micro-conto
Na calmaria noturna de uma farmácia prestes a fechar, poucos funcionários encerravam suas atividades. Pedro, um motoboy de poucas palavras, trocava algumas breves interações com os colegas enquanto se preparava para sua próxima entrega noturna.
O ambiente da farmácia, iluminado por uma luz suave, exibia prateleiras semivazias, um retrato da proximidade do encerramento. O tilintar da campainha ecoava, sinalizando o término do expediente. Pedro, com sua jaqueta de couro discreta, expressava impaciência apenas nos olhares fugazes e suspiros contidos.
Saindo para a noite, a moto de Pedro esperava ansiosamente o próximo destino. O caminho pela favela revelava vielas estreitas, iluminadas por luzes trêmulas e cheias de vida. A favela parecia um organismo vivo, pulsando com atividade noturna.
Ao chegar à casa indicada, uma idosa enigmática o aguardava. Seus olhos, mais eloquentes do que palavras, indicavam uma história longa e intrincada. A entrega dos remédios tornou-se um ritual silencioso, onde Pedro se viu mergulhado nas sombras e sussurros da noite.
Enquanto atravessava a favela de volta, as vielas se transformavam em corredores orgânicos, pulsando com a energia do desconhecido. Sombras dançavam ao seu redor, criando uma coreografia sinistra. O caminho se tornou um labirinto de mistérios, revelando a favela como um organismo vivo e respirante.
De repente, uma figura sombria surgiu, a antagonista da noite. O confronto foi inevitável, uma dança de sombras e movimentos rápidos. Cada passo era uma batalha contra o desconhecido, uma luta que ecoava nos becos silenciosos. A noite testemunhou a resistência de Pedro contra as forças ocultas, uma luta entre o cotidiano e o extraordinário.