O poço da noiva de branco

Vivía de um canto da Cidade a outro, reformas, venda, de produtos úteis ao cotidiano, e, serviços ocasionais,

Como todo autônomo...

Lá pelas andanças passou por um poço antigo, abandonado, atrás de um Hospital azul e branco, poço esse, que, inclusive já foi à luz do dia, para ver o que teria dentro, histórias e lendas urbanas, relatos, viviam afirmando ser o "poço da noiva de branco", e, ao ver a água ali dentro, com lixo dentro, porém estranhamente incolor, meneou a cabeça, deduzindo que o pessoal era tolo o suficiente de não preservar, e, cuidar o local, e se foi, maior tolice ainda ir até tal local à noite, pra conferir, se apareceria algo fora do comum, certamente as serpentes locais, surgiriam primeiro...!

O intrigante, é, que cada um que ía conferir o poço, e o que havia dentro dele, saia com uma história diferente do que outro dizia ter visto.

Uns diziam ver apenas terra, endurecida, outros afirmavam ter água escura e podre, ainda outros viam um buraco seco sem fim, e havia uns, que diziam ver o fundo seco do poço com lanternas, daí outro dizia ter ainda água vertendo lá bem no fundo.

Certa vez, após passar por ali na frente do cercado terreno abandonado, de mato relativamente alto, pela terceira vez, durante a noite, voltando de uma venda ais hippies, lúcido, uma vez que não era viciado em álcool, ou entorpecentes, vinha brabo, resmungando assim;

-Essas pessoas que inventam a noiva de branco do poço, não possuem o que inventar, uma vez que passo por aqui quase sempre, e nunca ví o menor sinal dessa manifestação.

Mais poucos passos deu, nitidamente decidiu correr um pouco, pelo que presenciou, uma mão de noiva lhe surgiu à frente, e ela inteira, saindo dentre as moitas,parecendo ameaçar o pegar, sem completar o ato.

Mas era tipo uma fumaça branca, quase transparente, um pouco acizentada, em alguns locais, como roupas e cabelos, olheiras, e nariz.

Ela era simplesmente horrível.

Mas parou de correr após uns passos, e se virando viu um homem calmíssimo, sem esboçar reação ao curto pavor que ele entrou.

O que certamente era outro "fantasma".

Mas, mesmo assim o autônomo vendedor, prosseguiu o caminho naturalmente, e, vagarosamente se afastou.

Refletiu;

- Nunca mais duvido dessa "Lenda".