Um Olhar para o Terror
Na penumbra silenciosa do quarto, sombras dançavam ao ritmo de uma lua quase oculta. Um antigo relógio marcava o tempo com um tique-taque insistente, cada som mais alto que o anterior. O vento lá fora uivava como uma alma perdida, ressoando pelas paredes e infiltrando-se na alma.
A sensação de ser observado era inegável. Cada rangido do assoalho, cada suspiro do vento, parecia trazer uma presença invisível, uma entidade sem rosto, mas intensamente real. Era o medo do desconhecido, daquilo que não se pode ver, mas que se sente em cada fibra do ser.
A mente, em sua eterna vigilância, começava a pregar peças. As sombras se tornavam figuras ameaçadoras, os sons se transformavam em sussurros de aviso. A ansiedade crescia, alimentada pela própria imaginação. O coração batia mais rápido, cada pulsação um lembrete de vulnerabilidade.
Então, no silêncio ensurdecedor, a verdadeira natureza do terror se revelava: não era um monstro debaixo da cama ou um fantasma no armário. Era a própria mente, criando cenários, explorando os medos mais profundos e primitivos, onde a segurança era uma ilusão e a realidade, um espelho distorcido de pavor.
Assim, no âmago da escuridão, o terror se revelava não como uma entidade externa, mas como um reflexo sombrio de medos internos, um olhar para o abismo dentro de si mesmo.
Fim