LEONOR E O PIANO - CAP. 5
A senhora ficou perplexa ao ouvir o disparo da campainha, que ressoava.
Foi então que ela resolveu ignorar o episódio. Porém não dava para negar que Leonor ficou muito assustada, com medo mesmo, um medo interno. Seu coração até disparou. De repente o toque cessou.
Mas a pianista, além do dom musical, possuía uma intuição genuína, que a auxiliava desde a mais tenra idade. E então .ela resolveu se esconder no banheiro externo. Ela se dirigiu lentamente, e sem realizar nenhum ruído até o cômodo, que se localizava atrás da casa. Se trancou lá dentro. E sua sorte foi que lá havia um ofurô bem limpinho, onde ela passou a noite. Claro que ela ficou preocupada com Vivara, porém, por uma questão de previdência, afinal "seguro morreu de velho", ela precisou ficar ali, bem quietinha. Até amanhecer.
O dia amanheceu, e a mulher lavou o rosto, tomou um banho, mas sempre atenta aos sons. Oito horas da manhã, ela respirou fundo, olhou o céu, e ao sair do banheiro percebeu estar um dia maravilhosamente ensolarado, os pássaros cantavam. E este panorama a animou.
O som de passos na rua, começaram a crescer, eram os transeuntes que iam para suas labutas diárias, e sua aura ficou mais tranquila. Leonor havia deixado a porta da sala aberta, quando saiu para ver quem poderia ter tocado a campainha do portão, no dia anterior.
Ela entra, e procura sua gatinha, e percebe que a felina não está na caminha, procura em todos os locais da casa, e não acha o animalzinho.
VAMOS AO CAP. 6