ONDE HABITA O MAL — CLTS 29.

Capítulo I: UM ESTRANHO BATE À PORTA

Em meados de 1864, o fazendeiro Arthur Blair mudou-se com a esposa e os filhos, duas moças e um rapaz, para uma propriedade rural na recém formada Vila de Hyde, na Carolina do Sul.

— Então, gostaram? — perguntou Arthur, entusiasmo.

— É muito linda, papai — respondeu a primogênita dos Blair.

— Eu adorei querido, sei que seremos muito felizes aqui. Eu, você e as crianças! — disse Annie.

— Obrigado, querida. Com fé em Deus seremos, sim, bastante felizes aqui — disse o fazendeiro, abraçando e beijando levemente os lábios da esposa.

Arthur Blair era conhecido por todos da pequena vila pelo seu estilo de vida simples e religioso, com fortes convicções protestantes, o que moldava a sua visão do mundo e das interações espirituais.

Uma noite, enquanto os Blair jantavam, alguém bateu na porta da família, deixando-os intrigados. A propriedade comprada recentemente ficava longe da vila, o que dificultava o acesso de algum morador àquelas horas da noite.

— Quem é? — perguntou Arthur, segurando uma espingarda e levemente apreensivo.

— Por favor, ajude-me! — disse uma voz baixa do outro lado da porta, quase falhando.

— É você, Tony? — perguntou o fazendeiro, acreditando se tratar do seu irmão que veio vê-lo, mas não obteve resposta, ouvindo apenas um forte estalo na madeira do assoalho no lado externo da propriedade.

Annie estava em um canto da sala, abraçada aos filhos e levemente assustada.

— Tenha cuidado, querido! — disse ela, enquanto o marido se preparava para abrir a porta da frente da fazenda.

Quando Arthur abriu a porta, percebeu um homem caído no piso de entrada da propriedade, parecendo exausto e gravemente ferido, repetindo a mesma frase: Ajuda-me, em nome de Deus! Ajude-me, em nome de Deus! A voz falhando.

— Precisamos ajudá-lo, Arthur. Não seria uma atitude cristã não prestar assistência a uma alma necessitada — disse Annie, se posicionando ao lado do marido.

— Me ajuda a puxar ele para dentro — disse o fazendeiro.

Arthur e sua esposa acomodaram o estranho visitante em cima do carpete da sala de visitas, sob o olhar curioso dos filhos. O homem gemia e a voz estava confusa.

— Ele precisa de um médico, Arthur, pode estar machucado — disse Annie.

— Vão para o quarto, os três, agora! — disse Arthur.

— Deixe-nos ficar, papai — pediu o caçula dos Blair — Nem terminamos o jantar.

— Para o quarto crianças, façam o que o pai de vocês pediu, agora — disse Annie, firme nas palavras.

Os três subiram para o andar superior meio incomodados, fixando os olhos na imagem do estranho homem deitado no carpete da sala de visitas da família.

— Não posso deixar você e as crianças sozinhos aqui com ele para ir buscar um médico na vila, não sabemos quem é, Annie. Ele terá que ser forte e aguentar até amanhã. — disse o patriarca da família Blair.

— Tudo bem, meu amor, vou preparar um chá com biscoitos para tentar fazer ele comer. Pode ser que sua fraqueza seja apenas fome.

— Faça isso, querida!

Annie saiu lentamente, fixando sua atenção no estranho deitado no chão até desaparecer no final de um corredor escuro.

Olhando para o desconhecido deitado na sala, Arthur pensou em voz alta:

— Desculpe-me, meu Deus, por não poder ajudar mais esse seu filho em um momento de grande necessidade, mas eu tenho minha família e preciso protegê-los. Amanhã, quando ele acordar e estiver bem, eu o levarei até a vila para saber se alguém o conhece. Pode ser um parente distante de um amigo nosso que veio visitar, mas acabou se perdendo e vindo para cá.

Capítulo II: PEDIDO NEGADO NO LEITO DE MORTE

Arthur Blair, sentado na cadeira de balanço, olhava para o teto, enquanto estalava as unhas. Os pássaros cantavam anunciando mais um dia e logo o sol brilhava alto no céu de um azul cintilante paradisíaco. Annie Blair, de pé, perto da janela, olhava o horizonte esverdeado das terras da família, meio entorpecida. Há um bom tempo que o casal não falava nada. O silêncio permaneceu absoluto, quebrado apenas pela rápida recuperação do estranho homem deitado no carpete da sala de visitas do casal.

— Arthur, ele acordou! — disse Annie, surpresa.

O Sr. Blair encarou o desconhecido com uma expressão séria no rosto, algo incomum para ele.

— Qual é o seu nome? Como veio parar aqui na minha fazenda? — questionou o fazendeiro, ríspido.

— Querido, ele terminou de despertar. Ainda está fraco e confuso. Vamos tomar café primeiro e depois conversar sobre tudo isso — disse Annie, se posicionando entre o marido e o estranho.

— Preciso de um padre! — disse o desconhecido, uma voz rouca, sussurrada e entrecortada.

Arthur e a esposa fitaram o homem atônitos. Viu-o se erguer e apoiar as costas na extremidade da poltrona, e então se sentar com dificuldade. Os olhos dele eram escuros, cor de chumbo, moviam-se devagar, e a expressão era dura, seca e fria. Cara magra e pálida; uma tira fina de barba, por baixo do queixo, e uma têmpora, curta e alva.

Somente naquele exato instante, e com o dia já claro, foi que Arthur e a esposa Annie perceberam pelas roupas que o homem misterioso que abrigaram durante toda a noite na residência deles era um soltado confederado que lutava pela separação dos Estados Unidos e pela continuidade da escravidão no país que formariam depois da divisão.

— Por que deseja a presença de um padre? — perguntou Arthur, aproximando-se do homem e o fitando nos olhos.

— "Preciso pedir perdão pelos meus erros", disse ele.

O desconhecido disse ser Robert Louis Sheldon, um devoto católico que precisava se confessar. Com a proximidade da sua morte, o homem suplicou a Blair que procurasse um sacerdote católico para que pudesse receber os sacramentos e preparar a sua alma para o inevitável.

— Não! — respondeu Arthur, ríspido.

Annie fitou o marido com apreensão.

— Não me olhe tão mal, Annie. Você sabe que a nossa fé não nos permite acreditar nas práticas que os católicos acreditam.

— Por favor! — suplicou Robert — Estou morrendo, tenho uma bala nas costelas e sei que a minha hora está chegando. Preciso apenas da presença de um sacerdote para me confessar e receber a extrema-unção.

Aqueles tempos eram marcados por uma grande divisão entre as religiões, e Arthur, fiel à sua crença luterana, recusou-se a cumprir o último desejo do soldado. Ele não acreditava na importância dos ritos católicos, e, sendo um homem rígido em suas crenças, não considerava ir contra os seus princípios religiosos.

— Você não precisa de um sacerdote para se salvar — disse Blair — Jesus Cristo, filho de Deus, é a sua salvação única!

— Bastardo maldito! — disse Robert, olhando para Arthur com repulsa, enquanto dava seus derradeiros suspiros de vida, impedido de confessar os seus erros e tendo o último pedido negado.

— Ele está morrendo, Arthur! Faça alguma coisa — gritou Annie, apavorada com a cena.

— Que Jesus Cristo tenha piedade de sua alma! — disse Blair, pedindo licença para a esposa para sair, e saiu.

O corpo de Robert foi enterrado nos limites da fazenda em segredo, pois Arthur acreditava que a procura pelos parentes do falecido levaria muito tempo e não valia a pena.

A atmosfera da residência dos Blair mudou depressa depois da morte de Robert, e o sentimento de arrependimento começou a surgir na mente do jovem fazendeiro. O que, inicialmente, parecia ser uma escolha racional, logo se transformou em culpa. Mas Arthur não teve tempo de expressar esses sentimentos diante dos primeiros sinais de que o mal já havia se instalado em sua casa.

Capítulo III: A MALDIÇÃO DA FAMÍLIA BLAIR

Algumas semanas após a morte do forasteiro católico, Arthur, Annie e os três filhos do casal foram despertados pelo som perturbador de cavalos galopando ao redor da residência. O patriarca dos Blair foi conferir o que estava acontecendo, mas não encontrou nada de estranho fora da propriedade. Seus animais dormiam tranquilamente no celeiro. Entretanto, a família podia ouvir com clareza o trote do lado de fora da casa.

Durante o resto da noite, a família não conseguiu dormir e permaneceram acordados, todos juntos no quarto do casal, até os primeiros raios de sol da manhã surgirem.

O evento sobrenatural se repetia noite após noite, deixando a família Blair apavorada e sem dormir.

— Papai, estou com medo! — disse uma das filhas do casal.

— Eu também, papai! —falou o menino, abraçando a mãe.

A casa da família Blair parecia se transformar lentamente e as noites se prolongavam cada vez mais. No começo, eram os barulhos de cavalos galopando ao redor da propriedade, depois os sons inexplicáveis de passos invisíveis rangendo pelas tábuas do piso, portas que se abriam e fechavam com violência e ruídos parecidos com unhas arranhando as paredes. Semanas se passaram até que os eventos atingem níveis enlouquecedores. Mas o que aterrorizou a família Blair de forma inigualável foi o estranho som de tesouras pairando no ar sem qualquer origem aparente.

O pesadelo aumentou quando, dias depois, o celeiro pegou fogo sem explicação, matando os poucos animais da família. Os cães latiam desesperadamente apontando para o nada, deixando todos os que estavam assistindo à cena apavorados. E as plantas começaram a murchar, como se a própria terra tivesse sido amaldiçoada.

Dentro da casa, objetos começaram a ser lançados ao chão, quebrando-se com violência, enquanto sinos invisíveis soavam sem aviso a qualquer hora do dia ou da noite.

— Não aguento mais isso, Arthur. Estou enlouquecendo — Annie disse ao marido, enquanto pedia a Deus para que tirasse aquele mal de suas vidas.

A morte rondava a propriedade, cabeças de perus e galinhas eram encontradas cortadas todas as manhãs, enquanto brasas ardentes saltavam da lareira, como se guiadas por uma mão invisível, ameaçando incendiar a residência e os seus aterrorizados moradores.

As notícias dos eventos horríveis ocorridos na fazenda dos Blair se espalharam rapidamente pela vila de Hyde e região, atraindo curiosos que se propunham a ir à propriedade com a finalidade de desmistificar os fenômenos, mas voltavam de lá ainda mais assombrados. Muitos relatavam ver uma corda fantasma bloqueando o caminho para a residência dos Blair. Ao tentar agarrá-la, descobriam que ela era imaterial, impossível de ser tocada.

Para muitos, essa aparição era uma barreira espiritual, impedindo que as pessoas chegassem até a família. Acreditava-se que era uma tática demoníaca para manter os Blair afastados da comunidade, enfraquecendo sua resistência emocional e física, à medida que eram oprimidos por forças invisíveis e incompreensíveis.

Capítulo IV: O PEDIDO DE AJUDA

Após semanas enfrentando os estranhos fenômenos em sua fazenda, Arthur Blair resolveu recorrer ao clero protestante da vila para ajudá-lo. Pastores da comunidade de Hyde foram até a propriedade dos Blair para fazer orações e bênçãos, mas, para a tristeza de Arthur e da família, esses rituais não trouxeram paz, pelo contrário, os eventos sobrenaturais cresceram, se tornando cada vez mais agressivos e perturbadores.

Os sons estranhos se intensificaram e a atmosfera na fazenda ficou sufocante. Objetos continuavam sendo jogados pelo chão, enquanto roupas e outros tecidos eram cortados misteriosamente por tesouras invisíveis.

Arthur não tinha mais ideia do que fazer, estava apavorado e frustrado, enquanto sua esposa e seus filhos pediam que a família deixasse a fazenda e partisse para outro lugar.

— Por amor de Deus, Arthur, não estou mais suportando — disse Annie — Ou você vende essa fazenda e nós vamos embora daqui, ou eu e as crianças iremos.

A voz da Sra. Blair era sofrida, mas firme.

— Tudo bem, Annie — disse Arthur, ofegante— Preciso ficar sozinho agora, com licença.

Sozinho no pasto, com o olhar perdido no horizonte, Arthur começou a pensar nos eventos sobrenaturais que atormentavam a família: os gritos no meio da noite, o som das tesouras cortando o ar e as sombras que pareciam perseguir todos na casa.

Aquilo estava prestes a tirar sua sanidade. Foi então que algo começou a surgir em sua mente, a ideia de que a morte do soldado católico sem a extrema-unção em seus últimos momentos era o verdadeiro canalizador dos macabros eventos.

Apesar de ter uma forte fé protestante, o esposo de Annie passou a perceber que, o que estava enfrentando não fosse algo que suas crenças religiosas pudessem resolver. O homem começou a pensar que havia causado a ira espiritual ao negar o último desejo do viajante católico, a presença de um sacerdote para ministrar os sacramentos.

Dois anos se passaram desde que os primeiros eventos sobrenaturais começaram a assombrar a família Blair. Arthur, contra sua vontade e ainda relutante em se curvar a uma crença que não era a sua, decidiu que precisava da ajuda da Igreja Católica.

— Tomei uma decisão, Annie. — disse Arthur.

— Qual decisão, querido? Resolveu, enfim, vender a fazenda? — perguntou Annie.

— Não é isso, querida.

Annie encarou o marido com surpresa, curiosa para descobrir a decisão que havia tomado.

— Vou para Burgess — disse Arthur — Vou atrás de um padre exorcista, demorei para aceitar essa ideia, mas acredito que só a intervenção de um sacerdote católico pode trazer algum alívio para a maldição que parece ter se abatido sobre a nossa casa.

Capítulo V: A VISITA DO PADRE EXORCISTA

— Você e as crianças vão ficar? Se preferir eu não vou — disse Arthur, abraçando a esposa.

— Vamos estar bem, querido — disse Annie — O que mais pode nos acontecer de pior do que o que estamos passando? Vá e traga essa ajuda.

Annie acreditava que deixar a propriedade da família e se refugiar na casa de amigos na vila poderia aumentar a fúria da entidade que os atormentava, por isso optou por permanecer na casa com os filhos.

Após dias de viagem, Arthur Blair chegou à cidade de Burgess. Lá, ele foi ao encontro do homem que acreditava ser a última esperança dele e de sua família; era o Padre Mathews Flynn, uma figura de grande relevância na região e conhecida pelas suas ações espirituais poderosas.

— Sente-se Sr. Blair e me conte o motivo pela sua visita — disse Flynn.

O Padre Flynn acompanhou atentamente o relato de Arthur, fazendo anotações em um bloco de notas. Casos de maldições, possessões e almas penadas já haviam cruzado o seu caminho em sua trajetória religiosa, e ele estava disposto a ajudar aquele homem angustiado. No entanto, ao final do relato, Flynn admitiu, com um tom de alerta, que Arthur e sua família correriam sérios riscos. Aquilo parecia ser obra de uma entidade cruel e vingativa, que só ficaria satisfeita quando acabasse com a família Blair.

Mathews Flynn concordou em ir com Arthur até a vila de Hyde. O caminho do padre e do marido de Annie até a fazenda dos Blair foi longo, mas Flynn sentia o peso espiritual da tarefa que estava por vir. Quando finalmente chegou à propriedade, o sacerdote percebeu que havia algo muito errado ali. A fazenda não se limitava apenas ao silêncio perturbador ou à sensação de desamparamento. Havia uma densidade no ar, algo quase palpável, como se a atmosfera fosse carregada de dor e arrependimento.

Antes de cruzar a soleira da porta, Flynn percebeu a existência de uma entidade espiritual poderosa. Ele sabia que aquela força não era benevolente, e seus instintos o diziam que aquela seria a batalha mais difícil de sua longa trajetória na igreja.

A família Blair, aparentemente apavorada, acolheu o padre com uma esperança silenciosa, ansiosa por qualquer alívio possível da prisão invisível em que vivia. O ar da residência nunca esteve tão carregado e o sentimento de medo era quase primitivo. Cada som, cada sombra parecia revelar algo maligno à sua frente.

Flynn se preparou para realizar a primeira de muitas missas e orações para expulsar a maldade que habitava aquele lugar. O sacerdote começou com uma bênção em cada canto da residência, derramando água benta enquanto recitava antigas orações de exorcismo.

— Ajure-te, spiritus nequissime, per Deum omnipotentem — disse o sacerdote.

A cada palavra pronunciada, a atmosfera do local parecia mudar, o ar parecia vibrar, como se a casa estivesse respondendo à presença do sacerdote e suas palavras de fé. Às vezes, o padre se sentia desafiado por algo invisível, o que só aumentava sua determinação.

Capítulo VI: O EXORCISMO

Nos dias seguintes, Mathews Flynn continuou a trabalhar incansavelmente em busca de quem controlava as atividades do além. Ele concentrou-se em rezar pela alma do soldado Robert, sua escolha inicial, acreditando que a recusa de Arthur em permitir o sacramento antes da morte do homem havia condenado seu espírito à maldição. Com o peso do pecado não perdoado, aquela alma permaneceu presa à residência.

— Pare! — disse uma voz rouca, sussurrada e entrecortada, rugindo com violência, como um leão.

Tudo isso chocou Arthur e a esposa Annie, pois eles reconheciam a voz de Robert, o soldado católico.

— Quem é você? — perguntou Flynn, em sinal de alerta.

Um corpo escuro se manifestou diante de todos, deixando o casal Blair e seus filhos assombrados. A família estava diante da imagem do homem que, anos atrás, abrigaram em sua residência e o viram morrer, sepultando-o em suas terras sem o conhecimento de ninguém além deles. A aparência dele não mudara; os olhos eram a mesma chapa de estanho, duros e frios; as outras feições não eram mais atraentes que as de antes.

— É ele — afirmou Arthur — O soldado Robert!

Arthur foi encarado pelo espectro de Sheldon com repulsa e um profundo ódio no olhar.

Flynn continuava rezando incansavelmente, o que enfurecia a entidade maligna.

— Pare! Já mandei parar! — gritava o espectro de Robert, apavorado.

Flynn sorriu rispidamente e disse:

— Você não me controla, espírito imundo. Retorne para as profundezas de onde saiu.

— Não sem antes matar ele! — disse o espectro vingativo do soldado, apontando para Arthur Blair. Ele o segurou pela garganta, erguendo-o do solo e deixando Annie e seus filhos apavorados.

— Padre, ajude o meu marido! — gritou a Sra. Blair, apavorada.

— "Te exorcizamos, espírito imundo, potência satânica, invasão do inimigo infernal, legião ou seita diabólica, em Nome e virtude de Nosso Senhor Jesus Cristo, sejas desarraigado e expulso da Igreja de Deus, das almas criadas à imagem de Deus e resgatadas pelo Precioso Sangue do Divino Cordeiro" — falou o padre Flynn.

O fantasma de Robert franziu o cenho de forma trágica.

— Não! — gritou ele.

Arthur caiu no chão, exausto e assustado. Annie e os filhos correram para perto dele, todos assustados, mas contentes.

 Capítulo VIII: A PAZ DESEJADA

Mathews Flynn solicitou que a família rezasse todas as noites para a intenção de Robert, mantendo uma vela acesa em memória ao falecido, como uma forma de reconhecimento das falhas cometidas e rogando pelo perdão divino para aquela alma que estava perturbada, para que o seu espírito encontrasse paz e finalmente o seu caminho para o descanso eterno.

Os resultados começaram a surgir de maneira lenta, mas visível. Os fenômenos que atormentavam os Blair foram diminuindo aos poucos, até desaparecerem completamente.

Como forma de gratidão pela ajuda recebida em reconhecimento ao poder espiritual que havia testemunhado, Arthur Blair escreveu uma carta para o padre Flynn, solicitando que o mesmo batizasse ele e a sua família na Igreja Católica. Para um homem que, anteriormente, havia rejeitado o pedido de um moribundo por ritos católicos, a mudança foi profunda.

Arthur Blair acreditava, de verdade, sem sombra de dúvidas, que o poder de Deus, manifestado pelas ações de um sacerdote católico, havia salvado sua família de uma maldição, que, fatalmente, os levaria à morte ou à loucura.

FIM.

Tema: POLTERGEIST.

Emerson Júnior
Enviado por Emerson Júnior em 09/11/2024
Reeditado em 11/11/2024
Código do texto: T8193248
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