Dançava o ballet dos anjos, uma nuvem de tule rosa em pliês perfeitos.
Coque esticado e tiara brilhante. Flutuando pelos salões era apaludida de pé, os pais sorriam emocionados. Orgulhosos.
Ela sorriu emocionada, então se deu conta que os pais haviam morrido no acidente. Ela mesma havia jogado o carro encosta abaixo. Todos deveriam estar mortos.
assos fortes trouxeram-na à realidade . Presa à cadeira de rodas, amarrada como um animal raivoso, bandagens ferindo o pulso magro, o corpo marcado por manchas roxas, dor...muita dor. O ódio sacudiu o corpo em espasmos e ela se contorceu como um animal acuado.
O homem aplicou a injeção e sussurrou:-Pronto, irmãzinha, sonhe com os anjos -Cinco longos meses de dores intensas, amputações, cirurgias e remorsos. Perdida na mais completa loucura.