O Sinal Que Ninguém Viu

O Sinal Que Ninguém Viu

Tudo começou com um erro na transmissão da TV estatal.

Às 2h47 da manhã, no meio de uma reprise de um programa de auditório, a imagem tremulou. O sinal caiu por três segundos.

E quando voltou, **não era o mesmo programa**.

A tela mostrava uma paisagem desértica, um horizonte sem sol, apenas uma luz opaca vinda de algum ponto invisível. O chão estava rachado e seco, e figuras escuras, **altas demais**, moviam-se lentamente ao longe.

Então a tela ficou preta.

O erro passou despercebido por quase todo mundo. Mas um grupo de entusiastas de sinais de rádio notou que, nos dias seguintes, algo **estranho** acontecia.

O sinal voltou.

Não na TV. **Em aparelhos que nem estavam ligados.**

Celulares desligados começaram a exibir flashes daquela paisagem. Telas de computadores, mesmo sem energia, piscavam por um segundo.

A cada noite, mais gente via o deserto.

E então começaram **as vozes**.

Não um som alto, não um ruído claro. Mas uma vibração fraca, captada por rádios, por microfones, por qualquer coisa capaz de converter ondas em som.

Era um murmúrio contínuo, monótono, **dizendo algo que ninguém conseguia entender**.

Os poucos que tentaram traduzir diziam sentir dores de cabeça, náuseas.

E então, um desaparecimento.

Jorge Almeida, um dos técnicos da TV, sumiu de sua casa. O computador dele foi encontrado com a tela congelada em uma imagem de baixa qualidade.

Mostrava **ele mesmo**, mas **em algum outro lugar**.

Um deserto seco.

E ao fundo, figuras **que agora estavam mais perto**.

Na noite seguinte, mais duas pessoas desapareceram.

E nos minutos antes de sumirem, cada uma delas disse a mesma coisa:

*"Eu consigo vê-los agora."*

(Eduardo Andrade)
Enviado por (Eduardo Andrade) em 14/02/2025
Código do texto: T8264483
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