O Buraco no Céu
O Buraco no Céu
Tudo começou com um ponto.
Pequeno, negro, quase imperceptível no céu da cidade. As pessoas pensaram que era sujeira em suas lentes, um defeito na visão. Mas ele estava lá. Sempre lá.
Dia após dia, crescia.
Não como algo que se aproximava, mas como um rasgo se alargando.
Astrônomos apontaram telescópios para ele e encontraram... nada. Um vazio absoluto, sem estrelas, sem luz. Como se algo tivesse perfurado a realidade.
Então vieram os sonhos.
Pessoas do mundo inteiro começaram a ter o mesmo pesadelo: um céu sem lua, sem sol, sem fim. Algo colossalde se movia lá dentro, algo que não deveria existir, algo que *nunca* deveria ser visto.
E, uma a uma, as pessoas começaram a desaparecer.
Não morriam. Não havia corpos. Apenas... sumiam.
Na TV, repórteres tentavam esconder o pânico. Mas seus olhos traíam a verdade. Eles sabiam que algo estava vindo.
E então, uma noite, o céu se apagou.
Não houve aurora. Não houve dia. Apenas um buraco imenso, devorando tudo, pulsando como um coração morto.
E dentro dele, finalmente, *eles* olharam de volta.
A humanidade compreendeu, tarde demais, que o buraco nunca esteve crescendo.
Nós é que estávamos sendo sugados para dentro dele.