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É a falta.

É querer abraçar e não poder. É a distância gigantesca. É o afago surdo. São os olhos brilhantes.

Uma dor no peito.

É a esperança que não se corta, não se cala. O suspiro agudo. Frio. Falta.

Voz que ecoa. Tudo apertado. A nenhum lugar se pertence. Solidão que não acaba. Beijos de vento.

Pensamento voador; sonhos matutinos.

Líquido.

Peças que não encaixam, partículas soltas, fragmentos de alma.

Se esvair. Desgaste, ansiedade.

Tudo se repete.

É o círculo vicioso do não-se-ter, não-poder, tentar alcansar.

Sem ar, sem paz, agonizando por dentro a ausência tão senil.

Tentar passar pela brisa do tempo, esticar bem os braços e correr.

Para calor do abraço molhado, para a boca que treme e assim permanecer.

Bárbara Guerra
Enviado por Bárbara Guerra em 28/08/2009
Código do texto: T1780328
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