HORRORSHOW

Eram 11 da manhã quando acordei, senti o cheiro do almoço que passava pela sala e vinha até o meu quarto. Era domingo e costumávamos comer frango com macarrão e purê. Minha mãe estava na cozinha ouvindo música enquanto cozinhava feliz da vida.

“Bom dia, mãe. Já tô com fome, que horas vai estar pronto o almoço?”

“Oi meu filho, daqui há uma hora tá pronto.”

Eu fui escovar os dentes, fiquei um tempo nisso. Depois usei o vaso sanitário e me lavei. Foi divertido até aqui, mas ouvi um carro buzinar lá fora de casa e fui olhar.

Era uma limusine riquíssima, dela saíram duas pessoas de terno e gravata.

“Você é John Wayne?” Aquele homem barbudo e de olhos soturnos me perguntou a queima roupa.

“Sim, sou eu. Por que?” Perguntei ceticamente.

“É você mesmo que o meu chefe quer ver. Você não é um artista anônimo?”

“Sim, sou. Mas é por conta de meu contexto, aqui dificilmente alguém desenrola algo.”

“Entendi.” O cara ficou bem sério e pediu para eu entrar no carro.

Eu entrei e fiquei no ar condicionado, acendi um cigarro e peguei uma dose de uísque.

Percorremos a estrada por 1 hora, até chegar em uma mansão incrível. Passamos pela porta de entrada, tiraram algumas fotos nossas e nos deixaram entrar tranquilamente.

Lá dentro, eu vi pessoas da mais alta estirpe da sociedade. Pessoas brancas, negras, loiras, morenas etc. Eu estava em um lugar muito diferente do que estava habituado a frequentar.

Não demorou muito para eu ir comendo e bebendo...

Ouvindo aquela música sombria e hipnotizante. Algo macabro... Como se aquelas pessoas estivessem em transe. Eu fui no banheiro e vi a orgia que rolava, algo sem pudor ou moral, não havia certo ou errado, todo mundo comia todo mundo etc.

Passei cerca de 3 horas no lugar e os homens de preto me levaram para casa.

Chegando em casa, abri a porta e entrei.

Logo de cara, senti um odor de queimado, mas não sabia de onde vinha. Achei que fosse na cozinha, que alguma comida tivesse queimado. Chegando na cozinha avistei uma garrafa de coca-cola e uma bacia cheia de pipocas, uma câmera e nada mais.

Não consegui identificar aquele mal cheiro lá na cozinha. Então, fui andando até o quarto de minha mãe, o odor ficava cada vez mais forte... Intensificando-se...

Quando abri a porta do quarto de minha mãe, vi um edredom enrolado na cama, aparentemente tinha uma pessoa nele e estava esfumaçando. Eu puxei o cobertor e vi minha mãe lá.

Ela estava com os olhos costurados, a boca, nariz sagrando, seios esquartejados e uma chave de fenda enfiada de uma orelha a outra. Então, eu peguei uma tesoura e abri seus olhos primeiro. Eles estavam esfumaçando, derretendo junto das lágrimas. Quando abri sua boca, pude ouvir um sussurro de socorro, algo muito baixo, quase imperceptível.

Foi dessa forma que eles a deixaram. Para que eu pudesse vê-la e sentir na pele o horror.

Eu fiquei desesperado e a desolação me inundou completamente.

Deixei minha mãe deitada agonizando na cama e liguei para o SAMU.

Fiquei curioso com o fato de ter uma câmera ali, que não era minha, nem de minha mãe.

Eu a liguei.

Fiquei perplexo com o que vi, era o vídeo de uma das maiores atrocidades já praticadas na terra. Minha mãe vítima de uma ultra violência, sendo espancada, estuprada por homens de máscaras bizarras, nus.

Eu fiquei ali, tentando recuperar o fôlego. Definitivamente vi o inferno e receio que ninguém está realmente a salvo da insanidade de algumas criaturas humanas.