1204-FUGINDO DO INFERNO
CAPITULO 4 DA MINI – NOVELA "PERDIDOS NA DIMENSÃO Z"
Capitulo 1 – Tempestade de Areia
Capitulo 2 – Assassinatos
Capitulo 3 – Crimes em noite de TormenTA
Capitulo 4 – Fugindo do Inferno
. Agachamos debaixo dos degraus de madeira da escada, tentando nos esconder do vento e da areia, quando vimos algumas telhas voarem, e a estrutura balançar sinistramente.
Vimos o vulto do assassino quando ele saltou sobre a escada, caiu, levantou-se e tentou correr, mancando. Desapareceu no negrume da noite.
— Torceu o pé...
— SHSHSHSHSHS - Cala a boca!!!! Vamos sair daqui, a casa está caindo.
Corremos e apenas a uns cem passos ouvi um grande barulho, um estalo de madeira quebrando. Olhei para trás: A casa desmoronava.
Aumentamos a corrida, sem saber para onde ir. Cai num buraco, onde Ivã já estava, tremendo como vara verde. Era uma vala de um metro de profundidade, onde ficamos, arfando, escutando, mais alto do que o uivar do vento, o estrondo da casa desmoronando. O vento passava por sobre nós, abrigados na vala.
Levantei a cabeça e ví labaredas elevando-se de um monte de destroços que era o que restava da casa.
Cansados, horrorizados, apavorados, permanecemos deitados na vala.
— As bicicletas... — sussurrei.
— Ssssshhhh. Fica quieto, o filho da puta pode estar por perto.
Ficamos assim por longo tempo. O vendaval passou ao amanhecer.
Só tivemos alento de sair da cava quando o sol bateu nas nossas caras.
O dia amanheceu esplendoroso, céu lavado, sol quente. Com cuidado, elevamos nossas cabeças e vimos: o campo a perder de vista estava coberto por areia. Na direção da maldita casa só um monte negro de madeira queimada, de onde ainda saía pouca fumaça.
Saimos da vala: molhados, braços e rosto ardendo devido à areia que nos feriu no pequeno percurso que corremos fugindo da casa assombrada
— Vamos ver se ainda temos as bicicletas. — Disse Ivã.
Não vimos nem sinal das duas magrelas. O fogo havia destruído tudo, pois a madeira velha tinha sido um ótimo combustível para a queimada.
— Vamos ter que voltar a pé.
— Em que direção? Não estou vendo nem trilha nem estrada. Estamos perdidos.
Cansados, horrorizados, apavorados, permanecemos deitados na vala.
.
Ficamos assim por longo tempo. O vendaval passou ao amanhecer. Só tivemos alento de sair da cava quando o sol bateu nas nossas caras.
O dia amanheceu esplendoroso, céu lavado, sol quente. Com cuidado, elevamos nossas cabeças e vimos: o campo a perder de vista estava coberto por areia. Na direção da maldita casa só um monte negro de madeira queimada, de onde ainda saía pouca fumaça.
Saimos da vala: molhados, braços e rosto ardendo devido à areia que nos feriu no pequeno percurso que corremos fugindo da casa assombrada
— Vamos ver o que restou das bicicletas. — Disse Ivã.
Não vimos nem sinal das duas magrelas. O fogo havia destruído tudo, pois a madeira velha tinha sido um ótimo combustível para a queimada.
— Vamos ter que voltar a pé.
— Em que direção? Não estou vendo nem trilha nem estrada. Estamos perdidos.
O caminho de volta foi tão penoso que nem quero lembrar. Em um determinado ponto, vimos, bem ao longe, a torre da caixa d’água da cidade, que nos serviu de “farol” para chegarmos em Arroio Raso pelas dez horas da manhã.
Imundos, cansados, e ainda temerosos de encontrar o assassino a qualquer instante (medo inexplicável, pois em nenhum momento ele nos vira) foi assim que passamos defronte a igreja de onde saiam os fiéis assistentes da missa das nove horas.
Ao levantar os olhos para a torrre e vendo a Cruz, símbolo de morte e ressurreição, meio veko o ensamento de que, de certa forma estávamos passando por uma espécie de ressurreição, fugindo daquele verdadeiro inferno de crimes,de fogo e destruição.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Lagoa Santa-MG, 10 de julho de 2024,
Conto # 1204 da Série Infinitas Histórias
Cap. 4 de “Perdidos na Dim-Z” –