Eles Vêm com a Tempestade - CLTS 30

A chuva impiedosa batia no painel, e o céu era de um cinza profundo que pendia pouco a pouco para o lado do escuro. Quando Carol pegou a estrada as duas da tarde fazia sol alto, e ela ignorou as previsões de chuva forte pois queria chegar a velha casa onde cresceu antes do anoitecer.

Agora ela estava presa numa estrada longa de terra e mato, com barro nas rodas, e um painel embaçado que nem as palhetas conseguiam limpar.

A estrada a frente – ou que conseguia enxergar dela, – se misturou com um rio. Ninguém nunca se preocupou em tapar os buracos, e agora eles eram pequenos lagos, prontos para engolir qualquer veículo descuidado.

Porém, parar e descer era pedir para ser arrastada pela corrente, para debaixo de árvores altas, ao som de trovões e iluminada por raios. Ela não poderia parar. Estava a apenas sessenta por hora e faltavam cerca de quatrocentos quilômetros a serem cruzados.

A sua esquerda, as árvores foram espalhadas em desordem num campo aberto, metros uma da outra. O céu cinza escuro. Devia ser dali que vinham as nuvens mais densas.

A direita, um borrão verde. Era a floresta que rodeava a vila onde ela cresceu. Mãe havia dito muitas coisas sobre aquela floresta, sobre os lagos que ficavam cobertos de lama quando chovia muito, e que ninguém deveria sair quando chovia.

Ela odiava aquele lugar. Tinha algo repulsivo na região que as pessoas falavam apenas por sussurros. Lendas de um povo antigo e animalesco que vivia ali.

Ela apertou os cintos e tentou clarear a visão limpando o vidro direito com a palma. As árvores altas criavam sombras densas na terra, e sua cor chegava a ser azulada de tão escura.

Seus troncos eram a pior parte. Via marcas estranhas neles quando era pequena, e ninguém falava porquê. Talvez agora seus pais a explicassem sobre isso, já que ela não era mais uma criança.

Pedras de granizo bateram no capô, e ela se virou para pegar o casaco no banco de trás. Ela tinha ultrapassado uma árvore enorme rompida ao meio, que por um milagre não caiu na estrada. O corte era estranhamente semelhante a garras, mas cerrado, como as que via quando ela era pequena, próximas as árvores marcadas.

Não eram garras de animais, e tinham um cheiro horrível de mofo. Quando Ela voltava ao local depois das chuvas, os troncos tombados e partidos ficavam escondidos por cogumelos.

Aos poucos a chuva já cruel se tornou insuportável, e desviar dos buracos, que via muitas vezes na última hora, levava a derrapes quase incontroláveis. Antes ela não tivesse saído de casa. Não havia se passado nem uma hora de chuva, e a estrada a frente parecia um lago.

A floresta também ganhava tons assustadores com cada raio, e esses ocorriam numa frequência preocupante. Ela precisava parar, e decidiu que o faria em qualquer lugar que achasse seguro - ou mais seguro que o carro.

Depois de alguns quilômetros rezando e olhando o céu, enfim surgiu um tipo de cabana de tijolos do lado esquerdo, enorme, rachada, e caindo aos pedaços. Ela estacionou o carro numa área relativamente segura, e de onde conseguiria o monitorar de uma janela.

Os móveis na sala da cabana haviam sido retirados, e tudo o que restou foram pedaços de tijolos e manchas onde eles estiveram. Rachaduras cruzavam as paredes e teto, e a água se infiltrava por elas e formava poças por todo o piso.

Carol se acomodou num fundo seco, de onde conseguia enxergar o carro por uma janela sem vidros. Mesmo ali, sentia os respingos da água, e enxergava bem, também, a floresta que a encarava de volta, como uma imagem congelada de sua infância. Nada havia mudado ali, não de verdade.

Aquele lugar foi abandonado quando ela ainda era pequena, mas pelo que a mãe dizia, costumava ser uma casa onde dois caçadores vendiam a carne de suas caçadas diárias. Eles foram embora, mãe disse, por causa da floresta.

Quando era criança, ela bisbilhotou a conversa dos pais de trás da porta. Disseram algo sobre um animal, ou animais, que caçavam na chuva e que não morriam com uma espingarda. Ela tinha seis, na época, disso sabia, porque a impressionou bastante a ideia de algo que não morreria com um tiro de espingarda a queima roupa.

O que a mãe dela dizia mesmo sobre aquelas coisas? Que eles eram, “um povo velho” que vieram muitos antes da civilização. Que eram inteligentes e tímidos, e “não precisavam comer, então esperavam a hora certa".

Nunca disseram qualquer nome, apenas se referiam como “povo do pântano”, “bichos do pântano” ou “aquelas coisas". Criaram as lendas para desencorajar as crianças de sair na chuva. Funcionava bem, afinal, nem mesmo adultos saiam durante chuvas. Talvez cresceram acreditando naquilo e passavam para frente, então nunca saiam. Claro, alguns saiam, mas o que acontecia com eles?

Ela não devia pensar idiotices, lendas urbanas são comuns. Era apenas outra Maria Sangrenta ou outro Homem do Saco. Mas ela realmente não viu mais o sr. Murray, e a mãe dela nunca explicou porque ele apareceu no jornal depois, ou porque tinham fotos dos seus braços.

Beth também sumiu, e todos falaram de marcas no dia seguinte. Era algo assim que ouvia nas ruas, de marcas de garras nos braços e algo com o pescoço... ou sem o pescoço.

Estranho como essas coisas voltam só porque ela estava naquela construção velha, enquanto chovia naquela floresta velha, que via por quadrado aberto numa parede. Sentindo cheiro de terra e mofo. Mofo e terra. E algo que ela não conseguia definir. Preferiu caminhar para não pensar mais nisso.

A chuva inundou os cantos pelos buracos no teto. Ela ignorou tudo isso, e se imaginou como ali teria sido antes do abandono. Deviam ter uma grande cozinha, para cortar a carne, e nos fundos encontrou queimado onde seria o fogão.

Do outro lado estavam os dois quartos. Um dia talvez tivessem animais empalhados, e uma espingarda, muito bela e limpa, em cima de cada uma das camas.

Mas Carol não encontrou o suposto lugar onde as espingardas estariam, ambos os quartos estavam vazios, e no quarto direito havia uma mancha grossa e escura no chão, que não vinha da chuva lá fora.

Ela começou a pensar se foi apenas um ou os dois que partiram. Ela era muito nova para se lembrar de tudo, mas lembrava que o ar cheirava a água, como se ela tivesse passado o dia todo mergulhada num rio...

Carol voltou olhar a janela e seu carro ainda estava lá, apesar de inutilizável. Nenhum outro carro passou pela estrada, e ela só ouvia o som da chuva. A água já estava a altura dos tornozelos.

Ela se arrastou para uma parede, se amarrotou em seu casaco e começou a pensar. Pensar na vida. Na mãe. Na cidade grande e nas suas lendas. Nos seus dias na cidade grande, ela ouviu muitas lendas de muitos países, mas nunca encontrou alguém que soubesse das lendas de sua terra.

Todos arregalavam os olhos para “os bichos do pântano” ou “o povo antigo", como se só existissem ali, somente para eles.

Mãe havia falado sobre isso apenas uma vez para ela, quando era bem pequena. Era época de halloween, e ela passou a tarde no aniversário de um amigo. A chuva do dia anterior deixou o chão coberto de uma lama densa, e ela correu com o amigo por todo o canto, brincando que eram criaturas malignas ou fantasmas.

Ela já havia ouvido sobre o povo do pântano através dos sussurros dos vizinhos, e escolheu gritar, “eu sou uma criatura do pântano!”. Nessa hora todos se calaram, e mãe bateu nela pela primeira e única vez.

Mãe disse que de todas as coisas, há algumas que não devem ser pronunciadas. Para falar a verdade, ela nunca mais foi na casa daqueles vizinhos, e a época de halloween é sempre chuvosa ali.

A chuva, invés de diminuir se tornava cada vez mais forte, a estrada se tornou uma piscina. O pavor começou a se espalhar em seu peito. Agora, olhando para trás, muitas pessoas haviam mesmo sumido, e muitos jornais foram queimados antes que ela os visse. Lama cobria o chão lá fora, assim como naquele dia, por causa da terra da floresta.

O que havia acontecido com seu amigo e toda sua família mesmo? Haviam se mudado. Haviam ido embora, assim como os caçadores, por causa de algo que não morria com uma espingarda.

Ela devia parar de pensar essas besteiras. É claro que nada assim existia, e que ela só precisava esperar a chuva passar para pegar o carro e ir embora. Mas ainda assim, o som da ventania nas árvores e a chuva batendo no teto a incomodava. Havia algo além desse som agora, algo que ela não conseguia definir.

Um grunhido, semelhante a um coaxar, bem baixinho, vindo de algum lugar da floresta. Provavelmente sapos, mas qual era o mesmo o som que aquelas coisas faziam?

Carol esticou o pescoço para fora da janela. Os arbustos se mexiam para o lado oposto do vento as vezes. Ela fechou os olhos e aguçou os sentidos. Da floresta vinha o coaxar maldito em intervalos sem ritmo.

Antes ela não tivesse aguçado os sentidos, porque não conseguia mais ignorar o odor que se infiltrava e se misturava com o mofo e a terra. Era o mesmo odor das árvores marcadas. Um cheiro podre e húmido de bolor e alguma coisa... alguma coisa decomposta. Um cheiro de pântano asqueroso.

A solidão a fez notar essas coisas. Ela tirou o celular do bolso, mal tinha passado vinte minutos que deixou a estrada. O sinal estava fraco demais para enviar uma mensagem à mãe dizendo que ela se atrasaria.

Não tinha como chamar ajuda. Tudo o que ela podia fazer era averiguar o carro, assim ela tinha uma boa vista da floresta, e isso poderia diminuir seus medos.

Mas olhando com atenção identificou, sem dúvidas, marcas nas árvores. Marcas de garra semelhante a de um caranguejo, como se algo tivesse se apoiado nela e corrido. Outra alucinação auditiva, agora passos pesados na lama, em algum lugar do outro lado da estrada. Talvez ela devesse abandonar o carro e correr pelo campo aberto nos fundos, passando por uma janela.

Nos fundos, as janelas ainda tinham vidro, apesar de rachados. A lama era densa, e havia poucas árvores, mas era o mais longe possível da floresta. Talvez ela conseguisse quebrar com o cotovelo ou envolver o punho no casaco e socar os vidros para atravessar a planície.

Talvez ela conseguisse nadar com a correnteza do lago que continuava a subir, e ser levada para a vila. Era loucura, claro, a água a mataria. Onde ela estava com a cabeça? Carol voltou para seu ponto inicial, e se acomodou em seu casaco. Começou a imaginar como seriam o povo antigo.

Os sussurros diziam que eram como centopeias com garras de caranguejo, ou algo assim. As vezes nadavam na lama, e quando andavam por ela invés disso, deixavam as marcas de centenas de patinhas nojentas, como patas de aranha.

Mas não eram insetos ou aracnídeos, eram anfíbios, ou algo assim, e odiavam o sol. Era isso que Beth disse para o pai dela. Eram inteligentes e racionais, e podiam entender bem a fala humana, por isso ninguém falava em voz alta sobre eles.

Algo estava se arrastando entre as árvores, afundando na lama, se escondendo. Galhos esse partiam, o coaxar cada vez mais alto. E o cheiro – aquele maldito cheiro de morte, aquela podridão - mais forte do antes agora.

Isso já estava passando do limite, ela precisava recobrar o controle sobre si mesma, ou correria e aceleraria o carro estrada a fora, o que seria sua morte. Não tinha nada de anormal ali, era uma chuva forte, um vento horrível que rachava as árvores e carregava o som da floresta, o som de um rio e de sapos, daqueles que via na infância. Certamente não havia nada caminhando do outro lado. Certamente era o cheiro de madeira podre.

Ela precisava provar que era velha o bastante para que os pais a contassem as coisas que não queriam contar quando ela era pequena. Se essas caricaturas fossem reais, porque tão poucos deixariam vila? Eram todos escravos deles?

E ainda, porque seu pai não respondia mais as cartas desde que ela saiu? Ela sabia que ele estava bem, devia estar, pois sua mãe não disse nada, mas ela nunca mais falou com ele.

Porque a mãe parecia tão feliz que ela tivesse ido embora, e tão aflita quanto a sua visita hoje?

O que as criaturas faziam tinha algo a ver com o corpo, com marcas nos braços. E quanto o pescoço... o pescoço... ah sim, ela espiou um jornal uma vez, antes que o pai o queimasse, tinha algo com um corte no pescoço... algo com não ter uma cabeça.

Algo com “agarrar os braços e cortar as cabeças”. Algo com “alimentação”.

A chuva precisava passar logo. Não fazia bem se lembrar de coisas assim numa hora daquelas, mas ela não conseguia evitar. A mancha no quarto era vermelho escura, ou ela viu demais? La na frente, um vulto passou entre as árvores, deixando para trás pequenas patas na lama, como patas de aranha.

Mas ela não iria correr para o carro, essa seria sua morte. Ela não podia dirigir nesse tempo, não nas curvas sinuosas e confusas que viriam adiante. Mas ela podia pelo menos correr e abrir o porta-malas, devia haver algo lá, como uma barra resistente ou algo pontudo para perfurar.

Ela sempre deixava algumas coisinhas como canivetes na bolsa também, como autopreservação. Mas canivetes, barras, e lanças improvisadas? Misericórdia, eles resistem a um tiro de escopeta!

Quantos deveriam ter, se existem mesmo? Não devem ser muitos. Ela poderia acelerar o carro e passar por cima, como um esmaga um inseto. Mas algo tão resistente... poderia rasgar o seu carro invés de morrer.

Sua mente agora vagava por ideias idiotas, estava perdendo seu senso racional, o medo controlando seu cérebro como um parasita. Então ela bateu as costas contra a parede e respirou, respirou, respirou, até que ouviu um batuque do outro lado.

Algo estava tentando passar pelos fundos, mas desistiu ao ver o vidro. Haviam passos agora, bem altos e claros, e ela soube que não era apenas uma alucinação. Outros batuques menores na parede dos fundos, então um som bem alto no teto. A coisa coaxava.

Carol não esperou ouvir mais, saiu batendo a porta, correndo debaixo do granizo. Abriu a porta do carro com dificuldade, os dedos escorregando, os pés afundados na lama até os tornozelos. O carro não pegou, ela tentou de novo, sem sorte. Na mesma hora, ela ouviu algo cair do teto da cabana.

Carol tentou ligar o carro mais uma vez. Ela era boa na direção. Iria sobreviver as curvas e aos buracos e a água a altura das rodas. Duas. Três tentativas, e só aí o carro pegou. Ela amassou o acelerador com o pé. As palhetas batiam com força total, e ainda só tornava a área visível por meros segundos.

Todos os vidros estavam fechados, e só se via a imagem embaçada no retrovisor. Um borrão e muitos respingos de lama. Que os céus a protegessem.

Carol acelerou mais, voando por cima dos buracos, os nós dos dedos ficando brancos com a força que segurava o volante. Ela esquivou como podia, mas era um terreno tão horrível e invisível por causa da água, que ela não sabia mais nem como ainda mantinha o carro na estrada.

Algo coaxou às suas costas, e ela teve certeza, apesar do vidro embaçado do retrovisor, que algo mergulhou na água lamacenta e reapareceu. Se movia com uma velocidade incrível, acima de qualquer criatura que ela conhecia. Conseguiam se manter próximas do carro apesar de Carol estar no máximo de velocidade que conseguia naquele tempo. Não que fosse muito, mas também não era pouco.

Ela xingou e rodou o volante com toda a habilidade que ganhou na cidade grande. O carro quase atolou, e, por vezes, quase saiu do chão.

Raios seguidos imediatamente de trovões cortaram o céu e iluminaram a estrada. Estava chegando nas curvas, as malditas curvas, que a deram tanto medo quando fez o caminho oposto ao abandonar a vila a anos atrás.

Era aterrorizante as cruzar novamente, mas o verdadeiro terror a acompanhava de perto e estava bem as suas costas. O que seria o coaxar, afinal? Um grito de guerra? Um grito de caçada? Ou talvez uma formação de bando?

Havia, a sua frente, não apenas as curvas, mas algo passando rapidamente e nadando no lamaceiro. Eram inteligentes. Eram velhos e tão inteligentes quanto ela. Carol duvidou da racionalidade deles. Da capacidade de compreender a fala e o comportamento humano. Eles a cercaram.

Ela tentou girar o volante e jogar o carro para a planície, mas era tarde. Algo bateu no carro por baixo, na parte de trás, e o fez capotar pela lama e acabar de ponta cabeça.

Carol se arrastou para fora dos escombros, encharcada de lama e barro. A água chegando a altura dos ombros enquanto engatinhava. Com dificuldade, ela se pôs de pé e correu em direção ao campo aberto a esquerda, berrando pedidos de ajuda que se afogavam na tempestade e no som de trovões.

Os olhos fechados, ao braços protegendo o rosto dos granizos. Cheirava o mesmo cheiro de mergulho de quando era pequena, a sensação das pernas afundadas em água, e a chuva, e a lama, como naquele dia, a muito tempo atrás.

Correr era inútil. Armas eram inúteis. Nada podia a tirar dali. Talvez ela fosse um tipo de traidora, que abandonou a vila, e quem eles nunca aceitariam de volta? Que pensamento infantil. Ela era apenas uma presa, se debatendo, chorando, e gritando desculpas vazias com quais caçadores não se importam.

Ela era “alimento" porque estava na hora errada, no lugar errado, em uma tempestade. E suas pernas afundaram na lama, e a água entrou pelo nariz. Não se afogou e nem desmaiou. Algo agarrou seus braços e os puxou para as costas.

Ninguém a viu por dias. A tempestade durou muito tempo. Lama e barro em todo o lugar. A mensagem do atraso nunca foi enviada, mas a mãe sabia porque nunca respondeu.

A encontraram morta uma semana depois, enterrada em quilos de barro no canto da estrada, Ninguém falou sobre isso, e dessa vez, não saiu no jornal, porque não tinha quem publicar qualquer coisa no jornal.

Seus braços foram quebrados por algo de corte cerrado, assim como as marcas nas árvores, mas as pernas tinham apenas arranhões e sujeira. O corpo emitia um cheiro estranho e muito conhecido por eles, semelhante a decomposição e bolor. A mãe reconheceu o corpo por causa dos pertences.

Houve uma longa busca pela lama, assim como fizeram com qualquer outra vítima, mas, assim como as outras vítimas, não encontraram a cabeça em lugar algum.

Tema: criptozoologia

Irene R Carrow
Enviado por Irene R Carrow em 09/02/2025
Reeditado em 09/02/2025
Código do texto: T8260843
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