CONTO NOTURNO COM VIÉS ERÓTICO

Saiba Julieta, seus amores por mim não são reais, disse o taciturno Romeu Pós-moderno para a amada que fumava um Hollywood de menta no barzinho central da cidade. Ela então derrama suas lágrimas juntamente com as cinzas do cigarro no cinzeiro sobre a mesinha dobrável metálica e busca verificar o semblante frio e severo de Josuel.

Raquel transmitia simpatia e docilidade sem necessidade de muitas palavras, seu doce e gentil modo de olhar, já congelava o coração daquele sujeito, aliás qualquer brutamonte sem consideração ou amorosidade perdia o jeito e parte do raciocínio quando ela fixava seu olhar verde azulado sobre suas vítimas.

Pensaram por alguns minutos em silêncio...

-- Como pode fazer isso comigo seu infeliz!? disse em tom moderado.

Esperou um pouco para evidenciar seu desespero:

-- Como pode acreditar em palavras alheias!? E esquecer o verdadeiro sentido das minhas. Da mulher que pode provar o que diz.

Um pouco indiferente, Josuel só levanta a sobrancelha direita e nada mais.

-- Eu pensei que era uma jovem feliz ao teu lado, vejo que me enganei... Profundamente...

Se não ouvisse de você o que acaba de me dizer... Facínora!.

-- Não é nada pessoal Raquel.

-- Eu sei que não é!

-- Sabe?

-- Sim, sei.

-- Talvez poderia saber mesmo...

-- É mais não sei...

-- Inferno! Sabe ou não?

-- Já disse que não droga!

-- São seus glúteos.

-- Repita miserável!

-- São os glúteos, mas por favor não me leve a mal...

-- Cretino! O que têm eles?

Josuel conteu o riso e Raquel já fechava os punhos com mais força e visualmente já ameaçava atacá-lo caso desaprovasse seus argumentos. Josuel com tato responde:

-- São estranhos demais Raquel, imaginei eu e você numa transa. Seria horrível... Seus glúteos são horríveis... Eu não resistiria um mês de sexo com você.

-- Raquel se pôs de pé. Empinou-os em direção a Josuel e gritou:

-- Repita! Diga! Vamos, o que há de horrível neles?

-- Pare com isso Raquel o bar inteiro está rindo de nós.

-- É, então porque você não diz pra todos eles o que disse pra mim!

-- Raquel não, por favor pare com isso...

Ela agora gritava mais alto ainda:

-- Ande logo, repita a eles o que disse a mim seu covarde!

Josuel pensa por três segundos e rapidamente responde:

-- Tudo bem, tudo bem. Eu faço anal contigo se você pagar as cervejas hoje!

Todos do bar ecoam aplausos e risadas.

José Luís de Freitas
Enviado por José Luís de Freitas em 20/05/2006
Reeditado em 23/04/2012
Código do texto: T159301
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