A ESSÊNCIA DA MALDADE — CLTS 27.

Às 18h30, Lupita se despediu de seus colegas de trabalho como sempre fazia todos os dias, irradiando uma alegria contagiante que encantava a todos. A jovem desempenhava a função de atendente em uma lanchonete em Guadalajara, e ela seguiu em direção à saída. Foi com calma buscar sua bicicleta guardada nos fundos do estabelecimento, sem perceber que era acompanhada por dois homens. De fato, eles já estavam monitorando todos os movimentos da garota há algum tempo.

Aos dezenove anos, com um corpo esguio e atraente, Lupita exibia uma aparência sedutora e excêntrica que atraía homens: olhos cinza-escuros, maçãs do rosto salientes, cabelos compridos com uma elegante simplicidade. No entanto, a garota, apesar de ser bonita e inteligente, achava sua aparência uma desvantagem. Os homens enviavam cantadas insanas, alguns até exigiam um pedido de casamento controverso, mas poucos se importavam em conhecê-la de verdade, preferindo apenas agarrá-la na cama.

Manolo e seu amigo Miguel caminhavam pelas ruas de Guadalajara com o objetivo de roubar e estuprar mulheres locais. Naquele momento, escolheram a pobre Lupita como o alvo da vez. Cumprindo ordens de Manolo, o líder da dupla, Miguel empurrou Lupita de sua bicicleta assim que ela começou a pedalar, e em seguida fugiu do local.

Fingindo que estava passando por acaso pelo lugar, Manolo se aproximou de Lupita e ofereceu-se para levar a garota até sua residência, a fim de mantê-la em segurança, o que ela aceitou de forma inocente, sem imaginar que o rapaz tinha outros planos para os dois naquele começo de noite.

Manolo alterou o trajeto de forma abrupta, o que deixou Lupita apavorada, mas procurou manter a calma. Pensava que aquilo poderia ser apenas coisa da sua cabeça, que o garoto apenas escolheu um atalho para encurtar a distância. Sentiu um calafrio tomando conta de seu corpo, suas pernas fraquejaram quando Manolo parou de repente na frente de um galpão "entregue a penumbra", apontou uma arma para ela e ordenou que entrasse.

Lupita tentou argumentar quando sentiu uma forte pancada na boca, com um gosto quente e viscoso de sangue. Manolo deu uma bofetada na garota e a derrubou com toda a força. Pegou Lupita pelos cabelos e a arrastou para dentro do galpão, enquanto ela não conseguia conter as lágrimas e o desespero que começava a surgir e tomar conta dela.

Manolo não aparentava ter mais força física que Lupita. Tinha vinte e cinco anos, um tipo físico que lembrava um adolescente entrando na puberdade, magro, com o rosto coberto de cravos e espinhas. No entanto, o jovem de aparência franzina era agressivo e intimidador, e com uma Lupita apavorada, ele avançou para cima dela.

Manolo saltou em cima de Lupita, agarrando seu cabelo, puxando-o com toda a força, arrastando-a até um canto, onde a jogou em cima de um colchão velho com um cheiro forte de excrementos sexuais, dando a certeza de que aquele lugar era seu refúgio seguro para cometer seus crimes hediondos. Manolo começou a agredir Lupita com um ataque violento, como se fosse uma animal selvagem pulando sobre uma presa indefesa.

Ela começou a pedir para ele parar, pois não tinha certeza se seria capaz de suportar aquela escuridão, frio e medo. No entanto, Manolo parecia achar toda a súplica que a moça fazia um tipo de afrodisíaco bestial, parecendo possuído por um demônio sádico e perverso. Ele apenas sorria triunfante de toda a dor que a garota sofria.

Lupita desistiu do combate. Sua mente ficou embaçada, as lágrimas obstruíram sua visão, de tal forma que ela só desejava que aquele inferno acabasse e pudesse voltar para casa, para a proteção de seus pais e irmãos.

Manolo gritou como um touro raivoso, se jogando para o lado, demonstrando ter chegado ao seu ápice de prazer doentio. Lupita afundou no colchão, sentindo-se suja e diminuída em sua condição de mulher, desejando desaparecer e morrer. Nessa altura, a garota pediu para se vestir e partir, mas Manolo a puxou com força para perto dele, demonstrando que o pesadelo infernal que havia sido submetido com violência, sem sua permissão, estava começando.

O criminoso foi até uma área afastada do local e ligou para seu amigo Miguel, se vangloriando do que havia feito contra Lupita. Manolo solicitou que o comparsa fosse até o local para poder se divertir também com a garota, o que Miguel aceitou com uma alegria perversa.

Manolo começou a abusar novamente de Lupita, desta vez com mais violência do que no início. Enquanto cometia o ato desumano, o indivíduo ameaçava a garota e sua família de morte caso ela denunciasse ele à polícia, sugerindo uma possível ligação dele com um importante e temido cartel de drogas em Guadalajara.

Depois de conversar com Manolo, Miguel chegou ao local em que o rapaz mantinha Lupita como refém. O rapaz se despiu e jogou seu corpo pesado sobre Lupita, passando a abusar sexualmente da garota, sendo tão sádico ou até mais do que seu parceiro. A vítima apenas sentia uma agonia nos olhos, uma ardência que indicava estar prestes a chorar outra vez. E fez isso em silêncio.

Manolo assistia ao espetáculo de violência brutal com uma expressão de deboche, rindo de satisfação. O garoto e o amigo tinham um histórico de violência contra mulheres desde a adolescência. Ambos se gabavam de não serem punidos devido à ligação que mantinham com o cartel de drogas.

Por volta das 4h15 da madrugada, Manolo conduziu Lupita até a residência dos pais com a ajuda de Miguel. Ele possuía um apartamento modesto nos fundos do quintal, um cômodo único, na verdade uma quitinete com um banheiro tão pequeno que quase não era digno do nome.

Lupita estava tão fraca e cansada de ser estuprada pelos dois amigos, que não conseguia demonstrar reação nem gritar pedindo socorro. Ela mal conseguia se manter em pé, sendo facilmente dominada pela dupla que a conduziu até o local completamente sem roupa, contra sua vontade.

Lá, a mulher foi novamente estuprada pela dupla até o meio da manhã, quando Manolo e Miguel resolveram dormir. Lupita olhou para o lado exausta e apagou.

Lupita abriu os olhos com dificuldade, estava muito cansada, o corpo dolorido, parecia ter sido atropelada por um caminhão. Ao olhar ao seu redor, notou Manolo e Miguel adormecidos. Imediatamente, pensou em sua fuga. Nem procurou se arrumar, apenas saiu do quarto que Manolo chamava de apartamento sem fazer barulho. Ao chegar à residência principal onde os pais do jovem residiam, ficou apavorado ao ver Lupita completamente nua e ferida.

De forma espontânea, a mãe de Manolo gritou por seu filho, o que deixou Lupita apavorada e em pânico. Seu coração começou a bater mais forte no peito. Apesar de relatarem tudo o que ocorreu, pareciam indiferentes ao seu drama.

Ela escutou um som de porta batendo e ergueu a cabeça. Percebeu a silhueta franzina de Manolo e o corpo forte de Miguel vindo. Vestidos apenas da cintura para baixo, Manolo pegou Lupita pelo braço com truculência, limitando-se a dar mais detalhes para os pais do que estava acontecendo.

Manolo arrastou Lupita pelos cabelos de volta para sua residência, fazendo graves ameaças à jovem enquanto a levava junto com Miguel. Seus pais olhavam a cena completamente, aterrorizados, demonstrando que o medo que sentiam do filho era maior do que o dever legal de denunciar o rapaz para a polícia e ajudar Lupita.

Ao tentar fugir, Lupita teve suas duas pernas quebradas por um pedaço de madeira e sofreu violência até as primeiras horas do dia seguinte. Os dois rapazes estavam furiosos e agiam com extrema violência na agressão, chegando a introduzir objetos estranhos no corpo da garota, como uma lâmpada acesa na vagina e um cabo de vassoura no ânus. Além de ter cortado seus mamilos com um alicate, Manolo também ligou para outros dois amigos, pedindo-os para irem até seu apartamento, com o objetivo claro de abusar de Lupita, como forma de punição por ela ter tentado fugir.

Para impedir que a família da garota fosse até a polícia para denunciar o seu desaparecimento, Manolo a obrigou a ligar para os pais dizendo que passaria uns dias na casa de uma "amiga" de trabalho, mas que tudo estava bem e que não precisavam se preocupar, pois não havia perigo.

Aos poucos, Lupita sofria nas mãos dos seus abusadores em uma escala de maldade inesquecível. Seu sofrimento parecia não ter fim e seus assassinos não tinham limites para suas ações e não se cansavam, abusando de Lupita sem restrições, seja durante o dia, noite ou madrugada. Frequentemente utilizada como saco de pancadas pelos jovens quando se sentem estressados, sendo surrada com varas de bambu e cabos de vassoura nas pernas e braços.

Em uma ocasião, entre momentos de lucidez e outros de pura alucinação, Lupita começou a pedir para que seus carrascos a matassem e "terminassem com tudo aquilo", pois não suportava mais todo aquele sofrimento, o que só aumentou o nível de maldade e crueldade a que a jovem foi submetida.

Lupita foi mantida sob tortura por vários indivíduos durante quarenta e cinco dias, mas isso não fazia mais sentido para ela, pois perdeu completamente a percepção do tempo e a esperança de escapar do cativeiro.

No entanto, a família ficou apreensiva com seu desaparecimento por alguns dias, especialmente quando os colegas de trabalho divulgaram que a jovem não estava presente no trabalho ou atendendo ao telefone, o que deixou todos apreensivos. A notícia não chegou a Lupita, mas sim aos seus sequestradores, que, inicialmente, tiveram uma discussão e brigas entre si, mas, receosos de serem presos, resolveram superar as divergências e acabar com tudo, encerrando a existência da garota e sumindo com seu corpo.

Lupita não tinha mais forças para resistir ao jugo pesado dos seus opressores e se entregou ao seu doloroso destino, sentindo também um misto de felicidade por finalmente ter acabado, embora isso significasse nunca mais ver sua família e amigos. Ela foi brutalmente agredida com socos e pontapés por Manolo, Miguel e mais dois comparsas. Eles também colocaram fogo em suas pernas e braços.

Mais tarde, ela faleceu devido à gravidade de seus ferimentos. Lupita parecia irreconhecível, com o rosto completamente deformado pela dor, e o corpo parecia uma massa negra de muitos ferimentos. Os quatro rapazes enrolaram o corpo da jovem em uma capa, a levaram para os fundos do apartamento, cavaram um buraco e a lançaram lá dentro. Após enterrar Lupita, eles concretaram o local do corpo. Os pais de Manolo observavam tudo da janela da cozinha de sua residência sem fazer nada por medo do filho. Apenas choravam pelo triste fim de Lupita.

Na mesma semana, Miguel foi detido pela polícia por outro crime, mas, acreditando que se tratava da morte de Lupita, Miguel admitiu ter cometido o crime, o que deixou todos chocados. Não levou muito tempo para que Manolo, juntamente com os outros envolvidos no caso, fossem presos e o corpo de Lupita encontrado pelas autoridades.

Chocados com a brutalidade do crime, que pegou todos de surpresa, fazendo-os rever suas crenças, a sociedade e a mídia pediam justiça para Lupita. Assim, um ano depois, todos os quatro acusados foram condenados à prisão perpétua pelo assassinato de Lupita. Os pais de Manolo também não ficaram impunes, sendo condenados a quinze anos de prisão cada um por negligência quanto ao crime cometido pelo filho e pelos amigos dele.

Os pais de Lupita e seus amigos puderam suspirar de alívio, pois a justiça havia sido feita para ela.

Tema: PRISÃO.

Emerson Júnior
Enviado por Emerson Júnior em 28/05/2024
Reeditado em 03/06/2024
Código do texto: T8073589
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