OS VIZINHOS DA CASA AMARELA

Os Vizinhos da Casa Amarela

Quando a família de Ana se mudou para o pacato vilarejo de Serra das Almas, ela pensou que finalmente teria a tranquilidade que tanto desejava. A vida na cidade grande era caótica, barulhenta, e o novo lar — uma charmosa casa com varanda no meio do campo — parecia o refúgio perfeito.

Mas tudo mudou quando Ana notou os vizinhos da casa amarela.

A casa ficava no fim da estrada de terra, meio escondida entre árvores retorcidas. Era velha, com janelas sempre fechadas e uma pintura desbotada que parecia gritar por abandono. No entanto, os moradores eram tudo, menos discretos. Um casal, ambos de meia-idade, sempre vestidos de roupas antiquadas, passava horas no jardim, movendo-se em um silêncio quase cerimonial. Às vezes, Ana jurava que ouviu sons estranhos vindo de lá — como o arranhar de metal ou algo pesado sendo arrastado.

No terceiro dia após a mudança, Ana viu a mulher parada na cerca. Ela tinha um olhar vazio, fixo, mas quando Ana acenou, a mulher deu um sorriso estranho. Um sorriso largo demais.

Naquela noite, Ana foi dormir inquieta, mas o cansaço do dia a venceu. Ela acordou de madrugada, suando frio. Um barulho metálico vinha de fora, repetitivo, como uma pá batendo contra pedras. Ela olhou pela janela e viu o casal no jardim. Eles estavam cavando. Mesmo à luz fraca da lua, Ana percebeu o brilho úmido de algo que parecia... vermelho, escorrendo para o chão.

Ana tentou voltar a dormir, convencendo-se de que era sua mente pregando peças. Mas na manhã seguinte, seu cachorro desapareceu.

Os vizinhos estavam mais sorridentes que o normal quando Ana passou em frente à casa amarela para procurá-lo. A mulher, com as mãos manchadas de terra, disse apenas:

— Não se preocupe. Aqui, cuidamos bem de tudo o que nos pertence.

A frase ecoou na mente de Ana pelo resto do dia.

Dias depois, ao retornar de uma visita ao mercado da cidade, Ana encontrou sua varanda decorada com uma pilha de ossos pequenos, limpos e brilhantes. Ela sabia que eram do cachorro.

Agora, as luzes da casa amarela pareciam estar acesas todas as noites, e Ana ouvia passos ao redor de sua casa, mas nunca encontrava ninguém. Decidida a confrontar os vizinhos, ela foi até lá na noite seguinte. A porta estava aberta.

O que Ana viu lá dentro...

A sala de estar da casa amarela era um contraste perturbador com o que Ana imaginava. Tudo estava limpo demais. O piso de madeira brilhava, as cortinas estavam impecavelmente alinhadas, e o ambiente tinha um perfume enjoativo de flores mortas misturado com algo químico.

No centro da sala, uma mesa antiga exibia vários objetos: velas negras derretendo lentamente, facas de lâminas incomuns e, no meio de tudo, uma foto. Ana se aproximou hesitante. Era uma foto dela, tirada de longe, provavelmente enquanto regava o jardim da sua casa.

Seus dedos tremiam quando ela tocou o retrato, mas antes que pudesse pensar no que aquilo significava, ouviu passos vindo do corredor.

— Eu sabia que você viria, querida — disse uma voz doce e afiada.

Ana girou, quase tropeçando nos próprios pés. Era a mulher, parada à entrada do corredor, segurando um prato com algo que parecia carne crua. O sorriso dela era ainda maior agora, esticando-se de um jeito quase antinatural.

— O que... o que vocês estão fazendo? — Ana conseguiu balbuciar, mas sua voz soava fraca até para si mesma.

— Preparando. Sempre preparamos. É tradição aqui. Você vai se acostumar — respondeu a mulher, inclinando a cabeça como se examinasse Ana de cima a baixo. — Só que... você é especial.

A última palavra fez o estômago de Ana revirar.

Sem esperar por uma explicação, ela deu meia-volta e correu em direção à porta, mas, antes que pudesse alcançá-la, o homem apareceu. Alto, magro e com olhos fundos, ele segurava algo brilhante: uma pá. Ele a apontou diretamente para Ana, impedindo sua passagem.

-Vocês estão loucos! gritou ela.

O casal riu, um som que parecia ecoar pela casa inteira, como se várias vozes os acompanhassem. A mulher largou o prato no chão, e a carne deslizou para fora, deixando um rastro avermelhado.

Ana percebeu algo no fundo do corredor: uma porta aberta, com degraus que desciam para um porão. Lá embaixo, havia um brilho fraco, como o de velas, e um som... algo como murmúrios.

Sem saber o que fazer, ela correu para o corredor, desviando do homem e se lançando para a porta do porão. Eles gritaram atrás dela, mas Ana já estava descendo.

O cheiro era insuportável lá embaixo: ferro, mofo e algo que lembrava carne apodrecida. No centro do porão, havia um altar improvisado, cercado por ossos de diferentes tamanhos. No chão, símbolos estranhos desenhados com sangue formavam um círculo que parecia pulsar como se estivesse vivo.

No canto do porão, Ana viu algo que fez seu coração quase parar. Era uma pilha de corpos, alguns já em decomposição, outros recentes. Entre eles, reconheceu o uniforme de entrega do carteiro que ela não via há semanas, e uma boneca que sabia pertencer à garotinha que desaparecera na vila.

Antes que pudesse reagir, as luzes das velas tremeram, e a porta do porão bateu, selando-a lá dentro.

A voz da mulher ecoou pelo espaço fechado:

— Não adianta fugir, querida. Nós escolhemos você.

Ana virou-se para o altar e viu, pela primeira vez, uma figura surgir do círculo no chão. Algo alto, de forma humana, mas com olhos como buracos negros e braços longos demais. A criatura estendeu a mão para ela.

E então, a escuridão a envolveu.

FIM

OBSERVAÇÃO: Este texto foi produzido pela chamada Inteligência Artificial no aplicativo "ChatGPT". Gostaria se saber a opinião dos colegas sobre o conto.

CHATGPT - INTELIGENCIA ARTIFICIAL
Enviado por Olisomar Pires em 19/11/2024
Código do texto: T8200078
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