A QUEDA DA CASA DE CIRCE

São José das Palmas-1938.

Sobre uma mesa encostada na parede, havia um pequeno altar de madeira. Quatro colunas cinzeladas pintadas de verde, sustentando a cobertura de onde pendiam feixes de cabelos acima da pequena imagem. Em frente, no chão, sobre um tapete de tecido grosso azulado, a mulher se prostrava de joelhos junto a um ramalhete, duas pombas mortas, folhas de mandrágoras, contas de ametistas e rubis, signos do zodíaco, um punhal e um medalhão de prata. Ela sacudiu o incensório fazendo a fumaça envolver a pequena imagem de Ísis, deusa da juventude. Colocou o medalhão no pescoço e pegou o punhal.

A criança soltou um leve gemido.

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Havia chovido durante a noite e o chão estava encharcado. Luiza seguia pela trilha, chamada Passo da Macega, saltando por sobre as poças d’água. Levava o almoço para o pai no moinho.

No caminho estava um cachorro cavando a terra. Ao vê-la, o animal saiu em disparada. Passando pelo lugar, a menina olhou para o chão e viu o corpo de uma criança que o cão havia desenterrado. Horrorizada, Luiza saiu correndo para o moinho e avisou o pai.

Acompanhado de Adolfo, um colega de trabalho, Gumercindo seguiu a filha até o local e depois mandou que ela fosse para casa. Os dois homens ficaram chocados diante do pequeno corpo em decomposição, sobressaindo da terra.

─ Vou avisar o delegado. — disse Adolfo e saiu a passo largo.

O delegado Silas Salomão compareceu ao local com dois auxiliares. Após um breve exame, ele mandou transportar o corpo para o necrotério.

No final da tarde, o médico legista entregou o relatório da necropsia. Informava que o cadáver era o de uma criança de uns 6 anos, morta por hemorragia devido a um ferimento no pescoço causado por um instrumento perfurante. Havia também, uma perfuração num dos calcanhares feito por um objeto pontiagudo, arredondado.

Naquele ano, três crianças e dois jovens tinham desaparecidos na província. Há 3 dias o filho de Analice Romão, Natanael, de seis anos, havia sumido. A mãe havia dado parte, achando que foi o ex-marido que raptou a criança, mas o homem provou que era inocente.

Analice foi chamada para identificar o corpo encontrado. A mulher caiu no desespero ao reconhecer o menino como sendo o seu filho desaparecido.

A notícia se espalhou pela cidade. Ao saber do ocorrido, Sebastiana do Alencar, moradora próxima do Passo da Macega, foi a delegacia e deu um depoimento dizendo que no domingo saiu cedo de casa para procurar uma cabra que havia fugido do curral, quando avistou Serena Circe com um embrulho nos braços, dirigindo-se para a trilha. Sebastiana afirmou não ter certeza se era o menino que a mulher carregava. Parecia uma trouxa de roupas apenas. Não deu importância ao fato e encontrando a cabra extraviada, voltou para casa.

Imediatamente, Silas foi à residência de Serena Circe acompanhado de dois investigadores, Raul e Pompeu. Ao ser interrogada, a mulher negou que saiu de casa no domingo e disse que Sebastiana a acusou porque era ciumenta do marido e se implicava com todo mundo. Mesmo assim, o delegado pediu para olhar o interior da casa. Serena consentiu, pois não tinha nada para ocultar.

Era uma casa antiga que o marido dela havia comprado pouco antes de se casarem. Frederico Coutinho foi um oficial do Exército Imperial, morto em combate contra os Farrapos. A viúva vivia da pensão do marido.

Serena era bonita e despertava a inveja nas mulheres e desejo nos homens. Dois anos atrás, Zulmira Delusa, cozinheira na casa dos Coutinho, foi demitida pela viúva quando o coronel Frederico faleceu. Por vingança, a empregada doméstica espalhou a notícia, dizendo que a ex patroa se banhava em sangue para permanecer jovem. Conhecida por inventar histórias assombrosas, ninguém acreditou em Zulmira.

Lembrando-se daquele caso, o delegado olhou todos os cômodos, dois quartos, cozinha e sala sem encontrar nada suspeito. Havia uma porta no corredor que estava trancada.

─ Faz o favor de abrir aquela porta.− pediu o delegado.

Com uma expressão de pobre coitada, a mulher respondeu em tom de desculpa:

─ Não sei onde coloquei a chave. Eu queria uma ferramenta lá debaixo, procurei a chave por tudo quanto é canto e não encontrei.

Naquele instante a voz de um dos investigadores soou na porta da cozinha.

─ Doutor Silas! Venha ver uma coisa que encontramos.

Saindo para os fundos da residência. Silas viu o investigador segurando com a ponta dos dedos, uma peça de roupa de criança suja de terra.

─ Encontramos num monte de lixo no quintal.

Com uma enxada os policiais começaram a cavar e acabaram encontrando outras roupas de crianças.

E também ossos humanos.

O delegado voltou a entrar na casa para prender Serena, mas a mulher já não estava mais ali, havia fugido.

Um homem chegou correndo.

─ Delegado, Serena saiu correndo para a igreja e se trancou lá.

O padre foi chamado. Uma multidão se formou. Algumas pessoas se armaram com paus e pedras.

Um trovão abalou os ares, grossas e negras nuvens rolaram sobre a cidade.

O padre chegou esbaforido e inteirou-se da situação.

─ Serena deve ser a culpada pela morte do filho de Analice e de outras crianças.− disse Silas. ─ Se não o fosse, não teria fugido.

─ Temos que ter cautela delegado, esse povo parece enlouquecido!

─ Peça calma a eles padre, enquanto tento convencer Serena a ir comigo para a delegacia.

A mulher havia trancado todas as portas e janelas da igreja. O delegado pensou em arrombar a porta, mas com certeza a multidão, movida pela fúria, entraria primeiro, e como um bando de lobos sanguinários fariam justiça com as próprias mãos.

O vento soprou forte, a tempestade aumentava de intensidade, mas as pessoas não arredaram pé. Parecia que a natureza aliava sua fúria à cólera do povo tal qual feras ensandecidas, acuavam sua presa.

Silas batia na porta da frente, gritava para Serena se entregar enquanto os outros dois policiais faziam o mesmo na porta dos fundos.

Súbito, um trovão estourou. Um raio cortou os ares com um sibilo sinistro e atingiu a torre da igreja. A carga elétrica se espalhou pelo prédio, as pessoas muito próximas foram lançadas para longe das paredes. Outros raios menores serpentearam pelo telhado e desceram para os alicerces, implodindo o prédio.

A multidão se dispersou como gado assustado. Algumas pessoas se feriram com estilhaços, outras tiveram pequenas queimaduras.

Uma nuvem de poeira se ergueu dos escombros e logo foi abafada quando a chuva começou a cair.

Silas havia sido atirado ao chão pelo deslocamento do ar, se ergueu meio tonto. Não viu mais a igreja. No lugar dela havia um buraco raso com alguns caibros e tijolos sobressaindo da terra revirada. Serena havia sido sepultada com a igreja.

Quando a chuva se transformou num chuvisqueiro, o delegado convocou algumas pessoas para resgatar o corpo de Serena, mas a população, entendendo que foi um castigo divino, o convenceu a deixar o cadáver ali, pois havia sido morta e sepultada pelo Altíssimo.

O delegado e seus auxiliares voltaram à casa de Serena, arrombaram a porta do porão e o que encontraram lá, foi uma cena de horror.

Havia uma banheira esmaltada contendo sangue coagulado, e acima dela, um gancho manejado por uma corda com a ponta suja de sangue. Chegou-se à conclusão que a história da antiga empregada do coronel Coutinho, era verdadeira, que Serena se banhava em sangue de inocentes crianças para se manter jovem. Raptou o pequeno Natanael, levou-o para o porão, enfiou o gancho no pé dele e ergueu sobre a banheira, perfurou o pescoço com um punhal para o sangue escorrer e ela pudesse tomar seu banho.

A casa foi depredada pela população, transformada num monte de escombros.

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São José das Palmas-2004

Era domingo, sem nada para fazer, Roger resolveu correr para se exercitar. Vestiu uma roupa apropriada e saiu correndo pelas ruas desertas da cidade. Voltou meia hora depois, cansado. Não estava acostumado a correr e prometeu a si se inscrever numa academia de ginástica. Como passava o dia inteiro sentado no escritório da empresa, necessitava fazer exercícios regularmente.

Resolveu cortar caminho pelo terreno baldio, próximo de sua casa. Caminhava pensativo, com o olhar perdido no chão, quando avistou algo brilhando num pedaço de madeira.

Agachando-se, viu que era um medalhão com a corrente enroscada num caibro velho enterrado. Ao cavar com as mãos, Roger feriu-se num prego. Algumas gotas de sangue escorreram, pingando na terra. Sem dar importância ao ferimento superficial, ele tirou a joia e examinou na palma da mão.

Numa das faces tinha a figura em baixo-relevo de uma serpente comendo o próprio rabo e no meio, uma ave estilizada com as asas abertas. Era um medalhão antigo de prata e como estava enroscada na madeira enterrada, parecia ter sido perdida há muitos anos.

Voltando para casa, Roger lavou o ferimento com água, enrolou o dedo com um lenço e foi ao médico. O doutor Ademar aplicou uma injeção antitetânica, fez um curativo e como não precisou dar pontos, o liberou.

Em casa, Roger limpou a joia e colocou ao lado do computador para fazer uma pesquisa na internet. Descobriu que a cobra comendo a cauda, representava a eternidade e a ave era a fênix, símbolo da ressurreição.

Não sabia ao certo o significado daquele medalhão perdido naquele terreno baldio, considerado assombrado.

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A chuva batia na vidraça das janelas num ritmo constante e sonolento. Roger bebia a sua dose de rum, sentado diante da lareira. A chuva e a solidão lhe traziam disposição para recordar, meditar e pensar em sua vida solitária, no casamento fracassado com Elisa Tavares. Ela queria apenas o seu dinheiro, conforto e segurança.

Quando ele estava fora de casa, ela o traia. Escondeu câmeras pela casa e teve a confirmação. Elisa o traia com um dos seguranças. Movido pela mágoa e pela fúria, ele a matou enquanto dormia e enterrou o corpo no porão.

Disse para os empregados que a esposa o abandonara. Ninguém questionou nada, pois ganhavam um bom salário e não queriam perder o emprego.

Sentado diante da lareira, Roger sacudiu a cabeça afastando as recordações de Elisa e decidiu dar uma festa no dia do seu aniversário. Uma festa para alegrar um pouco sua vida, voltar a se relacionar com os amigos, aos flashes dos paparazzi.

Estava assim, planejando, quando vislumbrou um vulto na chuva.

Levantou-se e foi até janela. Viu uma mulher nua parada no jardim olhando para a casa.

Ele imaginou que ela foi assaltada, sofrido alguma violência e veio pedir ajuda. Imediatamente ele saiu.

─ Precisa de ajuda? Está ferida?

A mulher apenas olhou para ele e permaneceu calada, com uma expressão confusa.

Com delicadeza, Roger a levou para dentro. Era uma mulher bonita, de pele clara, cabelos negros, longos, e olhos azuis.

Ele correu ao quarto e voltou com um cobertor. Colocou sobre os ombros dela e a fez sentar-se diante da lareira. Lentamente ela foi recuperando a serenidade.

─ Como se chama? O que aconteceu?

Ofereceu o telefone para ela ligar para alguém, mas a estranha mulher permaneceu calada, olhando com curiosidade o ambiente.

Levantou-se, olhando cada coisa na sala, como se nunca tivesse visto nada igual. Ao ver o medalhão sobre a mesa, deixou cair o cobertor e pegou a joia com as duas mãos. Sorrindo, colocou no pescoço como se fosse a proprietária.

Depois, voltou a colocar o cobertor sobre os ombros, deitou-se no sofá e pegou logo no sono.

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Na manhã seguinte, Roger foi a uma loja de roupas e comprou alguns trajes para a mulher. Decidiu levá-la para a delegacia. Talvez os familiares estivessem à procura dela. Porém, ela não quis sair. Parecia ter medo de alguma coisa na rua.

Ele, então, resolveu não insistir e passou a chamá-la de Diana.

Telefonou para o escritório da empresa dizendo que ficaria alguns dias em casa.

Em seguida, pesquisou todos os jornais para ver se havia alguma notícia referente àquela mulher.

Diana passou a viver com ele. Roger teve que ensinar a lidar com o fogão, a máquina de lavar roupa e outros aparelhos eletrodomésticos, pois ela não sabia como usar e nem precisava, havia empregada para cuidar da casa, mas Diana tinha muita curiosidade, embora não proferisse uma única palavra. Ele achava que ela perdeu a voz ao sofrer um grande trauma.

Telma, a empregada de Roger, chegou e ele apresentou Diana como sua hóspede. As duas se tornaram amigas no mesmo dia. Telma sabia muito bem para quem trabalhava e só se preocupava em fazer um bom serviço. Ganhava um bom salário para cuidar da casa e não se intrometer na vida do patrão.

Diana passou a agir como se fosse mulher de Roger. Parecia que ela se sentia em segurança ao lado dele.

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A mansão estava enfeitada e iluminada. No grande salão, havia mesas cobertas de iguarias.

Era o aniversário de Roger. Os convidados, todos elegantemente vestidos, chegavam com um presente para o aniversariante.

Roger os recepcionava na porta, vestindo um caro traje de grife, tendo ao lado a exuberante namorada em um vaporoso vestido azul.

Ela sorria, os cumprimentava com um aceno de cabeça. Roger explicou que ela havia sofrido um acidente e perdeu a capacidade de falar. Fato que não perturbava Roger e ele nem dava mais informações. Parecia realmente apaixonado pela mulher e se orgulhava em poder exibi-la. Ficaram surpresos pelo fato de ele ter esquecido Elisa tão rápido, mas não fizeram nenhum comentário.

Pela tradição, deram um presente, dançaram, comeram e se divertiram.

Até que Roger teve uma ideia. Pediu para conversar em particular com o doutor Ademar Solano, médico clinico e psicólogo, com conhecimento em hipnose.

Explicou que Diana havia sofrido um trauma e por isso não falava. Perguntou se o médico poderia fazer uma regressão de memória para descobrir a causa do problema e poder curá-la.

Ademar concordou. Discretamente, os três saíram do salão e subiram para o quarto. Ademar pediu para Diana se sentar na poltrona.

─ Fecha os olhos. Relaxa. Concentre-se na minha voz, nas minhas palavras.

O médico continuou levando Diana a um sono profundo e, ao mesmo tempo, receptível ao seu comando.

─ Volte lentamente no tempo, mergulhe nas suas lembranças, nas recordações mais antigas. Nos diga o seu nome, o que você fazia, o que aconteceu.

O rosto de Diana foi se modificando, o semblante tranquilo foi se transformando numa expressão de medo que logo se tornou em pavor. Apoiou-se nos braços do assento, curvou o corpo para cima e atirou a cabeça para trás, lançando um grito terrível. Em seguida, impulsionou-se para frente e agachou-se no assoalho, olhou para cima de olhos arregalados como se o teto fosse desabar sobre ela.

Voltou a gritar envolvendo a cabeça com os braços.

Ademar e Roger permaneceram estáticos, tentando entender o que se passava com a mulher, que lembranças terríveis a atormentavam.

Ela ergueu-se e dessa vez falou com uma expressão de ódio.

─ Meu nome é Serena e matarei todos vocês, vou me vingar!

Seus olhos adquiriram um brilho fosforescente, mortífero. Começou a falar num idioma incompreensível. Soaram estalos, rangidos. Surgiram rachaduras nas paredes, espalhando-se de baixo para cima.

No salão, alguém correu para pedir ao DJ para parar a música. O ruído de vozes foi diminuindo, até se calar. O pesado silêncio a seguir, foi cortado por gritos repentinos quando portas e janelas se fecharam com um estrondo seco.

Pratos, copos, o que tinha sobre as mesas voou sobre os convidados, atirados como que por mãos invisíveis. Uma faca cravou-se no olho de um homem. Os gritos se misturaram com o sibilo das rachaduras se espalhando pelas paredes. Brotando do subsolo, um musgo negro cobriu o rodapé avançando pelo assoalho em riscos finos e serpenteantes.

A porta do porão se abriu com um estrondo e surgiu Elisa, não a Elisa linda e sensual, de pele sedosa e perfumada, mas o cadáver dela, o corpo em decomposição caminhando com suas próprias pernas, embora apodrecidas, deixando um rastro úmido no chão.

Ela avançou para o salão, causando alvoroço. Um olho pendurado pelo nervo, balançava de um lado para outro, o nariz estava disforme e a boca sem lábios, exibia um sorriso patético.

Algumas pessoas tentaram abrir a porta para fugir, mas não conseguiram.

No andar de cima estava Diana, aliás. Serena.

Com os olhos em chamas estendeu os braços e de das mãos em garras, saltaram raios. Um deles atingiu Ademar, abrindo um buraco em seu peito.

Serena aproximou-se e antes que o médico caísse, arrancou dele o coração, ergueu sobre cabeça e o esmagou, banhando-se no sangue que escorreu numa pequena cascata.

Apavorado, Roger fugiu do quarto, desceu correndo as escadas e esbarrou em Elisa. Ela ergueu as mãos e o agarrou pelo pescoço. Ele tentou escapar, mas não conseguiu. Nervos e tendões apodrecidos dos dedos da defunta, adquiriram uma força sobrenatural e começaram a esmagar a garganta daquele que a matara, até que um estalo seco separou a cabeça do tronco.

Serena desceu, seus olhos eram duas chamas e a boca aberta brilhava como se ela tivesse fogo por dentro, os braços se agitavam desordenados emitindo raios em todas as direções. As línguas de fogo atingiam as pessoas, cortando e rasgando seus corpos.

Com um estrondo ensurdecedor, o chão desabou engolindo as pessoas apavoradas, mesas e cadeiras, tudo caiu num buraco negro e logo as paredes também ruíram e toda a casa desabou para as profundezas da terra.

Serena ainda tentou usar sua magia de bruxa para se salvar, mas explodiu com a própria energia cósmica.

Minutos depois, polícia e bombeiros chegaram e encontraram apenas a terra revolvida, e nenhum sinal da mansão.

FIM

Antônio Stegues
Enviado por Antônio Stegues em 26/10/2024
Código do texto: T8182644
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