrespeitosa tempestade não queria ceder! Então com a ignorância que lhe era peculiar. O velho senhor, envolveu a bela e jovem mulher gestante, em uma capa plástica, e a levou para o automóvel. Que nas grandes cidades e também no interior, se via muitos. Hoje não se vê nem mais um!

E o socorro teve início, e a Rural se negava a dar a partida na ignição, e o determinado motorista, quase foi levado pela fétida enxurrada, tentando dar a partida manual no motor da rural.

Enfim, o automóvel começou a se locomover, e com muitas dificuldades se dirigia para a Santa Casa de Misericórdia do pequeno município. Que se localizava a pouco mais de sessenta quilômetros da Capital das Alterosa. Do mais belo dos horizontes.

O pequeno município, que hoje na verdade, é uma cidade turística, que tem em seu acervo, obras do Mestre Aleijadinho. E que é protegida pela Serra da Piedade, a serra Santa, que convive harmoniosamente com o passado da sua Igreja barroca e com o futuro da sua Igreja de paredes de vidro.

O ar que se respira na Serra da Piedade e em todo o pequeno município, é diferente do ar que se respira pro aí!

Mas mesmo com a forte tempestade devastadora, que parecia não querer permitir o acontecimento futuro, enfim, a Rural chegou a porta da Santa Casa de Misericórdia.

E sob os gritos de dor da forte, bela e jovem gestante, sob o signo de aquário, nasceu mais um sonhador. Protagonista destes contos.

O choro do recém nascido era ouvido, um choro diferente e constrangedor.

Socorrido pelo Médico de plantão, o cordão-umbilical ali mesmo foi cortado. No banco traseiro da rural, na porta da Santa Casa de Misericórdia, mesmo com o nervosismo do velho senhor, marido da jovem e bela mulher , guerreira de ferro.

Em um pequeno município das Gerais, chamado na época, de Vila nova de Caeté, berço da guerra dos Emboabas.

Nasceu o que parecia não poder nascer!

E como se a tempestade devastadora, tivesse sido vencida. Como se as águas das nuvens carregadas, tivessem acabado. Como se os granizos petrificados, tivessem derretido, a forte chuva desnecessário parou!

Estrelas cadentes e não, na imensidão celeste, brilhavam intensamente, como não brilhavam em nenhuma outra parte do planeta.

A lua, astro mãe, também veio dar o dom da sua graça.

Vieram parabenizar ou chorar pelo acontecido que quase foi impedido, e que parecia mesmo não poder acontecer!

Era por volta do vigésimo quinto dia do mês de janeiro, por volta das zero horas.

Sinos da Matriz. Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso. Erguida pelo Mestre Aleijadinho.

Tocavam as vinte e quatro badaladas.

O silêncio que era tumular, naquela noite fria e chuvosa, havia sido interrompido pelos sons mineiros dos sinos da Matriz Mas logo voltou a imperar nas ruelas, calçadas por lajotas artesanais. E em todo o pequeno município das gerais.

Nomes para o recém nascido eram escolhidos. Sugestões de nomes eram dadas. O nome Juarez, não se sabe por qual motivo, pelo velho senhor de mais de sessenta anos de vida,marido da jovem e bela mulher, foi escolhido!

Já na porta da Santa Casa de Misericórdia, o batizado de Juarez, era marcado para a igreja Matriz de nossa senhora do Bonsucesso.

E assim seguiu o acontecimento. Que nem mesmo a Mãe natureza, sabia se era bem vindo ou não.

Imagina-se que todo nascimento deve ser comemorado. E que toda morte deve ser esquecida, mesmo que a dor seja insuportável!

Mesmo sem saber se o recém nascido seria bom o mau, mais um Mineiro, Atleticano, Visionário e Aquariano, havia nascido.

Visionário que havia chegado para revolucionar uma família, de classe média. Mas comum, dos anos sessenta.

Uma família que até então, não havia em seus representantes, alguém que sonhava

tanto.

Na volta para o casarão antigo, que iria receber mais um morador. Sonhos inimaginários

para o futuro de Juarez, saiam da boca do Velho Senhor, que apesar de ter a ignorância como peculiar, sonhava alto!

A bela e jovem mãe, chamada Alice. Com um belo e aliviante sorriso nos lábios, que já não se mordiam mais, segurava a cria. Como se segurasse a linha da vida. Como se carregasse um vaso Chinês, raro e caro!

Livres da tempestade desnecessária e devastadora, que destruiu quase todo o bairro chamado de Córrego Machado. Os moradores do pequeno município, reconstruíam o que a fúria da mãe natureza havia destruído.

Entre o trabalho braçal pesado, e a hora de descanso, os vizinhos mais próximos do velho casarão, ia um-a-um, dar as boas vindas ao seu mais novo conterrâneo.

Os dias iam passando, cada vez mais quentes. O Astro Rei também parecia querer castigar os moradores do casarão antigo, de telhas cumbuca velhas. Lá fora, cigarras cantavam até estourar. O sol impiedoso, arrebentava com ódio demoníaco, os frutos das mamoneiras.

O Astro Rei, se encarregava de deixar o interior do velho casarão como uma estufa. Como que querendo desidratar o recém nascido, de nome Juarez, filho do Velho Senhor e da bela e jovem senhora, chamada Alice.

Impaciente, o bebê chorava. Um choro desesperador e triste. Parecendo querer dizer aos céus, que desconhecia a culpa por seu catastrófico nascimento.

Mas a realidade estava ali para mostrar a todos, nua e crua.

E então , como se os deuses tivessem ouvido o choro desesperador e triste da criatura inocente, ordenaram a mãe natureza que aliviasse o fardo pesado que fora imposto ao recém nascido, ao menos por enquanto.

A mãe natureza então, se compadeceu do pequenino Juarez, e seguiu naturalmente o seu percurso. Esquecendo a fúria imposta de outrora.

Juarez com o passar dos meses ia crescendo, saudável e bajulado por todos. O batizado, na igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso, erguida pelo Mestre Aleijadinho, foi realizado. E na fartura da festa do batizado, os Padrinhos escolhidos a dedo, se sentiam orgulhosos por terem sido os escolhidos. Sem saberem ainda, se firam o mal ou o bem!

Mas a infância de Juarez não foi só de acontecimentos ruins! Na medida que os anos iam passando, o mundo que o rejeitou, Juarez ia conhecendo.

Como toda criança, Juarez sorriu bastante. Também teve as doenças costumeiras que toda criança tem! Também foi vacinado! Também brincou na chuva descalço! Também pegou resfriado! Também apanhou de cinto e chinelo! Também encheu o velho casarão de alegria, quando aprendia a falar e a andar.

Teve o carinho incondicional dos Pais. Também dormia na cama dos pais, quando sentia medo do escuro.

Mas como na vida de Juarez, a desgraça parecia estar constantemente presente, aos quatro anos de idade, sem explicação, teve um começo de uma doença contagiosa.

Em toda a família, até então, ninguém havia contraído a dolorosa e destrutiva doença.

Mas o começo de lepra, consumia sem piedade, a matéria das pequeninas mãos de Juarez.

Noites de sono foram perdidas! Dinheiro sem fim, foi gasto!

Até que enfim , do começo de lepra Juarez foi curado.

Mas aos cinco anos, Juarez se tornou órfão!

O velho Senhor, marido da jovem e bela senhora chamada Alice, sem explicações, faleceu!

Deixando a sorte do mundo uma família de esposa e seis filhos pequenos.

Juarez não entendia o porquê do desaparecimento de seu pai. Sentia saudades! Queria o ver novamente!

Nem as brincadeiras com os irmãos e primos, o fazia esquecer do pai do pai.

Mas não havia remédio! Nem ainda há!

A saudade doía, e os dias iam passando tristes e solitários.

Então, acompanhado da mãe e dos irmãos, Juarez deixou Caeté, cidade berço da guerra dos Emboabas.

Vendo ficar para trás parte da sua infância, que iria se tornar cada vez mais difícil, com a ausência do Velho Senhor, seu pai. Juarez deixou choroso a menina de seus olhos.

Agora morava na Capital das Alterosas, no Curral Del Rey. Mais precisamente na zona oeste da grande metrópole!

Viveu com muitas dificuldades a sua infância escassa na periferia.

Mesmo assim cresceu fisicamente.

No início era como todo adolescente. Também perdeu a virgindade, com quem também não tinha experiência.

Como começou a trabalhar cedo, não tinha muito tempo para aprender outra coisa se não trabalhar.

Mas teve sonhos, teve vitórias e derrotas, teve decepções amorosas e também decepcionou!

Juarez então, cresceu, tendo altos e baixos. E continua esperando quase não se aguentando em pé, por um milagre Celestial.

E aos trancos e barrancos vai levando a vida, e deixando a vida o levar.

Desde JANEIRO de um ano passado qualquer!

~~~~~~~~~~~~~X~~~~~~~~~~~~~

( PARTE 2 )

- ASSIM COMEÇOU

Assim começou

- O ônibus de viagem deixava a rodoviária da grande metrópole. Da Capital das Alterosas.

Com destino ao sertão mineiro. Mais precisamente Pirapora, parando antes em Várzea da Palma. Onde era o destino de nosso inexperientes viajantes.

Da janela do ônibus de viagem, vendo ficar para trás a cidade onde cresceu, Juarez não imaginava o que poderia lhe acontecer.

Era a primeira vez que viajava a trabalho!

Com vinte anos de idade, mecânico de refrigeração e aventureiro por natureza.

A empresa de ar condicionado onde trabalhava, o confiou a responsabilidade de resolver os “pepinos”, e manter os contratos de manutenção com empresas da Capital mineira e do interior das Gerais.

O deram uma maleta de ferramentas, um guarda-pó e um capacete branco e escalaram um ajudante para o auxiliar nas viagens desgastantes.

Paulo, um militante do U.J.S, afiliado ao PCdB, remanescente dos pensamentos revolucionários dos anos sessenta. As vezes se achava um dos últimos Hippes.Fanático pela banda Legião Urbana, adorava as poesias de Renato Russo.

Foi através do Paulo que Juarez conheceu o trabalho do Renato Russo. Claro, junto com a Legião Urbana.

Para Juarez, Renato Russo foi o poeta maior de sua geração.

Paulo era gente boa. Falava pouco. Mas sempre sabia o que falava!

Era um companheiro e tanto para as viagens cansativas a trabalho que Juarez fazia pelo interior mineiro.

Juarez não imaginava o que o aguardava. Era a primeira vez que ele ficaria mais de quinze dias fora de casa. Longe da mãe que ele adorava tanto!

Mesmo assim, orientados pela empresa onde trabalhavam, com as reservas em hotéis e restaurantes feitas, o dinheiro das passagens e para alguns pequenos gastos, nas estradas e em Várzea da Palma, no bolso.

Partiram para o cumprimento de suas obrigações.

Em uma aventura, que para Juarez valeria a pena!

Pois o homem que não passa por todo tipo de situação na vida, não a vive por completo!

Viajaram por quase, ou mais de oito horas seguidas.

Descansado apenas nas paradas que o confortável ônibus de viagem fazia pelo longo caminho.

Paradas de dez minutos cada, em rodoviárias ou postos de gasolina, de algumas

pequenas Cidades do sertão mineiro, que faziam o caminho do objetivo de nossos aventureiros viajantes.

Era por volta das vinte horas de um dia qualquer! De um mês qualquer! De um ano qualquer!

Mas o ônibus de viagem contornava a praça principal de Várzea da Palma, cidade do sertão das Gerais, e parava em frente a uma pequena lojinha, onde vendiam passagem.

Na época, em Várzea da Palma ainda não existia rodoviária. E Juarez nem sabe se já tem. Essas viagens que ele fazia, foram a muitas décadas atrás, e a anos Juarez não voltou lá!

Juarez e Paulo desceram do ônibus de viagem, e como quem tem boca vai a Roma, logo chegaram ao hotel onde suas reservas estavam feitas.

O hotel ficava do outro lado da praça principal de Várzea da Palma, onde eles desceram!

Identificaram-se na recepção do hotel. Uma linda e sorridente recepcionista entregou a Juarez a chave de uma das suítes, com um farto freego-bar, duas camas de solteiro, uma televisão e algumas coisas mais.

Os dois subiram para a suíte e logo procuraram tomar banho.

Enquanto um tomava um demorado e refrescante banho, o outro desarrumava a sua mala.

Estava fazendo um calor dos infernos! Mas no sertão é assim mesmo!

De banho tomado, desceram para a recepção do hotel. A linda recepcionista, com um maravilhoso sorriso nos olhos e lábios, indicou o caminho do restaurante onde tinham reservas feitas. Juarez e Paulo se dirigiram para lá, onde jantaram, conversaram sobre assuntos variados, tomaram algumas cervejas e voltaram para o hotel, na praça principal de Várzea da Palma. O restaurante onde tinha reservas ficava na praça também!

Eles precisavam descansar. No outro dia, pela manhã, o carro da empresa onde eles fariam a manutenção nos aparelhos de ar condicionado, iria os apanhar no hotel e os levar ao escritório da fábrica, para executarem asa tarefas a que foram incumbidos.

Voltando ao hotel, Juarez reparou que na recepção, a linda recepcionista não estava mais. Tinha terminado o seu horário de trabalho! Que pena. Pensou Juarez!

O vigia do hotel os entregou a chave da suíte, e eles subiram para dormir.

Acordados pelo motorista da empresa, que iria os apanhar, tomaram um reforçado café da manhã e foram para a empresa. Uma metalúrgica que produzia magnésio e ferro gusa.

Lá conheceram Vermelho, chefe de patrimônio da metalúrgica.

Um rapaz de aproximadamente, uns trinta e cinco anos.

Vermelho era gente boa! Muito engraçado, atencioso e educado.

Ajudava Juarez e Paulo a resolver os “pepinos” que apareciam em suas obrigações.

Não foi difícil, se tornaram amigos logo!

Amigos desses que após um dia cansativo de trabalho, senta com o outro em uma

Mesa de bar para beber, conversar, sorrir e tentar conquistar as belas mulheres, que em Várzea da Palma, desde a época, eram abundantes!

Era assim, durante o dia trabalhavam, e a noite iam para um bar ou para a casa da luz vermelha. Como os nativos daquela região, chamavam o puteiro.

Durante a semana inteira, Juarez, Paulo e Vermelho, saiam da metalúrgica, tomavam banho e saiam para um bar, ou para a casa da luz vermelha. Onde iam a maioria das vezes!

Bebiam, conversavam, sorriam e conheciam as belas Meretrizes do bordel, ou puteiro. Tanto faz!

Não precisava escolher, cada uma era mais linda que a outra!

Nos finais de semana, durante o dia, iam todos para república onde Vermelho Morava. Ele não era da cidade, só trabalhava lá!

Vermelho levava as belas Meretrizes da casa da luz vermelha para a república, durante o dia.

Bebiam, dançavam e “brincavam” a tarde inteira. Cada hora com uma bela Meretriz diferente.

Era um entra e sai dos quartos da república. Era um excesso de bebidas, sorrisos, mulheres receptivas e semi-nuas.

Na república morava também um tal Roberto. Chefe, Juarez sabia lá de quê da metalúrgica.

Era gente boa, sorridente, bebia demais e sempre que ficava embriagado, dormia com a porta do quarto aberta, seminu, ao lado de uma das Belas Meretrizes.

Vermelho deixava Juarez e Paulo a vontade na República, como se estivessem em suas próprias casas. Era um companheirão!

Após um domingo de farras na república, depois emendaram, continuaram bebendo na casa da luz vermelha. As Meretrizes “trabalhavam” lá todas as noites. Juarez e Paulo retornaram ao hotel. Já era madrugada.

E em uma manhã chuvosa de segunda-feira, de ressaca, foram trabalhar na metalúrgica.

O dia demorou passar, bebiam água gelada toda hora.

Nesse dia Juarez quis voltar ao hotel assim que terminou o expediente.

Sem esperar por Vermelho, Juarez e Paulo embarcaram em um ônibus da metalúrgica, que transportava os trabalhadores da fábrica, Peões, a praça principal de Várzea da Palma, onde ficava o hotel.

Nessa segunda feira chuvosa, de ressaca, tinham ido fazer a manutenção nos aparelhos condicionadores de ar, da fazenda de um dos donos da metalúrgica.

Indo pela estrada de terra, olhando pela janela da Toyota que os levava da

metalúrgica a fazenda, de ressaca, alguma coisa chamou a atenção de Juarez para a linda paisagem que se apresentava ao seu redor, a beira da estrada de terra precária que fazia o caminho, que até então era desconhecido por Juarez.

A Toyota, tração nas quatro rodas, cortava o difícil e sacolejador acesso a fazenda.

Atravessava bravamente pequenos riachos, subia e descia serras de cascalho solto.

Foi uma das mais belas paisagem que os olhos castanhos de Juarez já havia presenciado!

Foi uma viagem inesquecível! Dessas que só quem presencia sabe o que é verdadeiramente inesquecível!

Voltando ao hotel, na praça principal de Várzea da Palma, Juarez pediu a linda e sorridente Recepcionista algumas folhas de papel e uma caneta. Ela prontamente o atendeu, entregando para ele uma caneta e um bloco de papel, com a marca e o nome do hotel.

Paulo sorriu e o perguntou: - Pra quê isso?

Juarez respondeu: - Não sei. Quero escrever!

- Escrever o quê?

- Sei lá!

Subiram para suíte, e enquanto Paulo tomava um demorado banho, Juarez cansado, suado tirou as botas, sentou-se em uma cadeira, que junto de uma pequena mesa, completava a decoração da suíte.

E sem explicações, começou a escrever! A caneta esferográfica, fria em sua matéria cristalizada, percorria de um lado ao outro do singelo bloco de anotações.

Era a primeira vez que Juarez parava para escrever as experiências que havia vivido.

No começo, escrevia várias vezes a mesma coisa, sempre mudando uma palavra, ou até mesmo uma frase inteira. Só terminando quando finalmente gostava por completo do texto que havia escrito.

Juarez escreveu algumas páginas do bloco de anotações.

Enquanto o banho de Paulo ainda demorava.

Enfim, Paulo desocupou o banheiro, e Juarez pode então ir se refrescar.

Apesar da chuva fina e ininterrupta, era uma noite quente.

Enquanto o chuveiro morno, cuspia água em abundância na cabeça e corpo de Juarez, sentia que as idéias fluíam, relembrava das experiência que até ali havia vivido. Pensamentos se transformavam em palavras, dentro de uma mente que até então nada criara, que só decorava, em escolas públicas decadentes.

Depois de um demorado e refrescante banho inspirador, saindo do banheiro, Juarez viu Paulo lendo com atenção o que acabara de escrever.

E na visão do remanescente hippe, que conversava pouco, perguntou: - De onde tirou isso?

Juarez respondeu: - Sei lá!

- Que doido cara. Se for pra continuar escrevendo assim, vá em frente!

Paulo foi o primeiro crítico literário que gostou de uma das obras de Juarez.

Juarez até entendeu porquê. Talvez influenciado ou não por Paulo, que era contrário, sabe-se lá porquê, do regime rígido militar, que Juarez escreveu um de seus primeiros poemas... ou será pensamento? Juarez ainda não sabia!

No começo era letras para canções, depois, uma em especial , virou um grito pela liberdade do poder ir e vir.

Juarez também foi vítima do abuso de poder de alguns ditadores militar. Mas viu que não valeria a pena deixar que isso o derrotasse!

Apesar de Juarez ter escrito alguns pensamentos, ou poemas, naquela noite chuvosa e quente, Paulo leu e gostou de quase todos!

E entre outros pensamentos, onde Juarez narrava as belezas naturais do árido e quente sertão mineiro, dos habitantes e nativos humildes de Várzea da Palma e da incomparável hospitalidade mineira que recebeu por lá. Paulo preferiu este!

“FARDAS E GUERRAS”

homens fardados nos protegem não sei do quê!...

Juarez nunca mais viajou a trabalho pelo interior das gerais.

Nunca mais voltou a Várzea da Palma.

Continuou viajando sim! Só que conhecendo o vasto e deslumbrante território Brasileiro, e conhecendo as maravilhas e belezas naturais dessa imensa nação!

Conhecendo também a enorme diferença social que existia, e ainda existe por aqui!

Mas conheceu também a hospitalidade desse bravo povo, felizes e desnutridos Brasileiros.

Vermelho, Roberto, as belas Meretrizes e a república, ficaram no passado!

Nas boas e agradáveis recordações que Juarez carregará enquanto existir!

Paulo, Juarez também não o viu por muitos anos. Da ultima vez, Juarez ficou sabendo que como o pai, Paulo havia entrado para o Corpo de Bombeiros.

Um dos últimos remanescente Hippe, fazia parte do regime Militar que ele tanto criticava.

Após anos e anos, vivendo experiências próprias, dos outros e mesmo sem

ter vivido a experiência. Juarez, continuou transformando tudo em letras de músicas, textos teatrais, contos, poesias, pensamentos e romances. Muita coisa mudou na existência de Juarez! Ainda guardava o espírito revolucionário, ainda escrevia contra as injustiças que eram e que ainda são tantas!

Mas Juarez aprendeu que era preciso e ainda é preciso ter esperança e acreditar!

Histórias, personagens, cenários e fantasias, foram surgindo cada vez mais. A cada dia, a cada viagem, a cada sonho.

Como os dias da vida de Juarez que insistia em passar depressa.

Mas mesmo com as pedras e os espinhos que tentaram colocar no caminho de Juarez. Ele ultrapassou por todos!

Mas relembrando das viagens que fazia com Paulo, a trabalho em Várzea da Palma. Onde conheceu pessoas hospitaleiras, agradáveis e simpáticas.

Agradecendo tudo isso, Juarez escreveu:

“ SONS DA NATUREZA “

Andando por estradas, adentrando em virgens matas...

E foi assim.

Em uma displicente viagem a trabalho, na cidade de Várzea da Palma, no querido e hospitaleiro estado das Minas Gerais, mas precisamente no árido, quente e belo sertão mineiro, no banco de uma Toyota tração nas quatro rodas, subindo serras de cascalho solto e riachos de águas límpidas.

Olhando a paisagem que o rodeava e no centro de Várzea da Palma, com amigo,

Bebidas, noitadas e belas Meretrizes.

Que parte da vida de Juarez mudou!

Hoje ele entende , aceita e diz pra todo mundo que ASSIM COMEÇOU!

~~~~~~~~~~~~~~~X~~~~~~~~~~~~~~~~

( PARTE 3 )

- SONHO REAL

SONHO REAL

-Após muitas noites sem dormir, Juarez, já com os olhos castanhos, vermelhos e ardentes, conseguiu finalmente cochilar por alguns minutos.

Nesse raro momento de prazer, Juarez sonhou... sem saber se sonhava ou se vivia uma outra realidade.

Mas sonhava que ele chegava em uma pequena cidade do norte mineiro. Juarez sabia que era uma cidade mineira pelo excesso de “uais” que ele ouvia desde a parada do ônibus, até a praça principal do pequeno lugarejo.

O calor, pra variar, estava sufocante!

Era o mês de outubro de um ano qualquer.

O brilho forte da luz solar, do astro rei, ofuscava bruscamente as pálpebras semi-abertas dos olhos castanhos de Juarez.

Como em uma miragem, Juarez avistou do outro lado da praça, um pequeno empório.

Não titubeou. Atravessou rápido a rua calçada por lajotas de concreto armado.

Precisava matar a sede, precisava se proteger dos raios ultra-violetas, precisava se refrescar por dentro.

Ao entrar no pequeno empório, Juarez percebeu que só estavam no estabelecimento, a atendente, uma linda e jovem rosa morena bela no balcão. E um velho Senhor de face enrugada de experiência adquirida, sentado a uma mesa ao fundo do lugar rústico rococó.

O velho Senhor era o único freguês que por ali estava.

Depois de dizer boa tarde aos presentes, Juarez foi ao balcão, pediu uma cerveja e um maço de cigarros.

A atendente prontamente, e com um lido sorriso nos lábios rosados e grossos, o atendeu.

Juarez pegou a garrafa de cerveja, um copo e o maço de cigarros e foi se sentar à uma mesa, próxima a entrada do pequeno empório.

Juarez não conseguia desviar os olhos do rosto da linda atendente..

Ela sempre sorrindo, com um brilho maravilhoso e intenso no olhar.

Deveria ser um atrativo a mais para os forasteiros e para os sonhadores, que passavam por ali ou que sonhavam com aquele lugar.

Os lábios rosados e grossos, os cabelos compridos e negros, a pele morena sem manchas ou marcas, os olhos brilhantes cor de mel, que ofuscavam mais que os raios do astro rei.Excitava até o mais crítico observador.

Era impossível não viajar naquele sorriso. Por isso Juarez viajava, sustentado pelo

brilho do olhar de tão lindo Anjo, tocando de leve a alegria do sorriso de tão bela e deliciosa criatura mulher!

Juarez bebeu a cerveja tão rápido que nem pode sentir o gosto perfeito do lúpulo

Liquido e gelado. Sem saber se queria se refrescar por fora ou por dentro.

Juarez com a mão erguida, fez sinal à atendente pedindo que lhe trouxesse outra garrafa de cerveja.

Ela estava atrás do balcão, Juarez precisava ver o corpo de tão perfeita criatura,

esculpida em barro, trabalhada pelas talentosas mãos de Deus.

Com o mesmo sorriso claro e estonteante, ela prontamente o atendeu, vindo o servir o liquido embriagante e amarelo cor de sol.

A linda morena atendente ao sair de trás do balcão, se revelou ao viajante sonhador.

Os olhos admiradores de Juarez, viram a mais formosa imagem escultural que se possa imaginar.

O lindo e delicado corpo da atendente morena, semi-coberto por um vestidinho curto de chita, que deixava graciosamente e sem pudor, a luz dourada do sol penetrá-lo. E na transparência do tecido fino, Juarez pode contemplar a mais linda matéria perfeita, a conjunção exata de células macias.

Num andar sensual e provocante, caminhava em direção a Juarez, o bailado delicado do vestidinho curto de chita, que além de curto, era soltinho. Fez com que Juarez viajasse nas asas inquietantes do desejo.

Enquanto Juarez viajava, a linda morena atendente o serviu a cerveja, e perguntou se ele desejava mais alguma coisa. Ele se conteve, disse: - Não, obrigado!

Ela com o mesmo desconcertante sorriso nos lábios grossos, disse que se ele desejasse mais alguma coisa, que era só chama-la. Virou-se e voltou ao balcão.

Juarez viajou mais uma vez nas asas inquietantes do desejo, vendo o vestidinho curto de chita da linda morena atendente, que por ser de um tecido delicado, fino transparente e soltinho. Tocava suave e macio as nádegas empinadas da majestosa atendente morena, num vai-e-vem excitante, causado por tão torneadas coxas e pernas.

O vestidinho curto de chita, penetrava desejosamente nas ancas da linda morena atendente, mais abertas que de comum, forçada pela pequena calcinha que delineava e marcava tamanha perfeição Divina.

Juarez viajava na dúvida do desejar ou do não ser atrevido, quando ouviu o velho Senhor, que estava sentado à mesa ao fundo do pequeno empório, o chamar para sentar-se a sua mesa e beber com ele.

Juarez aceitou, beber sozinho é um tédio! E também por esse não ser um conto erótico! Pensou Juarez

Juarez se levantou, pegou o aço de cigarros e o copo de cerveja e foi ter com o velho Senhor , o mesmo único e fiel freguês que estava por ali.

O sorriso claro, marcado por rugas que demonstrava clara experiência, fazia por si só, a apresentação de tão agradável criatura.

A pós se apresentarem, o velho Senhor disse a Juarez:- Bonita a Camila, não é mesmo?

Camila??? Ah sim, Camila era a linda atendente morena e sensual que agraciava a permanência de Juarez naquele lugar, naquele sonho naquela louca viajem.

Camila a de sorriso estonteante, de lábios doces, rosados e grossos. De corpo perfeito como a beleza da flor menina.

Juarez respondeu que a Camila era realmente muito bonita!

O velho Senhor, confessou a Juarez que todos os forasteiros que por ali passavam, ou que com aquele místico lugar sonhavam, que ficavam admirados com tamanha perfeição, com os encantos, e com a graciosidade de Camila, que sempre voltavam, ou que sonhavam novamente. E que com Juarez não seria diferente!

Juarez acreditou. Alguma coisa falava suave em seus ouvidos, que com naquele lugar de sonhos imaginários e de belezas reais, ele sempre sonharia.

Juarez e o velho Senhor, Conversaram horas seguidas.

Só o velho senhor falava!

Beberam o líquido de várias garrafas de cerveja, sempre com a magnífica Camila vindo as trazer, Agraciando Juarez e o velho Senhor, claro, mais a Juarez, que ao velho Senhor, com tão excitante presença perfumada, agradável, macia e linda.

Juarez deve ter fumado uns dois maços de cigarro, enquanto o velho Senhor deve ter ascendido o mesmo cigarro de palha, que mantinha grudado a saliva no canto da boca, umas vinte vezes.

Falaram um pouco de tudo, contaram piadas, discutiram política religião e mulheres. Só não discutiram sobre futebol, pois ambos eram Atleticanos!

Conversavam dentro do pequeno empório, enquanto lá fora o sol forte, arrebentava mamonas.

Só o velho Senhor falava. Quanto mais bebia, mais ele falava.

Juarez reparou também, que estavam conversando ali a horas e que não havia entrado no pequeno empório, sequer um único freguês. Sequer uma bala havia sido vendida pela bela Camila, a estonteante atendente das nádegas empinadas.

Além é claro, dos maços de cigarros e das cervejas que Juarez e o velho Senhor bebiam.

Juarez não entendeu nem perguntou o por quê do movimento estar tão fraco naquela tarde quente do mês de outubro, e apesar dos encantos da bela Camila.

Indagado pelo velho Senhor, o que Juarez fazia naqueles cafundós, onde Judas perdeu as botas, Juarez respondeu que não sabia, que estava passando por ali enquanto cochilava e sonhava.

O velho Senhor disse a Juarez que alguma razão dele estar sonhando com aquele lugar enquanto cochilava, existia. E que com certeza, algum proveito ele tiraria

daquela experiência única.

Juarez disse que só iria saber, quando ele acordasse.

Juarez pediu a Camila mis uma cerveja, ela prontamente, com o mesmo sorriso nos lábios macios, grossos e rosados atendeu.indo com o seu vestidinho curto de chita a mesa onde estavam Juarez e o velho Senhor.

Era sensual demais ver a atendente Camila e não comentar a excitação que ela causava a Juarez.

Os olhos castanhos dele brilhavam, enquanto ele num respeito só, observava discreto e sorria.

Vendo Juarez enfeitiçado pela linda atendente, o velho Senhor esboçava um largo e claro sorriso de iluminar qualquer lugar obscuro.

Juarez encheu o copo do velho Senhor e o dele mais uma vez. Ascendeu outro cigarro. Beberam e conversaram por mais algumas horas. Ainda só o velho Senhor falava.

O sol já não estava tão soberano lá fora, quanto estava até a algumas horas atrás. De mancinho, a noite enluarada, vinha ocupando cada espaço do dia ensolarado, tornando a luz ofuscante, em uma escuridão agradável e aconchegante, deixando em penumbra, o lago azul respingado por vários pontinhos brilhantes, estrelas, várias delas.

E como se o céu agradecesse, parecia sorrir, com o frescor calmo da escuridão.

A atendente Camila, subia em um banquinho de madeira para ascender as lamparinas. Eram várias lamparinas que iluminavam todo o ambiente.

Apesar de ter eletricidade para funcionar o freezer, onde estavam as garrafas de cerveja, o velho Senhor contou a Juarez, que era tradição naquele ambiente belo e rústico, ascender as lamparinas, para que o ambiente ficasse com o aspecto mais acolhedor que já era.

No sobe e desce da atendente Camila no banquinho de madeira, o vestido curto de chita, deixava revelar a cor da pequena calcinha que ela usava. Um branco alvo e rendado, a cor da pureza, o contraste perfeito para a pele morena clara de pelos dourados da macia atendente Camila.

Juarez relutava tentando desviar o olhar, não queria ser abusado. Mas a atendente Camila parecia não se importar, parecia estar gostando do olhar desnudador de Juarez, que naquela altura já não contava mais com o brilho da luz do sol, que despudoradamente, revelava para ele contemplar, as curvas delicadas, desejáveis e esculturais da linda atendente Camila.

Era por volta das nove horas da noite, quando o velho Senhor decidiu ir embora.

Juarez insistiu par que ele ficasse um pouco mais, que não conhecia ninguém por ali, além do velho Senhor que ele acabara de conhecer.

O velho Senhor contou pra Juarez, que antes dele ter chegado, ele, o velho Senhor já havia bebido várias garrafas de cervejas sozinho, que era hora de parar e que já

começava a ficar meio embriagado.

Se não tem outro remédio, paciência e tudo bem!

O velho Senhor chamou a bela atendente Camila, ela prontamente o atendeu. Ele, o velho Senhor, pagou as cervejas que havia bebido sozinho e metade das que bebeu com Juarez.

Apesar da insistência de Juarez, para que o velho Senhor deixasse o ter a honra e o prazer de pagar todas as cervejas.

Mesmo assim, depois de agradecer a delicadeza de Juarez, o velho Senhor pagou as cervejas, colocou o chapéu que estava pendurado no encosto da cadeira, junto a um velho embornal de couro surrado e ia sair quando, com um claro sorriso nos lábios experientes, coberto pelo vasto bigode, voltou, enfiou a mão no velho embornal, retirou um pacote e o entregou a Juarez, dizendo: - Olha meu filho, eu gostei muito de você. Tome uma lembrança, pra desse velho Senhor, você não esquecer.

Sem trocadilhos, foi assim mesmo que o velho Senhor disse a Juarez.