Era uma vez... - Parte 5
“Era uma vez uma senhora magra, elegante, decidida e fiel que achava que não tinha mais motivos aparentes pra continuar sua existência sem vida aqui pelo planeta terra. Olhava para os objetos que fizeram parte de sua vida e não soltava uma lágrima sequer por isso, entretanto, a lágrima que gostaria de soltar estava há algum tempo sendo alimento dos vermes, o que ela jamais admitiria como verdade absoluta, ou talvez relativa. Seus olhos procuravam desesperadamente por um céu habitado exclusivamente por aquele a quem amou, mesmo que esse amor tenha sido separado por interferência exclusiva da famosa “Deusa da Morte”. A senhora magra, elegante, decidida e fiel gostaria que essa famosa “Deusa da Morte” viesse ao seu encontro, mas não com a idéia fixa de ser um alimento de vermes, o que com certeza causaria nojo e medo à senhora magra, elegante, decidida e fiel. Os objetos que fizeram parte da vida da senhora magra, elegante, decidida e fiel também fizeram parte da vida daquele senhor gordinho, elegante, introspectivo e fiel, a quem a senhora magra, elegante, decidida e fiel tanto amou. O senhor gordinho, elegante, introspectivo e fiel acharia também que não teria mais motivos aparentes pra continuar sua existência sem vida aqui pelo planeta terra, caso à senhora magra, elegante, decidida e fiel também não estivesse mais por aqui”.
“Era uma vez uma senhora magra, elegante, decidida e fiel que amava um senhor gordinho, elegante, introspectivo e fiel, e que gostaria de estar agora num céu onde apenas os dois estivessem a passear. A senhora magra, elegante, decidida e fiel ainda não estava nesse céu. O senhor gordinho, elegante, introspectivo e fiel talvez estivesse nesse céu. Eu não gostaria de estar nesse céu. Eu não estava nesse céu”.