Viagem Ao Centro Da Terra

22 de dezembro de 2008

Era sábado, estava com os olhos pregados em um livro de poesias, toda minha atenção antes voltada ao livro se interrompe ao tocar do telefone, um pouco bravo pela interrupção desavisada, atendi ao telefone, para minha surpresa se tratava de um velho amigo de infância, Cássio e eu costumávamos acampar fazer e muitas coisas juntos, até a sua mudança de estado, porém essa noticia era muito boa, tratava-se que no próximo fim de semana ele viria de volta para cidade onde moro, e se hospedaria na casa de sua avó, ainda por telefone combinamos então programar algo para fazer, só que queríamos algo diferente, algo que nunca tivéssemos feito.

Logo em sua chagada á cidade o convidei para fazer uma expedição numa cidade do interior, seu espírito aventureiro não hesitou em aceitar o convite feito. Fomos então organizar todo o material necessário para essa aventura entre amigos, posteriormente resolvemos convidar mais dois velhos amigos, Juan e Mario, este último sempre o mais engraçado da turma.

Chega o grande dia de tal diversão, onde nos reuniríamos e daríamos risadas das antigas histórias do tempo da juventude, Nos reunimos então na casa do Juan, Todos estavam ansiosos para a viagem e também pelo fato de que estávamos todos reunidos novamente, com todo material e roteiro da aventura traçado partimos em direção ao destino, tratava-se de uma cidadezinha no interior onde havia poucas casas e os moradores eram bem pacatos e não gostavam muito de turistas.

Chegando a pacata cidadezinha logo ao anoitecer procuramos um lugar para montar a barraca, o que foi uma tarefa árdua por ser um local de difícil acesso e muitas árvores em pouco espaço, depois de montarmos a barraca conversamos um pouco em volta da fogueira onde nos esquentávamos, fomos vitimas de muitas histórias engraçadas passadas, e de muitas piadas contadas pelo Mário, ele não mudou nada desde o tempo de escola, conforme se passavam as horas o sono tomava conta do grupo, o relógio já marcava 03:00 h, resolvemos então dormir para que no dia seguinte fossemos explorar as redondezas, era uma noite gélida e o vento soprava forte, os insetos cantavam suas harmoniosas melodias para a escuridão.

Todos dormiam, Eu sempre tive problemas com o sono, sempre demorei em realmente dormir, ainda mais em um lugar onde estávamos expostos a muitas coisas, quando finalmente estava conseguindo adormecer fui incomodado por um barulho que não era de animais e nem dos insetos, resolvi ignorar, pois estava muito cansado, porém o tal barulho volta a se manifestar, com uma grande injúria me levantei e acordei os outros, só que a resposta que tive foi negativa ninguém se importou e disseram para eu voltar a dormir, fui então em direção ao tal barulho inconveniente, saindo da barraca pude sentir o vento frio soprando no meu rosto, com muita dificuldade pude observar uma pessoa mexendo na fogueira que havíamos feito anteriormente, Só pude observá-la de costas, e notei que se tratava de uma criança. E com muita dificuldade em enxergar entre as folhas e terra que o vento soprava sobre minha face vi também que vestia um traje branco que quase se camuflava com o tom de sua pele, essa criança também era desprovida de cabelos e pela sua estatura aparentava ter entre 12 a 15 anos. Então estabeleci um contato verbal: “-Oi, o que você procura?”,e absolutamente nada obtive em resposta, Fui então a seu encontro e como uma fecha lançada correu sem se quer olhar para mim, fiquei muito confuso porque ela corria para um lugar onde a mata predominava,não havia sentido ir por aquele lado, adverti então : “-Ei você não vá por ai,pode se machucar!”,nenhuma hesitação no ato tive em resposta novamente, munido de uma lanterna corri atrás dessa criança misteriosa ,estava muito escuro e sua roupa branca facilitava minha visualização sobre ela, as folhas estavam molhadas,a terra estava fofa,o vento ainda soprava forte.Segui essa criança por alguns minutos e a vi entrando em uma espécie de caverna muito pequena, onde se escondeu com facilidade, fui em direção à pequena caverna e entrei, Estava muito escuro mal podia enxergar, E como num ato de feitiçaria a entrada da caverna se fecha com uma imensa pedra, Fiquei desesperado, Pois era a única saída daquele lugar. Resolvi então forçar esta pedra o que foi em vão, Pois não consegui move-la nem um milímetro, Com o desespero tomando conta do meu corpo resolvi caminhar e tentar encontrar outra saída, Já estava quase sem oxigênio resolvi gritar “- SOCORRO ALGUEM ME TIRE DAQUI”. Uma atitude inútil. Exausto e esbaforido avistei novamente aquela criança só que dessa vez estava de frente para mim, apontei minha lanterna e novamente ela se lança no labirinto da caverna, “-Ei, espere, preciso de ajuda” . Não tinha mais força para persegui-la, Sentei-me então no chão encostei-me à parede gelada e não conseguia mais respirar, estava desidratado e com muita fome, podia sentir meu pulso acelerando a cada segundo, perdendo os sentidos pensei ser o meu fim, havia perdido a esperança toda minha busca por uma saída foi sem sucesso, não havia mais nada a fazer a não ser esperar a morte me buscar.

Quando pensava ser o meu fim, Escutei um canto não era nada parecido com algo que eu já escutei, soava harmonioso e suave em uma língua estranha. Porém não consegui mover nenhum músculo, tentava levantar-me e me manter de olhos abertos, mas tamanha era a exaustão que meu corpo não respondia, foi como eu fosse dividido em dois, a mente não se comunicava mais com o corpo e desmaiei dentro daquela maldita caverna.

Pensei que estava morto quando fui acordado com aquele canto novamente, Abrindo os meus olhos devagar vi novamente aquela criança e mais inúmeras pessoas parecidas com ela, eles vestiam a mesma roupa branca e eram todos muito brancos e sem cabelos, fiquei muito assustado, Afinal eu estava morto? Estava no inferno? Ainda tinha a minha lanterna e a direcionei a eles, todos se afastaram era como se fossem sensíveis as luzes, mas possuíam tochas de fogo em suas mãos, rapidamente fui advertido “-apague essa luz!” E assim o fiz. Foram se aproximando de mim, notei algo assombroso: eles não tinham olhos era como se tivessem uma fina membrana sobre seus olhos, fiquei apavorado e imóvel, nunca tinha visto nada tão diferente assim, afinal como eles me enxergavam? Como poderiam ser tão parecidos? Do que se alimentavam? Como conseguem viver no escuro? Dúvidas essas que foram interrompidas quando eu disse:

-Quem são vocês? Eu perguntei

-Não fique assustado, somos pacíficos... ! afirmaram

-Mais quem são vocês...? Insisti na pergunta

-Vivemos aqui você invadiu o nosso lar, vivemos aqui a mais de 4.000 anos, moramos aqui embaixo, pois somos sensíveis à luz do seu mundo, só podemos sair a noite.

-Como vocês chegaram aqui? Perguntei

-Da mesma forma que você chegou ao seu mundo, Somos humanos idênticos a você, mas não podemos viver lá em cima. Vivemos aqui no centro da terra.

Lembrei que uma vez li sobre seres intraterrestre mais não acreditei em tal bobagem, e agora estava ali frente a frente com eles, me sentia um personagem de algum livro ou filme de ficção.

-Eu gostaria de conhecer um pouco sobre seu mundo! Disse com uma voz curiosa.

-Não você não pode, sabemos tudo sobre o seu mundo, mais vocês não nos conhecem, não queremos ser vitimas de estudos e nem explorações sem sentidos, O seu mundo não está preparado para nos receber. Afirmou o mais alto deles

-Você precisa voltar para o seu mundo agora!

-Não, Não espere.

Foi nesse momento que colocaram alguma coisa sobre meu nariz, tentei afasta-los mas percebi que estava com as minhas mãos atadas, Com um cheiro muito forte desmaiei e acordei do lado de fora da caverna, E ainda meio atordoado com aquele cheiro escutei alguém me chamar e respondi: “-Eu estou Aqui” eram meus amigos, e logo fui questionado:

-Por onde você andou? Estamos te procurando a horas.

-Vocês não vão acreditar, eu conheci seres intraterrestres.

-O Que? Disse Cássio.

-Isso mesmo seres intraterrestres

-Ora, pare de loucuras e vamos embora, Você esta todo sujo e parece estar drogado.

Voltamos para a barraca, e lá eu contei tudo que tinha acontecido, Mais nenhum deles quis acreditar em mim, E só riam da minha história. E afirmavam que estava bêbado ou drogado. Já era manhã os convenci a me seguirem para que eu pudesse mostrar a tal caverna onde tudo começou, andamos por mais de meia hora quando eu disse: “-veja é ali” ao se aproximar notei que não havia uma entrada, parecia mais uma enorme rocha. E novamente riram de mim. Resolvi então esquecer tudo, não fazia sentido, acho que estava sonhando afinal.

Voltamos para a barraca e lá conversamos sobre nossas vidas, e também fizemos um passeio pela cidade e exploramos um pouco mais aquela mata fechada. Já era noite e nosso último dia de acampamento, pela manhã voltaríamos a nossa cidade. nos preparávamos para dormir quando Juan entrou na barraca dizendo assustado com um tom de voz exagerado: “-Eu vi aquela criança que você disse que viu ontem, ela correu e desapareceu próximo aquela rocha que fomos pela manhã”. Todos se calaram e se desculparam por caçoar de mim anteriormente. Ficamos muito assustados com o depoimento de Juan, e já não havia mais dúvidas, aquele povo existia mesmo e eu não estava louco afinal.

No dia seguinte após uma noite má dormida voltamos para casa. Juan, Cássio, Mário e eu combinamos de não comentar jamais com ninguém o que havia acontecido. Essa foi a história mais misteriosa que já vivemos juntos, só que tal fato armava uma desordem com a lógica, foi uma experiencia marcante ocorrrida em 22 de dezembro de 2008.

Bruno De Jesus Lima
Enviado por Bruno De Jesus Lima em 25/06/2009
Código do texto: T1666616
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