O Centro do Rio de Janeiro
Em uma mansão centenária, oculta no coração enevoado do Rio de Janeiro, um passado sombrio persistia nas paredes descascadas e corredores apertados. Naquela noite densa, a mansão, há muito tempo abandonada, reunia um grupo peculiar de almas desamparadas: crianças órfãs, velhos enigmáticos e doentes mentais esquecidos pela sociedade.
À luz trêmula da lua, as crianças, de olhares inocentes e perturbadores, conduziam os velhos e os doentes mentais pelos corredores entrelaçados, como marionetes de um espetáculo macabro. As janelas rangiam ao sopro do vento carregado de segredos, enquanto a névoa parecia tecer uma trama sinistra ao redor da mansão antiga.
A sala central, um relicário de memórias amaldiçoadas, abrigava uma caixa de música antiga. Seu som melancólico ecoava pelos salões, desencadeando lembranças dolorosas e criando uma atmosfera de desespero. Retratos envelhecidos nas paredes sussurravam histórias não contadas, revelando tragédias que haviam moldado o destino daqueles que ousaram chamar aquela mansão de lar.
À medida que as horas avançavam, as sombras ganhavam vida, formando ilusões assustadoras que desafiavam a razão. Os velhos carregavam consigo o peso de segredos sepultados no abismo de suas memórias, enquanto os doentes mentais, presas de suas próprias mentes atormentadas, viam visões distorcidas que se entrelaçavam com a realidade distorcida da mansão.
No ápice da noite, à meia-noite, a mansão pulsava com uma aura sobrenatural. As almas perdidas buscavam redenção ou vingança, manifestando o passado em sombras dançantes e murmúrios agourentos. A caixa de música continuava a tocar sua melodia de desespero, como um lamento que ecoava na eternidade, unindo os destinos entrelaçados daqueles que se aventuravam na casa dos lamentos.
A mansão, um labirinto de corredores sombrios e salas impregnadas de pesares, era mais do que um local físico; era um portal para os tormentos passados. As almas vagavam pelos salões sombrios até que a última nota da melodia ecoasse, selando o destino dos que ousaram penetrar nos mistérios ocultos da mansão antiga no centro do Rio de Janeiro.