O CORVO MALDITO 🐦

Vai negra ave assim maldita,

Lança-te tuas asas sobre minha sina,

Teu gracejar é a palavra dita,

Nestes olhos mórbidos dessa menina

Não morra meu anjinho com luz,

Que eu açoitarei esta criatura,

Farei essa ave carregar a tua cruz

Levando-te para tua sepultura

Maldito! Nem ao leito com a morte,

Tem sequer a fúnebre emoção,

Plaina-te que terá tal diabólica sorte,

Haver-se-á para ti, esta solidão

Vejo minha criança desfalecendo,

Seu olhar perdendo o viço,

E a diabólica ave se contorcendo

Dela sugar esse último riso!

Um último suspiro assim se gemeu,

Quando o corvo debatia

Lágrima ardente pela face escorreu,

Na asa que ao voo abria

A voz das trevas ecoava pela sala,

No gralhar do preto estorvo,

Matei-o e enterrei-o em uma vala

O agouro infernal: o corvo

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 03/02/2024
Código do texto: T7991445
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