Escalada

Ao escalar o cume encontrou o beijo roubado, aquele que na noite de sábado estalou na fronte oculta pelo breu, a do homem amado.

Olhou para a escada imaginária, lembrança da sessão de regressão, no espelho mágico da mente se vê magra e linda.

Vê a avó que partiu e o bebê que não gerou.

No limbo se vê através do véu rosa do amor que não viveu, o medo que a acompanha cresceu.

Não sorriu, não chorou, os olhos permaneceram arregalados, a lembrança da ponte que se abria e a jogava nas águas revoltas da mente tortuosa.

No flagelo da esperança contida na caixa preta e sombria da mente, sobressai a expressão de dor...E o pescoço pende, a corcunda predomina; sempre cabisbaixa caminha pelos trechos sinuosos da procura do Ser, no Viver errante.

É apenas uma alma sofrida: - algoz, herói.

Trajeto da existência corpórea.

Nos degraus da evolução tropeça.

Ainda pode ver a violeta pálida e sentir o perfume das rosas.

Prossegue!