O Preto e o Branco
O Preto e o Branco
Conforme ele ia caminhando, as cores dançavam ao seu redor. Um passo, e o azul surgia. Outro passo, e o verde piscava. A Vampira não conseguia sequer acompanhar o Fazedor de Arco-Íris, tamanha era a sua velocidade.
E, por onde ele passava, as estrelas diminuíam seu brilho, e faziam uma reverência.
Os pássaros se despiam de suas penas para amaciar os caminhos por onde ele pisava.
Os mares silenciavam suas espumas, e se abriam, para que a caminhada não fosse interrompida.
E, por fim, quando a Vampira finalmente conseguiu alcançar o Fazedor de Arco-Íris, e suas mãos tocaram os cabelos vermelhos, ele se virou para ela, sentou e chorou.
O amor pela Vampira tocou seu coração, e ele conheceu a totalidade da sua própria essência nos braços daquela criatura. E viu, refletido nos olhos dela, a total ausência dele mesmo.
Diz a lenda que foi assim que surgiu o Preto e o Branco.
Roberta Nunes
08/06/2004