O CLÃ - CAP. 11
Ainda mui abalada, com o sumiço da peça de arte importantíssima, claro que é uma cópia da que está no Museu do Louvre. Kat, atônita e triste começou a ouvir um discurso ao longe, que dizia, através de uma voz feminina: "Deus do céu! Foram-se todos, e me deixaram a dormir. Tive uma visão
extraordinária. Tive um sonho, que não há entendi- mento humano capaz de
dizer que sonho foi. Não passará de um grande asno quem quiser explicar esse
sonho. Parece-me que eu era. Não há quem seja capaz de dizer o que eu era.
Parece-me que eu era... e parece-me que eu tinha... Só um bufão maltrapilho
seria capaz de tentar explicar o que me pareceu que eu era. Não há olho de
homem que tenha visto, nem orelha de homem que tenha ouvido, nem mãos de
homem que tenham gostado, nem língua que haja concebido, nem coração que
haja relatado o que foi o meu sonho. Vou pedir a Peter Quince que escreva uma
balada a respeito desse sonho, que receberá o título de “O sonho de Bottom”
por ser um sonho embotado, e a cantarei no fim da peça, diante do duque (Ato
IV cena 1)."
A voz agora mais alta, repete o texto umas 10 vezes, Kat então sai do chalé, anda alguns metros e se depara com Maira nua e com um ornamento de flores na cabeça, dançando em meio as roseiras e perto de duas mangueiras imensas, seguida por seus gatos, e repetindo o trecho de SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO.
CONTINUA NO CAPÍTULO 12