Visita de passarinho
Naquele dia, nehum outro aluno compareceu à aula de Yoga. Somente estavam presentes, ela e o instrutor. O grande salão parecia ainda mais silencioso. Um passarinho de lindo peito amarelo como sol havia entrado e pousado em um das altas vigas do teto. Talvez pela presença de somente duas pessoas naquele recinto, o ambiente, harmonizado com músicas suaves, parecia propício à prática da Yoga. Todas as asanas foram alcançadas com extrema facilidade. Em dado momento, o pássaro veio e pousou às costas do instrutor. Ele porém não o sentiu, porque seus frágeis pezinhos, tocaram a parte grossa da costura da calça de ginástica. Mas a aluna observou aquilo e em silêncio pensou: "bela ave, deve ter sentido a bondade do homem". Ao final, quando à hora da meditação, de olhos fechados, deitada no chão, ela ouviu ao redor de sua cabeça, os passinhos do pássaro. Depois senti-o pousar sobre sua coxa direita e por fim ele rodeou seu umbigo e voou. Durante estes minutos preciosos ela ficou quieta, temendo afungentá-lo. Permaneceu o mais tranquila que pode. Momento raro, de grande magia. Nunca havia lhe acontecido algo assim. Sentiu seu espírito leve e voando com o pássaro. E ela compreendeu que assim também somos nós, quando sentimos que podemos nos aproximar de outros sem sermos molestados. A bondade ou a maldade estão ao nosso redor, facilmente percepitível. Entendeu que é preciso ser tão amigo, para que até mesmo os mais frágeis não tenham medo de aproximar de nós. É para isso que estamos aqui, para construir a paz, para viver a paz.