PAIXONET? /AMOR VIRTUAL? OU, VIDA REAL?. Histórias de João Brasileiro
HISTÓRIAS DE JOÃO BRASILEIRO DA SILVA NINGUÉM
João, porque seu pai homenageou ao apóstolo e é nome popular, Brasileiro, porque está sujeito às mais absurdas situações, da Silva, porque como todo brasileiro a vida “silva”, como se
fora um torturado por cacetetes da vida a lhe silvar no ouvido e NINGUÉM. Ninguém é sobrenome de seu pai, que já houvera sido ninguém e João seria também um ninguém, não fosse sua condição de povo. Povo sempre será alguém. Afinal quem gera a riqueza de um país, senão seu povo? Mas, João sempre será um Ninguém por ninguém melhor que um ninguém prá ser um brasileiro alguém.
E João, classe média, com telefone, televisão, toca fitas, Cds. Tinha como bom classe média o seu computador pessoal que lhe permitia o acesso à Internet.
Sozinho, instalado em sua cidade, não lhe restou senão entrar num desses sites para procurar a companheira. Sua alma gêmea. Entrou e encontrou uma pessoa.
João mandou sua primeira carta e teve resposta.
Mãe de cinco, 4 filhos e um cachorro, Joana respondia aos e-mails de João.
Ele disposto a enfrentar tudo, sua condição financeira (pouco dinheiro disponível para despesas com lazer, cultura, etc.), a distância de 150 km que o separava de Joana.
Marcaram encontro. Se conheceram pessoalmente. João voltou apaixonado e Joana ficou com suas incertezas a alimentar o sonho de João. Ser pai dos filhos dela, ter sua companheira, enfim, construírem um projeto de vida comum.
João escrevia movido por sua paixão e Joana lutava com suas vivências traumatizantes, naquilo que João considerava, dentro do casamento dela: uma relação sado-masoquista.
Joana inventava mil desculpas para evitar um segundo encontro. Essa relação sado-masoquista, cujo rompimento mal resolvido a imobilizava não permitindo-lhe o direito a tentar novo amor.
João sabia de tudo isso e se mantinha tranqüilo. O relacionamento via fone ou via Internet, foi crescendo junto com a ânsia de os dois ser verem novamente. Joana, dissera em sua ultima correspondência a João que queria se permitir o direito de ser feliz.
Foi nesse ínterim, que também via Internet, João começou a se corresponder com Anete. A coisa evolui muito. João debatia vários assuntos com Anete. Ela era de uma doação que faltava à Joana, escrava que estava de seu passado amoroso. Era também muito inteligente e sábia, fruto de uma vivência rica e de reflexões que a idade permite aos sensatos. Anete, foi se apaixonando até chegarem as vias de fato: sexo fone e/ou virtual.
Uma vez fizeram via Internet. Outras duas vezes via fone.
Após a ultima experiência sexual com Anete, João se inquietou.
Não sou homem de duas mulheres pensou, após vários dias de conflitos aflitos.
Colocou um ponto final em sua relação com Anete. Afinal a perspectiva de uma vida mais viável com Joana não o permitia levar Anete ao extremo de sua forte emoção. Um trecho da vida de Anete era muito surpreendente. Era mãe de adotada subnutrida cuja existência passava pelas ruas, vivendo como andarilha. Anete, inclusive, tivera um neto e o deu. Porque sua filha não tinha condições de cuidar da criança e ela menos ainda, com seus parcos recursos e já de idade.
O ENCONTRO FATAL
Joana marcou de ir a casa de João, não só para lhe explicar como fazer um trabalho mas para vê-lo. João não dormira aquela noite. Arrumou toda casa, fez compras e após ir ao supermercado passou por dois bares saindo deles uma hora antes do horário que Joana lhe telefonaria para o encontro. Restava a cozinha ainda para João arrumar.
João não era alcoólatra, apenas bebia quando alguma emoção o sacudia. E tinha lá dentro de si que algo não iria bem. Impressionado com a avidez sexual de Anete e com a de Joana, que de leve o havia sentido, João preparou.
Quando bebo, costumo ficar meio brocha mesmo. E ainda quando estou sob ansiedade gerada por esse encontro. Vou mesmo abusar hoje. Quem sabe dou uma brochadinha de leve e aí quero ver se o “amor” declarado por Joana é mesmo amor.
Encontro marcado, encontro acontecido.
Quando João e Joana se encontraram, foram logo se amassando. Enrosca, roça, roça, enrosca, mão naquilo, aquilo na mão e...
...coisa na coisa.
Foi com camisinha. Ela apertava o pênis de João e isso já estava nos planos dele. Quantas vezes transara assim forçosamente. Desta vez fora intencional. Camisinha apertando e bebida, o plano fora infalível. Joana, decerto, frustrada, fingiu estar cansada e virou-se para o lado na cama, dando as costas para João. Ela não conseguiu passar o trabalho para João. Seus pensamentos não conseguiam se organizar e ela confessava estar se sentindo mal na casa dele. Pegou seu carro, por volta de 3 horas da manhã, não sem antes João lhe dizer: foge, você está acostumada com isso. Foge de mim, isso é possível.
Impossível será fugir de si mesma. João tinha convicção de a haver perdido aí e foi dormir sem maiores perturbações. A vida já lhe havia brindado com Alessandra. João viveu maritalmente, nove meses com ela. Ele a amava, ela o amava. Mas Alessandra não conseguia fazer com que João se sentisse amado.
Os dois só conseguiam se dar bem durante o ato sexual. João tinha por ela apetite sexual voraz. Assim como Anete tinha por João.
Dia seguinte João acordou meio zonzo ainda e leu uma carta de Anete. Voltaram a se falar e marcaram encontro virtual. Havia lhe doído romper com Alessandra e muito mais com Anete.