VINGANÇA ZUMBI, PARTE 2.

Oliver abriu a mala e o dinheiro apareceu. As notas de dólares.

- Seu pagamento. Ou parte dele. Receberá o restante quando a vingança ser concretizada.

A mulher riu, com seis dentes estragados.

- Temos que levar o moço até o Haiti.

- Isso não estava nos planos, bruxa.

- Terei mais poder lá, na terra da magia.

- Caraca. Isso vai ser difícil, levar um cadáver pro Caribe.

Oliver se reuniu com Franz, Ralf e Gomez.

- O barco pesqueiro do velho Jack. Liguei pra ele, Gomez.

- Chefe, é uma boa pois transporta drogas pra cá, porém vai demorar dias. O presunto já está fedendo.

- Enrolem o Ernest com formol e plástico bolha.

Ralf ergueu a mão.

- Um avião. Vamos sequestrar um avião e o piloto. Em pouco tempo estaremos no Haiti, com o falecido e a bruxa.

Oliver riu.

- Não é má idéia. Vamos fazer isso, já.

A picape rumou para o aeroporto, nos confins da cidade. Peter Bukowski saiu do refeitório. A esposa ligou, pedindo a ele pra levar carne pra festa de aniversário do avô.

Ele acendeu um cigarro e sentou-se a beira do hangar. Ralf e Franz, com roupas de uma empresa de motores, entraram no pequeno aeroporto. Eles vieram até o hangar. Os três aviões pequenos ao lado.

- Amigo. Esse avião consegue ir até o Haiti?

Peter saiu de sua soneca ao ouvir a voz grossa de Ralf.

- Olá, amigos. Consegue, com escala no México pra abastecer e dois mil dólares no meu bolso. Isso está fora de questão pois tenho uma festa a noite. Minha esposa ficaria furiosa.

- Engraçadinho. Cabe um caixão no seu avião?

- Caixão?

- Está surdo? Caixão de defunto, idiota.

Ralf sacou o revólver. Peter ergueu as mãos.

- Terá três mil pra viagem e vinte mil, depois da nossa vingança. Aceita?

Com dívidas no banco, Peter aceitou.

- Assim é diferente, amigo. Terei prazer em ajudar no seu objetivo. Tirarei dois bancos e o caixão irá para o Haiti, sem problemas.

- Assim é que se fala, piloto. O caixão está lá fora. Pode ajudar a trazer a encomenda pra cá?

- Lógico. Vamos lá.

Peter foi com eles a entrada do aeroporto. O diretor Bernard fumava um cachimbo, olhando um jogo de basquete na tevê. Os quatro funcionários na recepção. Dois policiais comiam donuts na lanchonete. Peter foi sozinho e conversou com o diretor. Cinco minutos depois, o diretor pedais policiais pra darem uma volta. Eles entenderam e deixaram o local. Os quatro funcionários foram ao almoxarifado, após um sinal do diretor.

- Sete pessoas, quero dois mil pra cada um.

Peter passou a mensagem para Oliver.

- Tudo bem. É dinheiro de pinga depois que recuperarmos a grana do banco, que são milhões. Obrigado, piloto.

O diretor foi avisado. As câmeras de segurança e os dispositivos foram desligados. As catracas e entradas liberadas. Oliver fez sinal e a picape entrou no aeroporto. A pista. O hangar e os aviões. O diretor seguiu o grupo. O caixão de Ernest foi posto no avião.

A bruxa entrou na aeronave. Oliver, Franz, Ralf e Gomez também entraram. O diretor pediu que dois funcionários abastecerem o avião. O piloto mandou mensagem pra esposa.

- Emergência, Ruth. Viagem rentável, fim das nossas dívidas. Voltou amanhã. Peter.

Ele tomou posse da poltrona. Os óculos escuros. Colocou a gravata e o quepe. Olhou os painéis de controle. O microfone.

- Senhores passageiros, abastecimento terminará em vinte minutos. Logo vamos decolar.

Oliver cumprimentou o diretor.

- Obrigado. Não vamos esquecer. Será recompensado em dobro, se der certo. Tem a minha palavra.

- Que bom. Peter é o cara mais honesto que conheço. Se ele está nessa, é porquê vale a pena. Vou dar a ordem pra torre liberar o vôo. Boa viagem.

O caixão estava no chão do avião, amarrado. O avião decolou, tempo depois. A bruxa de olhos fechados, tremendo de medo. Gomez riu.

- Fala com espíritos, fantasmas e zumbis mas tem medo de avião. Vai entender.

Uma hora. O avião chegou a Maldonado, no golfo do México. A escala pra abastecer. Eles saíram pra esticar as canelas. Oliver comprou lanches e cerveja para o grupo. Uma hora depois, o avião retomou o vôo, sobrevoando o mar. O Caribe. A ilha de Cuba surgiu. Uma hora e dez, Haiti finalmente.

- Senhores. Não podemos descer no aeroporto Cap Haitien, vigiado e seguidor das leis internacionais. Seria ir de encontro a prisão. Conheço uma pista clandestino em Salomon, em meio a um canavial.

Oliver correu a cabine.

- Piloto. Você é bom. Parabéns.

- Somos uma equipe, agora.

O avião desceu tranquilo, na pista de terra.

- Há uma cidadezinha aqui perto. Temos que andar por um quilômetro. Lá, alugamos uma caminhonete por dez dólares.

Oliver sorriu.

- Piloto. Você saiu melhor que a encomenda.

Você e Gomez vão comigo. Retornamos pra buscar o caixão . Franz, Ralf e a bruxa ficarão aqui, com o Ernest.

O sol castigava. O caixão escondido no canavial. Uma hora e quarenta depois, a poeira. Peter, Oliver e Gomez com a caminhonete vermelha, cheia de ferrugem e pneus carecas.

- Esse era o melhor carro da vila.

O caixão foi posto na carroceria. Peter, Oliver e a bruxa na boléia. Os outros atrás, sentados no caixão.

- O feiticeiro mora em Saint Michel. Tobassi Hayllan.

Oliver riu pra mulher e olhou a localização no mapa.

- Está a duas horas daqui, piloto.

- Vamos lá, chefe. A noite está chegando. Será que o feiticeiro fará a nossa janta?

Eles chegaram a vila de Saint Michel. Saíram da cidade até o subúrbio. Uma estrada de terra e alguns casebres. Os crânios no portão da casa não deixaram dúvidas. Era a casa do feiticeiro mais famoso da ilha.

- É aqui. Vou entrar.

- Vai lá, mulher. Leve duzentos dólares de presente ao homem do além.

- Agora está falando nossa língua, Oliver. Ele vai gostar disso.

A mulher bateu palmas e gritou seu nome. A porta da casa se abriu. Um rapaz forte saiu. Estava bem armado e com cara de poucos amigos. A mulher entrou na casa.

- Meia hora e ela não sai.

- É assim mesmo, chefe. Já vim a essa ilha por duas vezes. É perigoso.

A bruxa saiu.

- Oliver. O xamã quer lhe ver.

Ela acompanhou Oliver até a casa. Mais meia hora de espera. Oliver saiu e chamou seus homens.

- Tragam o Ernest. O guru quer ver o morto.

O caixão foi levado pra dentro.

Oliver reuniu todos, fora da casa. A bruxa com eles.

- Estão os dois lá dentro, Ernest e o feiticeiro. Ele vai analisar a situação, se poderá trazer a vida o rapaz.

Explicou a mulher. Meia hora de espera. O estômago do piloto roncou. O segurança os chamou para dentro. Todos, frente a frente com o feiticeiro Tobassi.

- Quero mil dólares, agora.

Disse em francês. Peter traduziu para Oliver. O chefe tirou o dinheiro da pochete.

- Falê a elê que lhe darê o restê depois de ver o zumbi viver. Dez vezes mais que isso.

Peter riu.

- Certo.

Peter transmitiu, em francês. O feiticeiro sorriu, satisfeito.

- O feiticeiro disse que as rezas e encantos começarão logo mais, a meia noite. Ele irá colher as ervas e o necessário. Seu amigo vai reviver e se vingar.

Oliver e os outros vibraram. Tão feliz, Oliver deu três notas de cinquenta dólares ao feiticeiro.

- Vamos procurar um lugar pra jantar.

Oliver e os outros deixaram o lugar. (continua...)

marcos dias macedo
Enviado por marcos dias macedo em 29/06/2024
Reeditado em 29/06/2024
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