*VIAGEM CAVALAR- Premonição*

 
     Houve, em minha vida,tantas viagens, porém algumas não tão marcantes como esta, que estou trazendo a publico e foi protagonizada junto a um querido amigo, companheiro na viagem à cidade de Rio Grande.
     Gomes tinha sido meu funcionário e, por estar aposentado, resolvera continuar apenas como amigo, pois nosso trabalho era muito estafante para uma pessoa com sua idade. Naquele dia, ao encontrá-lo no centro da cidade, convidei-o para o que seria um bom passeio. Fomos estrada afora e, ao chegar ao entroncamento ou trevo que vai para a praia do Cassino, resolvi seguir adiante, em direção ao Distrito Industrial, pois evitaria o confronto com a Policia Rodoviária Estadual, que poderia estar fazendo blitz. Como estava com ferramentas e alguns materiais de trabalho, e havendo esquecido de descarregar, não tinha nota de transporte. A viagem de ida tinha sido perfeita. Visitara alguns amigos, fora à casa de minha filha, Lizi e beijara meus netos. Despedi-me, tratando de combinar nosso retorno a Pelotas.
    A partir deste momento, começou algo para o qual apenas agora posso ter explicação lógica, fundamentada no pouco que sei sobre o Espiritismo e nos fatos aqui narrados. Havia combinado com Gomes, que voltaríamos pelo mesmo trajeto feito anteriormente. Apenas um detalhe, insignificante, eu pegara a direção oposta. Por estarmos conversando, fomos nos dar conta umas quatro ou cinco quadras adiante. Virei a direção na quadra seguinte, e nos pusemos a caminho da faixa da Ipiranga. Três quadras à frente, um amigo, ao nos ver, fez sinal para pararmos ; ficamos conversando algum tempo. Ao nos despedirmos dele, tornei a voltar à faixa contrária. Bastante irritados com o que estava acontecendo, descemos do carro, entramos em um bar e tomamos um refrigerante. Algum tempo depois,despedimo-nos do dono do bar e entramos no carro para seguir a viagem de retorno. Quando fomos nos dar conta, estávamos outra vez no rumo “errado”. Assim, sem entender o que estava acontecendo, parei novamente o carro e segui o itinerário traçado. Não deu outra! Ao fazermos a segunda curva da estrada que passa atrás da Refinaria Ipiranga, que é cortada pelos trilhos do trem cargueiro, surgiu à nossa frente, de repente, como saído do nada...um cavalo!...Aconteceu! Atropelamos o animal, de tal maneira que o mesmo passou por cima da capota e caiu em pé, seguindo cambaleante para o lado oposto. O pára-brisa quebrou, o teto ficou amassado, o sangue jorrava da minha sobrancelha, devido ao corte, e o Gomes, tentando entender o que tinha acontecido,juntava os cacos de vidro que tinham caído em seu colo. Resumindo, fomos parar no Pronto Socorro, para fazerem uma costura no meu rosto e tirarem os pedacinhos de vidro cravados no Gomes.
     Hoje, tenho total certeza de que, se tivesse seguido as determinações de quem tentava me indicar o caminho a ser seguido, não teria a cicatriz na testa e nem teria tido prejuízo com o carro. Quanto ao cavalo, não sei que fim levou, voltei ao local e não encontrei nem rastro dele. Foram três  as tentativas de demover-me do rumo traçado, porém minha teimosia não deixou que percebesse o aviso premonitório. Hoje, isso não mais aconteceria, pois, podem ter certeza, passei a ouvir melhor e entender os avisos de meu espírito protetor.

    Este , é um fato verídico e faz parte de meu primeiro livro. 

* Esgotado
Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 05/11/2009
Código do texto: T1906384
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