A VELHINHA MOTOQUEIRA

Na fronteira, o rio é o limite entre os dois países. Na cabeceira da ponte situa-se a ‘aduana’ brasileira, a parada obrigatória para os que retornam ao país carregando sacolas, caixas, pacotes, embrulhos, enfim uma grande bagagem.

O contrabando de bebidas, eletroeletrônicos, armas, etc. é severamente fiscalizado; nada escapa aos olhos vigilantes dos fiscais.

Uma velhinha quase que diariamente fazia a travessia da fronteira, pra lá e pra cá, dirigindo sua motoca e carregando um enorme saco. Ela parava na barreira e abria espontaneamente o saco para mostrar o conteúdo; apenas serragem de madeira.

O comportamento da velhota passou a intrigar os fiscais embora ela não transportasse produto ilegal tampouco sujeito à tributação.

Um dos fiscais, certa manhã, dedicou-se a observar melhor a passagem da velhinha; percebeu, assim, que ela ao atravessar para o vizinho dirigia uma moto preta de modelo X e ao retornar, no mesmo dia, guiava uma moto de cor e modelos diferentes.

O policial interceptou o passeio da velha pedindo-lhe para apresentar os documentos da moto e sua habilitação. A velhinha disse que não portava qualquer documento e, para assombro do guarda, disse que ‘comercializava’ motocicletas.

Ao ser levada ao posto policial, a velhota escapuliu, correu e se jogou da ponte.

Seu corpo jamais foi encontrado.

A velha esperta não se afogou e sim pegou carona em um barco; provavelmente já fazia parte de um esquema preventivo...

Há o boato de que a velhota mantém uma oficina para motos no país vizinho!