Renascido

Chovia muito naquela noite. Apenas uma noite chuvosa como qualquer outra naquele pequeno vilarejo. Para Jhonathan Kenny, a trigésima noite sem sua amada esposa, que havia falecido.

Jhonathan era uma mente brilhante, já tinha ganhado o premio Nobel de ciência. E tudo isso, não significava nada para ele, pois ele perdeu a coisa que mais amava; a sua esposa Ashley.

A única coisa que fazia com que Jhonathan se mantivesse vivo, era seu filho Tommy de 12 anos. Era um garoto adorável, e que dizia que quando crescesse, iria ser como o pai.

Era o orgulho de Jhonathan.

O vilarejo não era mais o mesmo desde a mudança de Jhonatan e seu filho para lá. Há duas semanas os moradores do pacato vilarejo não dormiam. Tinham medo, pois ouviram falar que o grande cientista estava trabalhando em um projeto sobre clonagem.

Toda a ignorância e religiosidade daquele povo faziam com que o povo odiasse o grande cientista.

Mesmo com toda aquela chuva e aqueles trovões que riscavam o céu, Jhonatan estava trabalhando incansavelmente. Talvez não tão incansavelmente assim. Ele Dormia. Estava exausto.

Dormia tranquilamente até que ouviu um grande barulho de vidro sendo estilhaçado por pedras. Era só o primeiro. Muitas pedras foram atiradas contra as janelas, e quebravam tudo que estava pela frente.

– Tommy! – Gritou ele temendo pela integridade do filho.

Subiu as escadas correndo, e com muita voracidade abriu a porta. Lá estava Tommy, tremendo de medo debaixo da sua cama agarrado a um travesseiro, temia pelo seu pai, pensou que alguém tivesse feito mal a ele.

Jhonathan abraçou seu filho e olhou pela janela. As pessoas estavam indo embora, com exceção um homem, que olhava para Jhonathan com um olhar amedrontador.

– Só Deus dá a vida. Você não pode brincar de Deus. – Disse o rude homem.

Jhonathan não deu muito ouvido ao que aquele homem disse. Mas devia.

John Mcash era um homem perturbado. Dizia ouvir a voz de Deus. E era um soldado pronto a combater caso Deus lhe ordenasse.

Usava em seu pescoço uma cruz celta. A cruz celta simboliza a coragem, heroísmo, a superação de obstáculos e a conquista de vitórias.

Jhonathan seguia muito bem em sua pesquisa. Conseguiu grandes avanços. Estava a um passo da clonagem humana. E isso o excitava. Devido a sua grande influência, não demorou muito para que todos os jornais e revistas falassem acerca do seu trabalho. Já havia dado entrevistas, e estavam criando um livro sobre ele. Alguns falavam do seu avanço. Outros o taxavam de lunático. Mas em uma coisa todos concordavam: Ele era incrível.

Certa vez quando voltava para casa, viu novamente aquele estranho homem. Temeu que ele estivesse vindo de sua casa. Acelerou seu carro e foi o mais depressa que pôde para sua casa. Quando chegou a frente da sua casa, viu que a porta estava arrombada. Subiu rapidamente as escadas e correu em passos longos até o quarto do seu filho. Receoso, abriu a porta, e lá jazia seu filho no chão. Fora esfaqueado pelas costas.

O enterro de seu filho foi ainda mais triste que o de sua mulher. Só os amigos mais íntimos compareceram. Todos tentavam anima-lo. Em vão.

Agora ele não tinha nada. Não tinha mulher, não tinha filho. Pensou em desistir de tudo. Em desistir da sua própria vida, mas viu que não era o melhor a fazer.

Jhonathan jogou-se no trabalho. Era a única coisa que fazia desde que seu filho se foi. Até que finalmente acabou. Estava pronto o seu trabalho.

Todas as revistas e jornais só falavam na criação do grande cientista. Quando Tommy nasceu, foi capa de Jornais e revistas, que só falavam na “grande criação”. O tempo foi passando, e o caso foi esquecido.

Era incrível, idêntico fisicamente e comportava-se como o velho Tommy. Os anos foram passando e Jhonathan era feliz de novo.

Dia 16/09. Era o dia que Tommy havia morrido. Ao chegar em casa, seu pai sentiu medo ao não vê-lo. Justamente no dia em que Tommy havia sido assassinado. Procurou por toda a casa. Nada.

Caiu de joelhos, com a mão na cabeça, e chorava.

Tommy dirigia-se ao vilarejo. Um pouco distante da casa de seu pai.

Chegando lá, rumou a uma velha casa, feita de madeira. Abriu a porta, e vagarosamente dirigiu-se a sala de estar.

Trazia consigo uma adaga, que seu pai havia ganhado de um amigo indiano.

Tommy empunhou-a. Via aquela figura no sofá. O mesmo que havia o matado. Estava de costas, dormindo, assim como ele estava quando morreu. Nada mais justo, pensou ele enfiando a faca nas costas de John, e sentindo seu corpo se contorcer de dor, até que cessou. Estava morto.

Sua alma estava lavada. Sua morte, vingada.

Derek Mendonça
Enviado por Derek Mendonça em 16/04/2008
Código do texto: T947672
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