The Dark Master
Eu nunca o entendi muito bem...
Ele chegou na minha vida num momento estranho, momento de maior dificuldade, e me ajudou como poucos fizeram.
Se eu o amei, amei sim. Pelo que ele era, pelo que ele fez por mim.
Muitos o chamavam de demônio, de maldito... mas não me importava.
Aqueles que tanto falavam isso nunca me ajudaram. Sempre me rejeitaram. Deixariam que eu morresse de fome!!!
Então quem falava a verdade?
Quem era mais justo?
Nasci a muito, mas a muito tempo atrás, numa aldeia pobre, na Gália...
Minha família vivia relativamente bem,
Meu pai, era um ex-guerreiro, que vivia como simples soldado, protegendo o povoado, e descansando a perna que tinha ficado inválida em sua ultima batalha contra os romanos...
Viví assim com tranqüilidade até meus 12 anos, quando a desgraça se abateu na aldeia...
Cavaleiros fantasmas... os antigos... atacaram a aldeia e a dizimaram!!
Escapei
Andei a esmo, sem destino
Me juntei a um pequeno bando de adolescentes que vivia na floresta, na beira da cidade.
Éramos sobreviventes
Vivíamos da caça, da pesca e de pequenos furtos.
Cresci assim, e aos 17 anos sabia lutar com um punhal como poucos.
Crianças sem destino, sem perspectiva...
Foi então que o conheci.
Estava eu na floresta, na época eu me vestia como menino, pra minha própria proteção... os tempos eram obscuros, a violência era grande.
Tinhamos montado uma emboscada, pra roubar uma carruagem que vinha...
O que não esperávamos era que tivesse soldados escondidos na carruagem, lutamos bravamente, mas perdemos...
Jonh e Gail morreram e eu tinha levado um corte no ombro... tava sangrando muito, e fugi, me escondendo por trás de uma árvore.
A noite caiu, e o frio se abatia sobre mim.
Tinha sangrado muito, minha camisa estava empapada de sangue.
Foi então que escutei os passos do cavalo que trotava pelo caminho
Achei estranho um cavaleiro viajar a essa hora. Estava com medo... ele podia ser minha salvação ou minha desgraça final
O instinto de sobrevivência lutou mais forte e gritei, clamando por socorro.
Minha vista tava borrada, mas ainda lembro de seu rosto, pálido como a lua e os olhos negros a me observar... senti então seus braços me carregando... e apaguei.
Quando despertei, estava deitada numa cama, num quarto luxuoso e a lareira crepitava... Estava nua e meu ombro enfaixado.
Como um coelho assustado eu tremia. Nunca ninguém fez nada por mim, não sem querer algo em troca. Não sabia o que era isso. Num sabia onde estava meu punhal e minhas coisas. Queria fugir desesperadamente.
Olhei pras coisas no quarto, a cama tinha um brasão do Corvo bordado na colcha.
Foi então que descobri quem tinha me ajudado... Chronus... O cavaleiro que vivia sozinho no castelo Negro... O solitário. Àquele que poucos conheciam e se criavam muitas lendas.
Uns diziam que ele era um lobo...
Outros diziam que ele era um morcego...
Outros diziam que ele era um fantasma...
Um ser das sombras, maldito,...
Mas todos tinham medo dele, essa era a única unanimidade.
Bem... o que posso dizer...
Ele me adotou, e do medo inicial, passei a adoração!
Ele foi tudo pra mim. Pai, irmão, amigo, amante... me ensinou e me deu coisas que ninguém mais poderia, porque ele realmente era e não era tudo o que pensavam.
O que posso dizer mais...
Ainda vivo hoje, nas sombras... como ele fazia anteriormente.
Ai vocês me perguntam: Como?
Ele me deu também seu poder. Depois de eu muito pedir, lutar e ele achar que eu era merecedora.
Ainda o vejo de vez em quando... de século em século...
Mas não tenho mais a necessidade de sua companhia o tempo todo.
Ele me tornou uma comigo mesma.
Essa foi a maior dádiva de tê-lo conhecido.
Ele ainda tem segredos para comigo. Mas não tenho pressa, afinal temos a eternidade ainda...
Se existem muitos como nós?
Existem sim.
Se os outros sabem que existimos?
Alguns sabem, mas hoje em dia, o mundo é cético com o que não vê, e sabemos nos esconder quando é preciso.
Estamos ai entre vocês.
Hahahahaha!!!