Um dia, vinha eu com a Isabel, passámos na eira (lugar onde se descasca o feijão, cereais e também de bailaricos em tempo de festas, etc.) e encontrámos uma prima dela que nos disse:
- Olá, meninas! Vocês querem beber leite? Eu tenho, mas é leite de cabra.
Nós dissemos que sim e então ela respondeu:
- As meninas fazem o seguinte:
Todos os dias quando “tocar” para as cabras irem pastar vocês pegam numa vasilha e vão ao meu curral e tiram o leite à cabra que lá está, é só aquela que fica, ela não vai ao pasto.
Felizes da vida lá continuamos o nosso caminho e no dia seguinte assim que ouvimos o “toque” caminhámos para o dito curral para ir ordenhar a cabra, para mim era uma novidade incrível. Chegadas lá, eu experimentei e não tinha jeitinho nenhum para tal tarefa e então resolveu-se que seria a Isabel a ordenhar a cabra e eu segurava nos cornos.
Esta tarefa tornou-se um ritual para nós, todos os dias lá íamos e depois em casa fazíamos um banquete a comer “sopas de pão de milho” no leite de cabra. Chamo aqui a atenção que era este o único leite que nos era facultado porque o das vacas era para amamentar os vitelinhos.
Até que chegou o dia, dia esse que seria o dia mais incrível da minha vida, ainda hoje penso como é que aquilo aconteceu, mas tudo é possível acontecer numa aldeia com meninas da cidade, embora a Isabel já estivesse habituada pois era lá que ela costumava passar as férias.
Então um dia, após o “toque”, fomos como era hábito já todos os dias ao curral ordenhar a cabra. Lá, como sempre fazíamos eu segurei os cornos da cabra e a Isabel começou a tarefa de “espremer as tetas” da cabra, passado um bocado disse-me:
- Susana, hoje a cabra não tem leite. Entretanto a cabra balia muito,“berrava” bem alto, MÉ…MÉ…
Eu respondi-lhe:
- Sai daí que tu já não percebes nada disto e hoje sou eu que “tiro o leite”.
E assim procedemos, mudámos de posição, ela veio para os “cornos” e eu fui para as tetas e comecei o acto de ordenhar, nada, o leite não saía e o animal balia muito, “berrava”que se fartava cada vez mais alto, MÉ…MÉ… A Isabel disse-me:
- Não tens jeito nem habilidade, vem tu para os cornos que eu tiro o leite
Mudámos novamente as posições. Com a Isabel a tentar tirar o leite e nada, não saía nem “pinga” e o animal continuava num gritaria.
Bom, fizemos várias tentativas alternando sempre as nossas posições, e o animal continuava a balir “berrar” aflitivamente, MÉ…MÉ…MÉ…
Já desesperadas com a cabra e sem leite resolvemos sair do curral e ir para casa, naquele dia não haveria leite para o nosso “banquete”.
Íamos as duas muito descontraídas, eu levava a vasilha do leite presa num dedo e ia-a baloiçando ao ritmo do nosso andar, quando encontramos a prima da Isabel que ao ver-nos com a vasilha vazia perguntou:
- Então as meninas hoje não levam o leite?
Nós duas em uníssono respondemos:
- Hoje a cabra não tem leite
A senhora respondeu:
- A cabra não tem leite? Como é que a cabra não tem leite?
Eu respondi:
- Hoje ela não tem, eu e a Isabel tentamos de tudo e ela não “deitou” nada.
A Isabel corroborou o que eu disse e até falou das nossas várias tentativas.
(Continua)
- Olá, meninas! Vocês querem beber leite? Eu tenho, mas é leite de cabra.
Nós dissemos que sim e então ela respondeu:
- As meninas fazem o seguinte:
Todos os dias quando “tocar” para as cabras irem pastar vocês pegam numa vasilha e vão ao meu curral e tiram o leite à cabra que lá está, é só aquela que fica, ela não vai ao pasto.
Felizes da vida lá continuamos o nosso caminho e no dia seguinte assim que ouvimos o “toque” caminhámos para o dito curral para ir ordenhar a cabra, para mim era uma novidade incrível. Chegadas lá, eu experimentei e não tinha jeitinho nenhum para tal tarefa e então resolveu-se que seria a Isabel a ordenhar a cabra e eu segurava nos cornos.
Esta tarefa tornou-se um ritual para nós, todos os dias lá íamos e depois em casa fazíamos um banquete a comer “sopas de pão de milho” no leite de cabra. Chamo aqui a atenção que era este o único leite que nos era facultado porque o das vacas era para amamentar os vitelinhos.
Até que chegou o dia, dia esse que seria o dia mais incrível da minha vida, ainda hoje penso como é que aquilo aconteceu, mas tudo é possível acontecer numa aldeia com meninas da cidade, embora a Isabel já estivesse habituada pois era lá que ela costumava passar as férias.
Então um dia, após o “toque”, fomos como era hábito já todos os dias ao curral ordenhar a cabra. Lá, como sempre fazíamos eu segurei os cornos da cabra e a Isabel começou a tarefa de “espremer as tetas” da cabra, passado um bocado disse-me:
- Susana, hoje a cabra não tem leite. Entretanto a cabra balia muito,“berrava” bem alto, MÉ…MÉ…
Eu respondi-lhe:
- Sai daí que tu já não percebes nada disto e hoje sou eu que “tiro o leite”.
E assim procedemos, mudámos de posição, ela veio para os “cornos” e eu fui para as tetas e comecei o acto de ordenhar, nada, o leite não saía e o animal balia muito, “berrava”que se fartava cada vez mais alto, MÉ…MÉ… A Isabel disse-me:
- Não tens jeito nem habilidade, vem tu para os cornos que eu tiro o leite
Mudámos novamente as posições. Com a Isabel a tentar tirar o leite e nada, não saía nem “pinga” e o animal continuava num gritaria.
Bom, fizemos várias tentativas alternando sempre as nossas posições, e o animal continuava a balir “berrar” aflitivamente, MÉ…MÉ…MÉ…
Já desesperadas com a cabra e sem leite resolvemos sair do curral e ir para casa, naquele dia não haveria leite para o nosso “banquete”.
Íamos as duas muito descontraídas, eu levava a vasilha do leite presa num dedo e ia-a baloiçando ao ritmo do nosso andar, quando encontramos a prima da Isabel que ao ver-nos com a vasilha vazia perguntou:
- Então as meninas hoje não levam o leite?
Nós duas em uníssono respondemos:
- Hoje a cabra não tem leite
A senhora respondeu:
- A cabra não tem leite? Como é que a cabra não tem leite?
Eu respondi:
- Hoje ela não tem, eu e a Isabel tentamos de tudo e ela não “deitou” nada.
A Isabel corroborou o que eu disse e até falou das nossas várias tentativas.
(Continua)