Hipocrisia (Miniconto)
O riso envolve a todos! Abraça na sua alegria efêmera, crianças, jovens e velhos. Rufam os tambores, seu passo cadenciado entra na arena. Olhos atentos exploram a sua figura. No seu rosto aquela mancha vermelha se sobressai. Tropeça! Seu pé, sem dúvida é menor que o sapato. Um som lhe acompanha. Lembra do picadeiro e da banda. Ronca o seu ventre. Sua calça, presa por uma corda revela um grande remendo na bunda. Estratégico! Agora se torna inconveniente, com o seu deboche. O sorriso dá lugar a sisudez e ao mal estar. Todos olham para o sacristão. Ele vai até o altar de Nosso Senhor Jesus Cristo, faz o Sinal da Cruz. Olha para o seu rosto e não diz nada. Seu nariz vermelho escorre secreção. O seu choro e lamento ecoa por toda a nave principal. Então, ele o agarra pelo braço e sai dizendo alto: Seu lugar, palhaço, não é aqui! Aqui é sagrado! Sai! Vá curtir a sua bebedeira em outro picadeiro!