O Passáro Que Tudo Sabe

Um dia me senti meio mal,senti que estava sozinho,senti que não fazia mais sentido a existência,era algo que estava me corroendo por dentro,então trancado em meu quarto comecei a imaginar coisas,comecei a imaginar como nada na vida tem sentido,ou pelo menos eu ainda não o tinha encontrado

Escuto batidas secas na porta do meu quarto... Era a minha mãe -Bruno o que você está fazendo ai trancado no quarto? Era uma pergunta retórica, pois ela já me conhecia e sabia de minhas loucuras, não me manifestei e nem me pus a responder essa a indagação, algum tempo se passou cerca de alguns minutos e eu resolvi sair para dar uma esfriada na cabeça,foi ai que percebi que ninguém me notava,nem os conhecidos e nem os desconhecidos, me sentia como uma placa de trânsito, todos estavam tão habituados que nem percebiam-me,enquanto eu caminhava sentia varias coisas passando por minha cabeça,estava em conflito comigo mesmo,não sabia mais quem era , ou o que sou eu.

Então senti uma vontade tremenda de escrever o que eu estava sentindo, como se minha mente me obrigasse a tal, e como ainda estava próximo de casa voltei e peguei um caderno, um lápis e uma borracha. Sentei-me num banco acompanhado por uma grande mesa de concreto de uma praça que fica uns 30 minutos de minha casa e me dediquei ao máximo para ser sábio e claro com as palavras, debrucei-me sobre a mesa e tentei esquecer o mundo a minha volta, me tentei exilar nas minhas dúvidas e me pus a escrever ao meu caderno.

Eu estava muito entretido com meu texto,mais não pude evitar observar um pássaro que cantava maravilhosamente no topo de uma arvore,fiquei observando por alguns minutos, aquilo me tocava de uma forma que não sei explicar,podia ve-lo pousando em outras arvores,mudando o tom de seu canto conforme o vento sobrava sobre ele, pude ver que ele não estava sozinho, e logo interpretei como se ele fosse o chefe de sua família, pois observava ele recolhendo gravetos pra reestruturar seu ninho devastado pelo tempo. Isso realmente me tocou, mais retomei as minhas palavras no caderno, eu prefiro escrever porque o tempo não pode apagar,assim como ele faz com palavras ditas,estava me esforçando ao máximo para tentar me encontrar em meu texto,quando do nada escutei alguém me chamar,eu hesitei pensei que fosse mais uma de minhas vozes se exaltando, mais tornei a escutar dessa vez eu olhei para a esquerda, para a direita e não fui capaz de encontrar o de onde vinha aquela voz, pensei estar louco, mais dessa vez eu escutei "--Ei Aqui Em Cima", como um raio de rapidez olhei pra cima, a única coisa que pude ver eram arvores se mexendo e aquele pássaro, novamente escutei “--Sou Eu Mesmo Que Estou Te Chamando”, e vi aquele pássaro voar em minha direção, nossa que espanto, será que aquilo estava acontecendo realmente, será que era minha mente fértil me pregando mais uma peça? Não podia saber como eu poderia saber? Hesitei numa resposta verbal, porém ele se aproximava de mim, saltitante como qualquer pássaro normal, e me perguntou

-No que você está pensando Bruno?

-Em nada só estou um pouco concentrado

-Você está triste? Disse ele

-Um pouco, estava pensando como a vida vem se tornado muito injusta pra mim...E como você sabe meu nome? Questionei-o com grande espanto na voz !

-Isso não importa sei de tudo, mais Bruno você acha que a vida só se faz de coisas ruins? Disse ele.

por um tempo fiquei calado pensando estar maluco, pensando se alguém passar perto de mim e escutasse eu falando com um pássaro, ao certo não entenderia, mais era tão real,era bem mais forte que minha vontade de acreditar que aquilo era minha imaginação,não podia negar nem ao mesmo ignorar,afinal o pássaro estava á minha frente e conversando comigo.

então respondi a pergunta feita anteriormente:

-Mais é claro que não, eu não sou infeliz, só não estou feliz agora!

-Você já pensou em ser eu? Ele disse

-Eu ser um pássaro? eu ser você? Nunca me veio a mente.

-Bom você pode achar que é fácil para mim, deve imaginar que sendo uma ave você pode voar livremente por ai, respirar a liberdade, sentir o vento no rosto sem se preocupar com nada, mais não é bem assim... Meu caro Bruno, até para eu uma simples ave na cidade as coisas são difíceis, tenho que me preocupar com as pessoas que tentam me atirar pedras por diversão, preciso sempre estar trabalhando em meu ninho, para que minha família não passe frio,e tenho que me preocupar com o alimento,afinal você acha que é fácil encontrar alimento por essa cidade?

Fiquei extasiado tentando entender tudo aquilo, fiquei tentando realmente por as coisas no lugar, coisas que estavam muito difíceis em minha cabeça então respondi:

-Realmente não é fácil, e afinal você tem um nome?

Ele riu alto,como se tivesse contado alguma piada,mais não obtive resposta alguma para minha pergunta.

-Esta escutando isso Bruno? Perguntou

-Estou sim

-É o meu filhote mais novo, ele anseia por comida, isso é uma obrigação e nem por isso eu fujo dela porque a vida é injusta, nem por isso me desfaço dos meus projetos de vida, nem por isso desisto dos meus sonhos.

Pude ver com clareza e entender o que ele realmente estava tentando me dizer, então pensei... Porque ele estava falando comigo? porque eu? porque eu dava ouvidos? Eu estava louco? Será que ele falava realmente? Quando essa experiência ia acabar? Então desligado um pouco do mundo exterior voltei a minha visão ao pássaro mais só fui capaz de enxergar apenas o vulto, Aonde ele tinha ido? Não sei, isso me deixou mais confuso, Com tudo isso eu pensava realmente estar num momento de insanidade profunda, mais era tão real, que os Dois lados dentro de mim brigavam como dois cachorros de rua. Voltei a minha visão para o caderno onde escrevia, fui surpreendido não estava mais ali. Agora isso o que mais vai acontecer de estranho hoje? Resolvi pegar meu lápis e ir embora dali, estava muito confuso para continuar ali.

Chegando em casa pensei sobre tudo aquilo que tinha que tinha escutado do pássaro,e tinha certeza que eu estava errado e ele certo,como um pássaro pode ter razão sobre mim? Após uma noite de sono acordei bem melhor por causa das palavras daquele amigo, E vi que a vida era um jogo, no qual só deve haver um ganhador "EU",e cheguei a uma opinião sobre mim: Que o meu desejo de saber e entender as coisas são extintivos, E não deveria ter pensamentos negativos, Pois todos têm os seus problemas em suas proporções particulares, Todos temos obrigações e o fato de estar embotado não deve me fazer tristonho.

Não sei se isso foi um sonho ou realmente aconteceu,mais devo aceitar que me fez melhorar! Encontrei meu caderno após 3 dias naquela mesma praça.

Bruno De Jesus Lima
Enviado por Bruno De Jesus Lima em 20/06/2009
Reeditado em 22/06/2009
Código do texto: T1659129
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