Jaguarámiri- CLTS 30
A cena era difícil de ver, mesmo não sendo rara ali.
Parentes e amigos amparavam Leonidas, o viúvo, que aos prantos, gritava o nome da esposa, Manoela, enquanto coveiros faziam seu digno trabalho, descendo e acomodando com suas humildes pás e areia, aquela que teve seus sonhos arrancados à força... e à força, se despedia.
Havia também a família de Manu. Pessoas destroçadas.
O homem que a atropelara arremessando seu corpo a 6 m e o partindo em dois contra um poste, era um policial em seu dia de folga, Sargento Brivaldo Mendonça, que meia hora antes havia atirado na cabeça de um homem num bar por afirmar que ele o estava encarando, que havia percebido que ele era policial e avisado a membros de uma facção para que eles fossem lá e o executassem.
Só que o jovem que teve o crânio arrebentado em cima de pratos de churrasco não passava de um garoto de 20 anos que conversava com dois amigos sobre o repertório novo de pagode que estavam ensaiando, bebendo uma Coca Cola, quando recebeu um tiro na nuca e dois nas costas vindos do desconhecido que havia entrado no banheiro e cheirado 2g de cocaína.
Na fuga, o policial ultrapassou sinais vermelhos, atingiu um motociclista que quebrou uma perna, disparou para cima algumas vezes até encontrar o casal que voltava de um açaí e fazia planos para os dois, e mais alguém... felizes e confiantes no presente que viviam, porque o futuro a Deus pertencia... e a família cresceria...
No entanto, esse futuro, era absurdo. Manoela morreu aos 26 anos, e Sargento Mendonça, aos 42, prestava serviços administrativos enquanto aguardava o laudo da perícia e os demais procedimentos que tinham por intuito o livrar da perda da farda e da possibilidade de prisão. A instituição a qual servia estava intrinsicamente ligada por encobertamentos. O atropelamento fora uma “fatalidade”, Mendonça tivera um lapso nervoso dado o estresse do trabalho... A perícia de Comendador Negromonte era excelente no auxílio dos seus.
Quanto ao jovem baleado, não havia problema. Ele já havia sido detido no passado por porte de drogas, seria mais fácil. O arquivamento era quase certo. Pessoas importantes lhe deviam favores.
‒ Meu filho, vai passar, seja forte, eu tô aqui... eu te amo tanto... ‒ Dona Iracema consolava o filho, mas suas próprias lágrimas a desarmavam. Abraçou seu corpo magro e o beijou na testa. O braço direito quebrado de Leonidas estava no gesso, a mãe o tocou e suspirou.
‒ Mãe, ela estava grávida... a gente tinha feito o teste alguns dias atrás, mãe, a gente ia te contar... mas... mas... ‒ e mais lágrimas. Leonidas só chorava.
E a cerimônia se encerrou. Enterrada. As lápides eram testemunhas silenciosas. A chuva começou a cair e tudo ficou cinzento naquele fim de tarde inesquecível para Leonidas, desolado pela incapacidade de reagir contra um destino cruel e implacável, manipulado por uma força desconhecida e que não sentia misericórdia... Não tinha ninguém por ele, quem o defenderia? Quem o vingaria e o faria acreditar em justiça?
Ninguém.
Manoela morrera, e sua fé em Deus também...
Quem ele pensou que era, que não pudesse sofrer?
Pobre e ingênuo humano. Destinado à morte.
Em sua aflição e desespero, ele não percebeu que um desconhecido o observava. O homem, um velho de aparência frágil que portava uma bengala e andava a passos curtos, esperou que todos saíssem do cemitério e observou atento quando o viúvo tomou um carro amparado pelos que se compadeciam de sua perda e foi embora. Um bom homem que merecia sua boa mulher...
Vítima do viver.
Seria ele.
Seria dele...
Ele o encontraria. Imediatamente. Chegara a hora de passar seu fardo. O velho levantou a manga do paletó e tocou o bracelete no pulso esquerdo. Duas esferas, uma azul e uma vermelha, brilharam. Retirou do bolso 4 dentes de alho e começou a comê-los. Segundos depois, ele sumiu... seu corpo evaporou como se nunca tivesse estado ali...
E naquela madrugada, sob o manto de um desastre, Leonidas o encontrou no escuro de seu quarto enquanto chorava...
***
A manhã ensolarada era prenúncio de infinitas possibilidades e descobertas. Leonidas se espreguiçou na cama e tentou sentir o corpo da esposa ao seu lado, mas só havia os lençóis. O bracelete em seu pulso esquerdo emitia leves feixes azuis e vermelhos. O cheiro de café e o som de passos vindos do andar de baixo o fizeram recordar de súbito sobre o roteiro de seu dia. Um dia muito esperado para Madeleine.
A viagem para o Brasil.
‒ Amor, yo fiz panquecas com mel e tem una torta de aveia que a mamá mandou pra você. ‒ Madeleine o beijou. Leonidas parecia encontrar pela primeira vez a mulher com quem dividia sua vida nos últimos 7 anos. Ela estava linda. Deslumbrante. Seu português com um leve sotaque espanhol era o que ele mais gostava. Amava demais aquela mulher. Como amou Manoela...
‒ Querida, você pelo menos dormiu um pouco? Me parece que não.
‒ Léo, yo durmo no voo, pode deixar. Agora yo só quero que você coma direitinho pra gente ir pra o aeroporto. O avião sai às 14, e são 10 horas sobre o mar até chegarmos em Maceió e mais duas horas de carro até Comendador Negromonte, sua terra natal. Acertei?
‒ Você é incrível, amor. Sou o homem mais feliz do mundo. É sério.
‒ Yo que soy, meu amor, yo te amo... Pero quero saber o que tu mamá vai achar de mim. Una espanhola que usa tempero português pra fazer comida brasileira... No se, no, viu.
‒ Com certeza ela vai te adorar.
‒ Não é justo viver com saudades, amor. Tudo bem que o Brasil não é logo ali, pero não deixa as coisas se tornarem impossibles...
‒ Impossíveis? Não entendi.
‒ É mais fácil ir do outro lado do oceano do que ir no “Outro Lado”... entende?
‒ Acho que sim... minha poetisa... O que seria de mim sem suas frases complexas e inspiradoras?
Após o café, enquanto Madeleine terminava os preparativos finais para viagem, Leonidas fitou as ondas gigantes da praia de Nazaré ao longe, e sua mente voltou ao passado como um raio. Madeleine havia falado sobre coisas impossíveis, sobre ir do “outro lado”, e ela não podia imaginar o quanto ele sabia o real sentido dessas palavras. Literalmente. Nunca havia falado com Madeleine sobre sua grande dor. Era um segredo, dele. Seria possível sofrer como ele sofreu outra vez? Impossível.
Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes...
Nunca.
Ele sabia que não era possível o que se tornara da noite para o dia e ainda assim ali estava ele, a prova viva. De Deus? De um segredo... Ele não queria saber. Seu corpo se ergueu do chão e foi sumindo... O mar formava paredões imponentes de água azul enquanto suas memórias retornavam para aquele dia...
***
Eram 3 da madrugada. Ele havia pedido aos pais e amigos que o deixassem só, que não havia problema, mesmo com algumas objeções severas da mãe, teve seu pedido respeitado após muita conversa e a garantia de que se ele precisasse de qualquer coisa, todos estariam disponíveis, que ele não hesitasse em chamar.
Ele foi pra cama e chorou. Era só o que lhe restava. Sua mente não parava de formular momentos vividos entre os dois. Socou as paredes com a mão que restava até sangrar. Viu o rosto de Brivaldo Mendonça diante dos olhos e o mordeu até arrancar pedaços... Reviveu o momento exato quando o carro os atingiu e viu outra vez todo aquele sangue... aqueles ossos expostos... a mulher que ele viu menina sangrava por todo o rosto... as vísceras à mostra para que todos vissem...
Ele desmaiou, não dormiu. Acordou. Sonhou com ela. Acordou outras vezes. Chorou. Vagou num misto de realidade e pesadelo. E quando em algum momento de sua vigília causticante iria beijá-la... foi arrastado por um vórtice, despertou chorando, e na escuridão que o rodeava, sentiu o puxão em seu pé...
O susto que o tomou foi precedido do mais puro horror que já vivera. Em um instante, uma mão invisível o agarrou e o arrancou da cama, com uma força descomunal, a mão o girava pela perna e atingia os móveis do quarto com seu corpo... coisas ininteligíveis eram ditas em grande velocidade e Leonidas não conseguia sequer formular um pensamento a não ser o de que havia enlouquecido pela perda...
Quando a mão espectral o largou no chão do quarto, sangrando e totalmente desnorteado, à beira de um colapso nervoso, as luzes se acenderam e um velho com uma bengala o fitava com um sorriso.
‒ Desculpe, filho. Eu vim te trazer algo que quer muito. Eu te trouxe uma chance... e muito mais: te trouxe um poder que te fará prosperar entre os homens, prolongar teus dias, se usado com sabedoria...
Leonidas vomitou. Seu braço latejava e a dor por todo o corpo agora era uma verdade surreal e torturante. Ao redor tudo estava revirado. Ele não conseguia gritar, um pânico desconhecido o calara.
‒ Não vou te dizer meu nome, mas pode me chamar de Mestre. Vim te trazer um presente, por sua perda. Meus sentimentos. ‒ o homem abaixou a cabeça, levantou a manga esquerda do paletó e ergueu o punho à frente do rosto. O bracelete de couro adornado em ouro, com duas esferas (presas a uma caixa metálica que lembravam uma fusão de ampulheta com relógio de pulso), uma azul e uma vermelha, brilhava intensamente.
‒ Isso aqui, é um Jaguarámiri, um artefato indígena ancestral e sagrado, uma dádiva das Serpentes Emplumadas ‒ o velho puxou o bracelete para retirá-lo usando certa força e Leonidas pode ver que havia como que duas agulhas por baixo das pedras, lembravam pequenos dentes de serpente, e que o bracelete estava preso ao velho por uma espécie de ligação intravenosa.
‒ Não tenha medo, Leonidas, medo nunca ajuda, assim você não vai realizar sua transmutação. ‒ o velho sorriu.
‒ Nos próximos 3 dias, estarei com você, do outro lado... Sei que o luto é complicado, enterrei minha mulher há um tempo, sei muito bem. Mas tem um lado bom pra você, alguém também quer te ver. Aproveite. ‒ o velho se aproximou e Leonidas rastejou para trás em reflexo. A urina escorria pelo chão do quarto.
O desconhecido tomou o braço quebrado de Leonidas e uma dor lancinante o consumiu. O velho, o Mestre, colocou o bracelete em seu pulso e ele sentiu um calafrio quando as agulhas penetraram sua pele e músculo, mas o que veio em seguida foi algo inexplicável e perturbador. Foi como se o sedativo mais poderoso de todos misturado à mais potente anfetamina atingisse sua corrente sanguínea. Um sentimento paradoxal de vazio e completude. Todas as dores estavam sumindo, um alívio e uma felicidade inconcebíveis pousaram sobre seu espírito. A última coisa que Leonidas lembra é de ter atravessado os céus num jato de luz...
E encontrado Manoela.
***
Houve festa quando ele chegou em Comendador. Dona Iracema agarrou o filho e a nora e não queria mais os largar. Vários amigos apareceram. Sob seu comando mental, o bracelete podia ficar totalmente invisível aos olhos dos outros, e fora assim que ele mantivera seu segredo desde que o possuíra. Todos sabiam que ele havia se tornado bem-sucedido no ramo de energia solar e ido morar na Europa.
Na manhã que se seguiu após o encontro insólito com seu visitante desconhecido em seu quarto há 10 anos, Leonidas acordou em um recinto totalmente escuro. Sonhara com Manoela, ela sabia que não estava mais entre os vivos e pediu para que ele prosseguisse, o consolou. O ordenou a aceitar o que lhe foi dado. Porém, implorou para que ele se vingasse por ela...
E ele aceitou.
Seu corpo estava totalmente recuperado dos ferimentos e fraturas, o bracelete em seu pulso estava atado como se nunca mais fosse ser possível retirá-lo, o fazia se sentir bem. Então a voz do Mestre, vinda de algum lugar, o instruiu. E por 10 anos ele vinha seguindo suas instruções.
O bracelete que usava era um artefato de idade incalculável, originário do Peru, dado por um índio ao Mestre quando ele ainda era muito jovem, no ano de 1910 (quando ainda vivia com o Livro de São Cipriano pra cima e pra baixo) presente por ele ter poupado sua vida durante uma chacina realizada por garimpeiros em terras indígenas remotas na época em que trabalhara como pistoleiro no Acre. O índio dissera que por sua vida ele pagaria com seu maior bem, e certamente o fez.
Segundo ele, o bracelete fora criado pelos Deuses para ajudar os humanos nas atividades diárias pesadas, quando estiveram entre nós extraindo ouro e nióbio em outra era. Para os Deuses, não havia nada de mágico no artefato, apenas sua tecnologia aplicada a seus interesses. Jaguarámiri significava “Bracelete do Devorador”, que era como os índios chamavam esses seres que de vez em quando se alimentavam de mulheres e crianças quando contrariados, como forma de punição ao povo, impondo respeito pelo medo e dor à medida que auxiliavam no desenvolvimento das tribos. Os Jaguarás, os Devoradores, eram temidos e vistos como espíritos ruins por muitos.
As esferas continham, uma, mercúrio vermelho, a outra, mercúrio azul, totalmente desconhecido atualmente, que se ligavam com o sangue criando reações químicas que concebiam poderes extra-humanos aos índios em suas caçadas, como a invisibilidade, velocidade animal, força descomunal, uma barreira magnética que servia como escudo intransponível e a mais importante função: a regeneração celular imediata. Qualquer índio à beira da morte, com qualquer ferimento, se recuperava em instantes se colocasse o bracelete. As reações alquímicas eram alimentadas pelo consumo da alicina, encontrada em abundância no alho cru e em cebolas.
Era um mecanismo simples e eficaz para os Deuses, que adoravam carne de onça e ouro. Conforme o índio se aperfeiçoasse e a união entre ele e o bracelete se fortalecesse, capacidades desconhecidas eram despertadas, e coisas impossíveis como telepatia, levitação e apneia por tempo indeterminado eram alcançadas. Os usuários dos braceletes eram como avatares dos deuses. A única proibição, feita de maneira expressa e veemente, professada em lendas e avisos rupestres, era que ele nunca, em hipótese alguma, poderia ser usado em uma mulher... o Jaguarámiri era uma “arma” de uso exclusivo masculino, mas não havia explicação para tal, apenas o aviso.
Um ano após a morte de Manoela, o corpo de Brivaldo Mendonça foi encontrado aos pedaços num quarto de motel. O crime chocara a sociedade pelo grau de perversidade com que foi cometido. Ele havia sido castrado, todos seus dedos e dentes quebrados, os olhos foram arrancados das órbitas e empalado. Leonidas havia se transformado num Devorador... aprendendo a cada dia a manipular o poder que havia adquirido graças a um destino extravagante e frio, fazendo fortuna através da manipulação da energia. Quando conheceu Madeleine em uma viagem à França, tudo mudou. O amor que pensara não mais poder sentir retornara com força total e ele por um longo tempo esqueceu dos prazeres e tentações que o bracelete lhe causava. Só havia Madeleine...
***
No último dia de férias, Leonidas não usara o poder do bracelete em nenhum momento. Foram a uma festa com amigos e quando passava da meia noite Madeleine afirmou estar cansada e que queria ir embora, viajariam pela manhã logo cedo. O casal se despediu e decidiu ir a pé para casa, já que a festa acontecia em um salão a alguns quarteirões de onde morava Dona Iracema, um caminho que Leonidas conhecia de cor. A rua estava deserta, um vento frio e contrastante com o calor do dia soprava como se quisesse avisar sobre algo secreto. Nenhum deles viu quando o homem saiu do beco escuro. Era o absurdo, mais uma vez.
‒ Bora porra! Passa o celular caralho! Anda viado! ‒ o homem deu uma coronhada inesperada na cabeça de Leonidas e o fez cair no chão. Madeleine ia gritar, mas o assaltante calou a boca dela com um soco. Tudo aconteceu muito rápido, Leonidas já estava se levantando pronto para quebrar o pescoço do homem quando ouviu um disparo...
‒ Puta que pariu! Essa vadia me mordeu! ‒ o assaltante atirara no lado direito do peito de Madeleine. Ela estava caída e vomitava jatos de sangue.
Aquilo não podia estar acontecendo.
Outra vez...
Leonidas num átimo ergueu o homem e o arremessou contra o chão. A cabeça do homem explodiu contra o concreto, sangue e massa encefálica espirraram no rosto de Leonidas que logo estava ao lado de sua esposa.
‒ Madeleine! Madeleine... acorda amor.. não morre... não morre!
Madeleine estava respirando, mas seus olhos denunciavam sua partida iminente. O sangue escorria em profusão. A inspiração atingiu Leonidas em cheio, como uma seta envenenada, e num piscar de olhos ele havia retirado o bracelete do pulso e atado no pulso frio da esposa... sem pensar... era a única chance...
Quando as agulhas penetraram a carne branca de Madeleine as esferas se acenderam, como se fosse mágica, o buraco feito pelo tiro de pistola foi sendo cauterizado e a cor foi voltando ao rosto de Madeleine... e ela respirou profundamente... viva... lágrimas escorreram de ambas as faces, Madeleine desnorteada não entendia nada, parecia ter voltado de um desmaio.
‒ Eu te amo meu amor... ‒ Leonidas chorava ‒ você não vai morrer... nunca... nunca...
As luzes dos postes se apagaram. Um blackout tornou a rua um breu. Leonidas abraçou a esposa. Ele sentia que havia algo errado... um arrepio lhe subiu da planta dos pés... Eles de repente viram quando uma luz foi se aproximando vinda de cima, das nuvens. Um foco luminoso pairou minúsculo em frente a eles inocentemente... e no instante seguinte se abrira como uma porta de luz...
Por essa porta, uma criatura gigante e bestial, com uma cabeça de serpente e olhos de fogo, saíra vestida numa espécie de armadura de couro, sem hesitar, tomou Madeleine pelo pescoço e arremessou Leonidas contra a parede do outro lado da rua. A criatura ergueu Madeleine e enfiou um punhal em sua barriga... enfiou a mão em sua boca e arrancou-lhe a língua... enquanto ela sangrava, arrancou seus olhos e os comeu... depois, cortou sua garganta e a jogou na calçada como se fosse um saco de lixo. O bracelete no pulso dela explodiu arrancando seu braço por completo. Logo após a carnificina, ele voltou pela porta de luz que se fechou e voltou a ser só um ponto do tamanho de um vaga-lume... tudo em menos de 1 minuto. O Jaguará, era real...
Leonidas assistira a tudo sem movimentos, a coluna quebrada impossibilitava qualquer reação, ele estava sem o bracelete quando foi atacado, não passava de um saco de ossos. Sonhara que fora um herói... e agora despertava...
De longe, ele viu o corpo de Madeleine... sem olhos... o outro amor de sua vida... morta pelo impossível... Seu mundo rodopiou e as lágrimas brotaram... a roda girara e voltara ao início...
Enquanto observava seu destino se repetir como uma piada sem graça, ele fechou os olhos e teve apenas uma certeza... a de que o raio, caia sempre onde queria...
Infinitas vezes...
FIM
Obrigado por vir até aqui...
TEMAS: TECNOLOGIAS ANCESTRAIS/CRIPTOZOOLOGIA